A questão de tecnologia envolvida nos motores diesel, e, especialmente nos "common rails" atuais é bem interessante.
A primeira geração era a injeção pura e simples de diesel, sob alta pressão e melhor pulverizado em relação a BI comum. A segunda geração passou a haver um maior controle da injeção de diesel, havendo multiplas injeções, uma pré injeção de combustivel, com o intuito de fazer a primeira queima e depois uma pós injeção de combustivel. Nos Estados Unidos, os Powerstroke da F-250 já usam um sistema de altissima pressão e 5 fases de injeção de diesel.
Os bicos também passaram a ter a forma como pulverizam o diesel controlado por meio de bicos piezoeletricos com quartzo, que permite a precisao ainda maior da quantidade de combustivel injetada. Esse é o sistema que usa o NGD/Powerstroke 3.0.
A questão dos motores diesel multiválvulas iniciou-se no Brasil com o lançamento do MWM Sprint, com duas valvulas de admissão e uma de escape, sendo que as duas válvulas de admissão tem tempos de abertura diferentes para gerar a turbulencia adequada dentro da câmara para a queima do diesel. Mas a técnica em si é bem antiga e começou na década de 30 com motores aeronauticos (embora abandonada posteriormente e nunca mais ressussitada). A idéia é que duas valvulas menores fariam melhor o trabalho de uma unica valvula grande, sem a necessidade de emprego de molas de elevada carga (desgaste no eixo de comando) e a inércia, que pode acarretar em flutuação de válvulas em alta rotação.
O NGD/PS juntamente com a Toyota D3.0D (Hilux) foram os primeiros motores diesel com 4 válvulas por cilindro disponiveis no país, além do emprego do dos sistemas EGR (Mitubishi 4D56 apenas) como forma de melhorar e otimizar a admissão e a queima do combustivel.
Inclusive sobre o EGR existe uma informação interessante: Começou na década de 60, nos carros de maior desempenho nos EUA. Depois viram que contribuía também para a diminuição de NOx. Pois a “requeima” do NOx, além de otimizar o desempenho, liberaria N2 e H2O. Apenas a titulo de curiosidade e culturna inútil, os primeiros tratores Valmet´s 148 turbo (motor MWM TD-229/6) tinham um EGR tosco (se é que pode se chamar de EGR) que consistia num cano que ligava o escape ao filtro de ar. Obviamente que a admissão acabava “chupando” uma parte dos gases de escape...
Sobre turbinas, o eterno debate...Bi-Turbo, VNT, WG e toda a sopa de letrinhas. A bola da vez agora são os bi-turbos. Tal qual na Fisioterapia (Pilates é a bola da vez. Antes era o RPG – PS não sou fisoterapeuta, mas meu pai precisa de fisioterapia então a gente acaba sabendo). Os bi-turbos tem suas vantagens, assim como as turbinas WG e as VNT. A International por exemplo está apelando para as turbinas VNT controladas eletronicamente. Mas também, o uso de dois turbos ligados em série vem da segunda guerra mundial e os motores de aviões. Inclusive o intercooler em alguns motores era para os gases comprimidos pela primeira turbina e o conceito de aftercooler foi quando puseram para os gases comprimidos depois das duas turbinas. Até agora ainda só não apareceu turbo-compound na industria automobilisca. Turbo-compound (erroneamente associado a Bi-turbo – inclusive por um renomado preparador de motores que conversei certa vez ao telefone) foi um conceito empregado nos motores Wright R-3350 de 18 cilindros que era um compressor mecânico que comprimia o ar para a admissão e no escape, um conjunto de turbinas ligados a acoplamentos viscosos e conversores de torque que recuperava uma parte da energia dos gases de escape e transmitia para o virabrequim.
Com relação a potencia especifica Amarok versus o resto, temos que ver também a questão da taxa de compressão. A Mit conseguiu um desempenho ímpar com o 4D56 sem recorrer ao uso da eletrônica na L-200 empregando uma taxa de compressão de 21:1 enquanto o NGD e os demais motores estão na casa dos 17/18:1.
Como vemos, até agora não apareceu nada de novo (exceto a eletrônica). Todos os conceitos foram desenvolvidos 50 anos atrás.
Abs!!!!