Samuel, agradeço as suas considerações, mas te peço desculpas porque estou correndo um pouco estes dias.
Eu vi que você também me fez algumas perguntas no grupo, mas não deu mesmo para responder. Mas até respondendo outras aqui, vou fazer um resumo rápido.
Sim, o mercado ainda não assentou. Vai haver uma troca de cadeiras em relação aos números de vendas. A Ranger vai continuar oscilando, deve ainda disputar lado a lado com a S10 em função desta estar vindo logo com um novo modelo. Com a imagem da Ford ainda deteriorada por aqui, e por conta de seus muitos erros e poucos acertos, eu aposto numa ascensão da S10 em futuro bem próximo. A Hilux não tem conversa, é a queridinha do mercado, e vai continuar se mantendo na atual posição. Frontier, L200 e Amarok vão continuar com o seus públicos bem específicos, e só uma mudança cultural e de consciência para a Frontier vender mais, mas como disse o amigo Ciro, esqueça! O Brasil vai de mau a pior em todos os aspectos, isso é fato.
Recebi dois vídeos esta semana que mostra bem a vergonha que estamos vivendo.
Ainda temos os novos lançamentos que estão na boca do forno, tanto de marcas tradicionais como das marcas chinesas para quem quiser tentar a sorte. Isso vai mexer com o mercado.
A Frontier é um bom produto. Tem gente comemorando tecnologias de lançamentos que já estão incorporados na Frontier com muito mais eficiência e técnica há mais tempo, e também com qualidade (japa e alemã), porque o lixo chinês que estão colocando nos carros hoje justifica tantas reclamações sobre o mau funcionamento destes recursos. Mas, é o consumidor sempre iludido.
Se a Frontier usa um biturbo, criticam. Mas quando essa tecnologia chega nos modelos preferidos pelos haters de Nissan, aí aplaudem. Pior que nem chega aqui, oferecem só lá fora, porque aqui qualquer coisa serve, até motor antigo, remexido e que continua dando problemas.
Se a Frontier usa uma suspensão multilink, criticam. Mas aplaudem quando um modelo inacessível da marca de quase meio milhão usa essa tecnologia, aí saem falando que é a "melhor picape do mundo". Novamente, é outra tecnologia já adotada em modelos mais básicos das marcas lá fora, mas aqui... esqueça!
Se a Frontier usa um controle de estabilidade inteligente de terceira geração, acham isso irrelevante. Mas... bem... as outras nem usam ainda.
Se a Frontier tem o mais completo pacote de assistente de segurança autônomo do mercado, e isso é fato e vou provar, e que funciona de fato e não é desligado depois porque falha constantemente, isso é "sorte".
Se for reunir todas as qualidades da Frontier, veremos que ela tem o melhor pacote geral. Ela é mais tecnológica (quem diz o contrário está muito mal informado e vou provar isso), é sabidamente mais segura já provado em recentes prêmios que ganhou, é mais confortável seja pela suspensão mais moderna (não é um remendo de um projeto de séculos atrás) ou até pelos bancos reconhecidamente mais tecnológicos e confortáveis da categoria, é muito confiável, resistente e durável como agora podemos ver com unidades chegando nos 300.000 ou 400.000km com motor, câmbio, turbinas, suspensão em perfeitas condições (nem panes elétricas tão comuns na categoria ela apresenta - Zero defeitos elétricos), é a menos desvalorizada do mercado (também não sou eu quem diz), tem o menor custo de manutenção, de revisões, de seguro, maior garantia do mercado, menos índice de roubos, não capota fácil, etc... mas não consegue se colocar no mercado por conta simplesmente do atraso do consumidor, não dela.
Todo mundo tem o direito de gostar do que quer e de comprar o que quer, cada um sabe das suas prioridades, para muitos a ilusória desvalorização de um modelo justifica colocar em risco por tantos anos a vida de seus ocupantes (e a fábrica somente agora começa a se preocupar com isso depois de tantos apelidos que recebeu).
Posso julgar escolhas? Sim eu posso, tenho conhecimento e consciência para isso e acredito que isso ainda não foi censurado no Brasil. Mas, não posso obrigar ninguém a fazer suas escolhas. O máximo que faço é alertar (mesmo sendo sempre criticado e chamado de "louco"), mas cada um faz o que quer com o seu dinheiro. Não posso obrigar ninguém a fazer o que eu acredito ser certo, nem tenho esse direito. Nem quero parecer arrogante dizendo o que pra mim é certo ou errado, mas tão somente quero mostrar a realidade diante dos nossos olhos.
O que vai fazer a Frontier ou qualquer outro modelo que mereceria mais atenção do mercado crescer em vendas é a evolução do próprio consumidor, e aí sobra para nós apenas compartilhar o que vivemos e sabemos. Fora isso, boa sorte para todos.
Isso não é uma crítica, não é um desabafo, não é "paixão" como agora dizem, mas fatos. Vivi isso tudo por muito tempo, e mesmo quem não viveu, se parar para pensar um pouco, vai entender a razão disso, e se não entender, aí sim será "paixão".
Não vejo a Frontier evoluir no ranking de vendas tão cedo, acredito que ainda vai ficar se movendo na casa das 600 unidades/mês, com picos daqui, vales dali... porque o consumo não é exato, ele varia.
Porque eu disse que o futuro não é elétrico? Pelo mesmo motivo que o presidente da Toyota também afirma isso. Pergunte pra ele o porquê. Basta olhar em volta e perceber o que está acontecendo. E espere mais alguns anos quando estes modelos elétricos começarem a virar sucatas como já acontece na própria China e esse povo ficar sem empregos.
"Mas a Toyota tem investido muito no carro elétrico". Claro que tem, é o que o mercado quer hoje. Porque ela não investe em veículos mais modernos no Brasil? Porque é o que o mercado não quer :mrgreen:. Aqui pode Hilux ultrapassada, Corolla Cross com suspensão inferior, etc. Ela entrega o que o mercado pede naquele momento e naquele lugar (business is business). Mas, eu respeito a Toyota. É uma grande montadora e de muito respeito, e sabe das coisas, apesar de mais um escândalo (se tornaram constantes) que estourou agora, desta vez de enganação nas especificações de potência de seus modelos a diesel (eu já tinha dito que desconfiava disso), mas, tirando esse lado obscuro da marca, ela sabe o que faz e o que diz.
Não é só a Toyota, muita gente está apostando que, mesmo daqui há muitas décadas, os modelos elétricos não serão a maioria, talvez nem passem de 30% do mercado.
Então não "viajei na maionese" quando eu disse isso, porque tem gente mais qualificada do que eu afirmando isso também.
Pode haver um pico de vendas de picapes chinesas elétricas no Brasil, mas será por um intervalo bastante curto. Mas pode fazer um estrago quase irreparável no mercado (com mais desemprego e quebras na economia inclusive), e o consumidor decidirá isso, mais uma vez, lamentavelmente.
Acho que foi isso que perguntaram, se esqueci de algo, podem me lembrar.