Colegas, aproveitei a inspiração da postagem do colega Mladeira e fiz com minha esposa o Caminho Velho da Estrada Real entre os dias 01 e 09-10. Eu já conheço toda a região da Estrada Real pois trabalhei realizando um mapeamento pro IPHAN e Instituto Estrada Real de reconstituição dos 3 caminhos da Estrada Real em 2007. Mas naquela época estava a trabalho e sempre tive vontade de voltar e fazer esses caminhos por lazer, e comecei pelo Caminho Velho, indo de Ouro Preto a Paraty. Talvez escreva também um blog relatando essa viagem, que foi bem parecida com a do Mladeira, mas com minhas paradas focadas em outros locais. Sábado agora faço o Caminho dos Diamantes, ligando Ouro Preto a Diamantina e depois farei o Caminho Novo, que vai de Ouro Preto até o Rio de Janeiro.
Falando do nosso GV3, quero lembrar que o meu é 2011 4x2 AT e coloquei ele a toda prova nessa viagem, sendo que o carro aguentou o tranco e me surpreendeu mais ainda por ser muito valente com sua tração traseira. Lembrei-me várias vezes do ditado de antigos fazendeiros, que falam que "fusca não atola nunca por ter tração traseira". O mesmo se aplica para esse modelo de GV3.
Vou começar falando dos problemas da viagem:
- Carro baixo. Mereceia mesmo mais uns 5 cm de fábrica. Já estou pensando seriamente num lift igual ao do Aldo Gontijo;
- Como algumas pessoas já falaram, esse modelo AT tem hora que "agarra demais" na 3ª marcha e não vai pra 4ª. Mesmo no asfalto plano, tinha hora que punha 100km/h no carro e ele ainda ficava na 3ª. Isso é um absurdo e talvez resolva com o remapeamento. Mas essas 4 marchas do automático queimam o filme.
- Associado a isso o consumo do carro achei alto, pois tenho o pé leve, dirijo só em baixas rotações e mesmo só em asfalto, não consegui em momento nenhum fazer 10km/l (nem a 2000-3000 rpm no asfalto plano a 90km/h

- Pneus fracos para off road. O grande desgosto da minha viagem foi que bati (de leve) meu carro em um barranco na estrada de chão que liga Carrancas a Fazenda Traituba. Tinha acabado de cair o maior pé d'água e eu sai de Carrancas rumo a Cruzília em uma estrada toda enlameada, dirigindo pela 1ª vez o GV3 na lama. Por excesso de auto confiança e achar que já conhecia o comportamento do GV3 em todos terrenos, continuei dirigindo normalmente, mas um pouco mais devagar. Depois de uma descida de um morro enlameado, entrei numa curva de lamaçal a 40km/h e o carro começou sair de traseira. Fui consertando mas mesmo reduzindo sem pisar no freio (os pneus que vem nesse carro deixam ele escorregando como um quiabo), acabei batendo em um barranco e amassando meu para-choque dianteiro na direita, embaixo do farol. Além de um leve amassado na lataria, em cima da roda dianteira direita. Nada muito grave pois o carro não quebrou nada, não desalinhou e continuou funcionando perfeitamente. Mas o parachoque dianteiro trincou nas quinas da direita e ficou somente a 3cm da roda direita, o que me obrigou a terminar esse trecho de lamaçal com muita cautela e parar 2 dias em Caxambu, onde tive que lanternar o carro para seguir viagem. Não tinha autorizada nas redondezas, então procurei o melhor lanterneiro da cidade (mecânico Adelmares) que com muita boa vontade paralisou os outros veículos que consertava para agilizar meu lado e não atrasar minha viagem. Gastei R$800 pelo conserto do parachoque/lataria e o carro ficou novinho, quase imperceptível que sofreu alguma avaria. O mecânico me garantiu que foi uma batida de leve e que não danificou nada da mecânica e elétrica do carro e que nem alinhá-lo era necessário. E assim segui viagem e depois disso o carro passou em lugares muito piores que o trecho do acidente, numa boa. Moral da história: Esses pneus de fábrica rodam bem no asfalto e estrada de terra seca, mas não prestam para barro, nem estando bem devagar. Pela 1ª vez achei que se meu carro fosse GV3 4x4, mesmo com esses pneus, eu não bateria, pois a tração integral me ajudaria e 40km/h a fazer a curva numa boa. Concordam?
Passando para os pontos positivos, o conforto do carro foi 1000%. Vedaçao perfeita (não entrou poeira nenhuma), não apareceu nenhum grilo/rangido, mesmo depois de tanta buracada. Rodei 1700km no total e cerca de 200km em estradas horríveis e o carro não desalinhou. Coloquei a Central Multimídia Caska original e ela foi muito útil e deixou a viagem melhor ainda, embora o GPS tenha estradas que não existem na realidade e faltem estradas corriqueiras. Andando na estrada de terra seca a 80km/h o carro vai numa boa, totalmente estável. No parque do Itatiaia, passei em uns lugares que tinha carro alto concorrente pagando pau. Na descida de Cunha-Paraty, o carro desceu numa boa, sendo que tinha uma tracker atrás de mim que não guentou e voltou pra trás. Na volta de Paraty-Cunha, foi o teste máximo: tinha uma placa "estrada intransitável", estava garoando, a estrada é muito esburacada com cratera de mais de 50cm e muita pedra escorregadia. Coloquei a 2ª marcha e fui devagar e sempre, com o Vitara valentão e o rock n roll rolando solto

Desculpem pelo post longo, e se alguém tiver alguma dúvida, é só falar. A seguir umas fotinhos do passeio:




