minha segunda alegria com a Triton
Olá amigos,
depois de algumas mensagens sobre meus problemas com a Triton, eu parei de acessar o fórum, mas volto agora para finalizar minha experiência e compartilha-la com vocês, porque pode ser que alguém se beneficie com ela.
Vendí minha Triton na compra de um CR-V, e, como não posso falar do CR-V porque ainda não estou com o carro, vou comentar sobre as coisas que me incomodavam na Triton.
Toda vez que vemos a Triton em alguma atividade mais séria de offroad, ela é modificada pra caramba. O fato é que a Triton, do jeito como sai da concessionária, é uma bomba. Pegue uma estrada de terra com aquele barro superficial molhado bem escorregadio, e veja se é fácil não ficar de lado na estrada ou escorregar para a valeta (quando tem valeta do lado). É super complicado, o carro joga a traseira mais que dançarina de funk. Se tiver que subir não sobe, porque pesa duas toneladinhas, na descida então...
Eu peguei a Triton por alguns motivos, percebí que foram erros:
1. queria um carro com espaço para muita bagagem no caso de fazer uma grande expedição, MAS nunca foi feita a expedição nesses dois anos, e toda vez que eu ia pro sítio tinha que subir e descer daquela caçamba alta para amarrar a geladeira de plástico para que as coisas dentro dela permanecessem dentro dela, e dá nó daqui, dá nó de lá... E se um dia eu for fazer essa expedição um bagageiro dá conta do excesso de bagagem, com certeza.
2. pensava que era um carro que poderia servir para transportar coisas grandes, como um armário ou geladeira. Mas sozinho eu não consigo carregar essas coisas para a caçamba, e como tenho problema de coluna não vou ficar pedindo ajuda de alguém para fazer o serviço de favor junto comigo (até porque essa pessoa não estará no local de chegada para descarregar). Além disso não carreguei, nesses dois anos, nada que não pudesse ser levado num CR-V, desde que se fizessem duas viagens uma para levar uma mesa e a outra para as cadeiras. Então percebí que, quando eu tiver que levar algo grande, o melhor é contratar um carreto com ajudante. Você paga meio caro mas fica apenas olhando os caras carregarem e descarregarem os volumes. (a coluna agradece).
3. achava que o comportamento da Triton no offroad fosse impecável, e que não teria mais que me preocupar com estradas ruins. Quando fui utilizar o carro nessas situações, percebí que os pneus não agarravam nada quando havia terra barrenta, que, em descidas íngremes em locais de baixa aderência o carro praticamente saía do meu controle, tinha que parar, colocar a reduzida, descer em primeira marcha sem freiar e tomar muito cuidado. Conseguí até amassar os protetores de cárter e barrigueira do carro, apesar da altura absurda do conjunto, numa pedra escondida no barro. Ou seja, nas situações nas quais eu tive problemas, (houve outras) um CR-V iria comportar-se melhor, tenho certeza.
4. acreditei na propaganda e no vendedor que diziam ser a Triton confortável como um carro de passeio, bancos de couro, etc... No testdrive não deu para ver como o carro era nesse quesito, porque são cinco a dez minutos dentro dele. Mas banco de igreja é mais confortável. Viagem de uma hora e meia cansa mais do que uma de três num sedã. A posição dos pedais força o pé numa posição desconfortável, a minha não tinha piloto automático, e era um problema isso. O joelho bate no console lateral, a direção não tem ajuste nem de altura, o banco é duro... Andar na cidade era um tormento, pula mais do que lombo de burro bravo, mesmo.
5. achava que quem compra um carro com seis cilindros não deve se preocupar com consumo de combustível. Mas no dia-a-dia, quando você vai vendo seu dinheiro indo pelo ralo, dá uma saudade do Honda Fit que você tinha. É muita grana gasta, na cidade, na boa, faz algo como trÊs por litro, e muita gente não gosta de admitir isso mas é por aí mesmo, um pouco melhor do que isso, mas não muito, pelo menos em São Paulo.
6. pensava ser um carro seguro em caso de um acidente, pelo fato de ser alto. Mas, tirando a hipótese de você ser prensado entre caminhões grandes, o risco dela é muito maior. Maior espaço para frenagem, baixa estabilidade no sentido de capotamento, caçamba comprometendo o equilíbrio dinâmico do conjunto.
Além disso, só tem airbag na frente, e isso é um absurdo para um carro com esse preço porque a coluna que fica próxima à cabeça do motorista e passageiro da frente bate na cabeça dos ocupantes em caso de capotamento. Se houvessem airbags de cortina, seria MUITO mais seguro. Vejam o caso do cineasta Fábio Barreto, que capotou com sua Pajero e bateu a cabeça na coluna do carro. Se tivesse airbag de cortina, o cara iria estar normal hoje. Parece que a Mitsubishi não está tão preocupada com segurança passiva, pelo menos no que toca às caminhonetes, justamente elas, que têm maior chance de perda de controle e capotagem. Não sei quanto a vocÊs, mas isso me aborrece bastante.
Bom, já escreví uma bíblia, acho que mostrei todos os motivos pelos quais eu comprei a Triton. No meu caso, e acho que no caso de um monte de gente aqui do fórum, minha necessidade é a de um CROSSOVER, não de um UTILITÁRIO. Aproveito da altura maior em relação ao solo, de uma eventual tração 4x4 (inclusive fatores interessantes quando se dirige em São Paulos e suas ruas cheias de buracos). O resto eu quero é conforto, piloto automático, teto solar, espaço pra quem vai atrás e boa capacidade do porta-malas, porque não vou fazer trilhas mesmo. E quem colocar a Triton original para faze-las vai se arrepender... Agora, o carro não meu deu problemas, houve um recall pra trocar o conjunto da barra de direção, o que foi feito. De resto foram algumas batidas porque para manobrar um carro desses é complicado, para você e para os manobristas. Foram várias batidas pequenas e duas médias.
Quem quiser comprar vai estar na Hville a partir da semana que vem (ela está na concessionária concertando a última batida).
Bom, chega, obrigado pela paciência, até logo