Olá Bigsd, tudo bem?
Vi a sua mensagem aqui e respondo no fórum para caso outros tenham a mesma dúvida.
Obrigado pelas palavras tão gentis, pela consideração e pela preocupação, mas eu não saí do fórum. Fui convidado por amigos a voltar depois que no passado sim, me irritei com a clara provocação gratuita de alguns membros da época, e cansei do clima hostil que havia aqui, não vou sair até por respeito a esses amigos.
Engraçado que quando eu falava de S10, que era o modelo que eu tinha há alguns anos, estava tudo bem, foi começar a falar de nova Frontier e o clima que encontrei foi outro. Não entendo o efeito que essa caminhonete provoca, parece um desejo que não pode ser realizado por alguns que então tentam justificar a própria decisão depreciando o modelo.
E olha que no lançamento da nova S10 tive uma 2012, uma 2013, uma 2015 e uma 2016, e critiquei todas aqui, arrumando uma briga feia com o fabricante que teve até história de ameaças.
Algumas vezes vemos coisas realmente muito patéticas, como comparação de emissão de CO2 em razão do uso do ARLA, ou seja, nem entendem do que se trata esse componente. Gente ressuscitando tópicos antigos de modelos já defasados com tentativas de provocação indireta, publicando talvez o único vídeo de uma Frontier que tombou num teste assumidamente por todos como um erro grade de manobra, enquanto o modelo que ele defende tem horas, horas e horas de vídeos de capotamentos e perda de controle, além de reportagens quase semanais de acidentes e até apelidos que o modelo já ganhou por ter de fato esse problema.
Eu não me importo. Não é a minha família que está carregando. Só me incomoda o risco de ao perder o controle sobrar para quem não tem culpa nenhum, como vemos algumas vezes.
Eu não entendo essas pessoas, precisam de alguma forma criar uma falsa ideia de algo que sabem muito bem que não é característico da Frontier, mas o mundo todo sabe que é sim um defeito do modelo que ele tem. As conclusões absurdas em cima de informações totalmente equivocadas... Mas isso tudo não me incomoda, acho até engraçado algumas vezes.
Mas, jamais venham criticar algo que fiz com seriedade se não tiver argumentos verdadeiros, conhecimento do assunto ou não possa fazer melhor e provar o contrário.
Essa questão de teste de aceleração, eu levei em consideração muito mais variáveis do que até a maioria dos sites que se acham especializados no assunto levam.
Ditar regras como o velocímetro tem como padrão 5% de erro, por exemplo, é um grande equívoco. O medidor de velocidade não mede espaço percorrido, ele calcula isso através dos giros das rodas tomando como base o seu diâmetro final (roda + pneu), ou seja, basta mudar a altura de um pneu e até a sua pressão que tudo muda, e foi isso que comentei no meu teste e que também levei em consideração.
Essa coisa de "potência" de motor virou o "engana trouxa", cada um aumentando 5% aqui, 4% ali e batendo no peito dizendo que o seu modelo é "muito mais potente". A preocupação destes fabricantes deveria ser aprimorar suspensão e sistema de controle de estabilidade, pois quanto mais potência no motor num conjunto jurássico, maior é o risco de um acidente, ainda mais quando o modelo já tem essa fama. Mas, aos olhos do consumidor, 5% de aumento de potência é a diferença entre um carro lerdo e outro super esportivo, é isso que o mercado faz sugerir, e o leigo acredita. Não existe picape fraca hoje no Brasil, e nem obrigação de melhor desempenho em razão da maior potência. Estamos cheios de exemplos disso.
Basta ver modelos de picapes com 204cv, 206cv, 200 cv que andam menos que a Frontier, ou como foi dito aqui, uma agora com 224cv que anda igual a outra de 200cv. Mas, você vê o consumidor andando nessa de 224 dizer que ela se tornou uma picape esportiva de desempenho "assustador"!!! É piada!
Mas, eu vivo essa situação também em outro hobby, o áudio high-end para audiófilos. É um público que gasta 300 mil reais ou muito mais num amplificador, 50 mil reais num CD player, 200 mil reais num toca-discos de vinil e até 20 mil ou 50 mil reais num único cabinho elétrico de 1 metro de comprimento feito com outro e prata para obter em casa, em salas acusticamente tratadas, o som igual ou próximo do som ao vivo.
É um hobby caro, mas que também padece da mesma ignorância que vemos aqui com números de potência de carros.
Vejo constantemente colegas dizendo que o seu sistema tem 100 watts de potência, enquanto o do colega é fraco com apenas 50 watts.
Acontece que o aumento de volume ou pressão sonora e percebido pelos nossos ouvidos em escala logarítmica, ou seja, o dobro de potência implica em apenas 3 decibéis de aumento de volume. Essa diferença de 3dB é a mínima diferença que um ouvido normal pode perceber, ou seja, o dobro de potência apenas nos mostra que ouve sim uma leve mudança de volume, uma alteração que muitas vezes deixa dúvidas em ouvidos pouco atentos, muito longe do dobro de volume.
Mas o mercado de som para carros e até equipamentos populares baratos chega a anunciar 1.000 watts ou mais de potência, quando não ainda numa norma que lhes é conveniente.
Um bom equipamento, bem ajustado, de nível hi-end, não requer mais de 6 watts numa sala normal para uma boa pressão sonora.
Discutir potência de picape é estupidez, já que muitos outros fatores como escalonamento de câmbio, curva de torque e até o ajuste feito pelo fabricante vão interferir mais no desempenho ou no comportamento do carro do que a potência em si. Isso é ilusão.
É obvio que com as suas duas turbinas, com o seu câmbio de 7 marchas com escalonamento conservador e outras providências, a Nissan buscou um equilíbrio entre força, aceleração e economia na Frontier. Poderia com um simples ajuste mudar isso? Claro! Oficinas particulares fazem isso, elevando facilmente a potência do modelo para 225cv ou até 245cv. Quem quiser o faça por conta própria, mas a Nissan faz um ajuste que considera o mais recomendado para o veículo.
Então o primeiro erro... o motor é fraco? Não! O ajuste que é moderado. Não tem nada a ver com o motor que é um dos mais modernos atualmente com a melhor curva de torque das equivalentes. Digo, sem errar, que o conjunto dela tem mais força que qualquer outra e provo se precisar.
Mas, o que quero aproveitar aqui é oportunidade de contar algo que já era para ser um artigo para o meu site, mas como sempre a falta de tempo não ajuda muito.
Para facilitar a vida do condutor, a Nissan criou alguns modos de condução específicos para a Frontier a partir de 2023, muitos fabricantes fazem isso, e evita que o condutor se preocupe com o melhor jeito de dirigir em determinadas circunstâncias já que o carro se ajusta automaticamente para elas. Lá fora temos ajustes até para modo neve, gelo e areia.
Na Frontier 2023 temos 4 modos de condução, desde o modo normal que oferece o melhor desempenho com a melhor economia para a maioria dos usos, e também o modo reboque, bastante interessante. Vimos recentemente uma Hilux que capotou porque o seu reboque oscilou. Claro que isso não aconteceria com uma Frontier, mas essa condição é otimizada quando esse modo é selecionado.
Temos o modo off road que também faz um acerto específico para o uso fora de estrada, e poucos sabem, também em lama. E, por último, e Frontier ganhou um modo Sport, que a deixou mais "ágil" em acelerações e retomadas com um ligeiro custo de maior consumo (não existem milagres), para a alegria daqueles que gostam de sentir a picape andando mais que muitos sedãs por aí, mesmo não sendo esse o propósito desse tipo de veículos, mas...
E é aqui que entra um detalhe pouco conhecido que vou abordar agora em primeira mão, porque nem em meu site consegui publicar ainda.
A Frontier 2023 ganhou duas grandes mudanças no que se refere ao desempenho (houveram alguns ajustes no motor também). A primeira, mais óbvia, é o modo Sport do seletor de modos de condução. Quando você seleciona esse modo, ocorre uma mudança de rotação do motor, de escalonamento de câmbio e alterações nos limites de mudanças de marchas e alguns outros no mapa do motor.
A caminhonete fica "pronta" para exigências mais instantâneas de reações, mas também vai ter um aumento de consumo. No computador de bordo, quase não noto essa diferença, mas pode ter certeza que ela existe.
Eu, particularmente, não uso esse modo, porque apesar de andar bem forte nas estradas, não sinto falta de potência. Faço ultrapassagens rápidas, ando somente à esquerda e raramente alguém me pede passagem, e me pego muitas vezes em velocidades muito elevadas mesmo sem perceber isso. Então dirijo no modo normal, e algumas poucas vezes coloquei nesse modo quando algum outro motorista quer fazer alguma graça comigo e fico com receio de que faça alguma bobagem, como já comentei aqui uma vez na estrada Itatiba/Morungaba que uma Hilux quis estrar numa curva na mesma velocidade em que eu estava, e eu reduzi a velocidade da minha picape o que fez com que a minha esposa me perguntasse o porque. A resposta veio logo, a Hilux rodou na pista, mas como eu estava mais atrás, simplesmente desviei com cuidado e deixei ele lá atrás tentando controlar a picape, com os olhos bem arregalados, diga-se :lol:
Então quando vejo algo parecido, muitas vezes coloco no modo Sport e acelero, deixando o engraçadinho para trás. E ele não te alcança, pode ter certeza disso. Se for uma subida ou curva, nenhuma te alcança, somente a Amarok V6 mesmo.
O outro detalhe vem agora.
Também no modelo 2023 a Nissan adotou dois estágios no pedal do acelerador. Isso é muito importante, e o pior que 100% dos testes que eu já vi na internet ignoram isso. É isso mesmo, o pessoal testa o modelo, fala da mudança do modo Sport e ignora essa mudança no pedal, e aí fazem testes cada vez mais ridículos e ninguém entende porque alguém diz que a Frontier arranca de 0 a 100 em 10,6 segundos e te joga contra o banco, e o outro diz que demora 11,5 ou 12 segs e que é "lenta" (total estupidez).
Esse recurso não é óbvio, o manual não é claro sobre ele, e eu descobri isso sozinho. Porque? Porque esse segundo estágio entra no final do curso normal do acelerador mas não de modo progressivo, o acelerado "trava" e você precisa pisar mais forte para ele destravar, é como se ele "emperrasse" e soltasse com mais força. Isso evita que você use esse modo inadvertidamente mesmo em condução mais "brusca".
Olhem só, isso é tão curioso que logo que comprei a minha 2023, eu voltei a concessionária para ver algumas coisas pendentes da negociação de troca (algumas poucas multas...:mrgreen:), e comentei com o consultor técnico que ao estacionar notei que o pedal estava prendendo no final. Ele entrou na caminhonete e confirmou isso, me dizendo que ia levar na oficina para dar uma olhada.
Antes que ele fizesse isso, tinham duas outras Frontier à venda na loja e fui verificar, e as duas tinham essa "travada" no curso do acelerador. Pedi para o consultor não fazer nada, e ao sair resolvi fazer alguns testes.
Dependendo das condições de momento, o acionamento desse segundo estágio faz a caminhonete roncar alto e a rotação sobe, em qualquer modo de uso. Não, não tem nada a ver com você acelerar e ela entender que você quer velocidade e reduzir uma marcha, isso ela já faz normalmente. O comportamento é diferente. E mesmo em modo Sport, já com o motor mais "cheio" e esperto, se você acionar esse segundo estágio, na maioria das vezes vai ganhar um salto de desempenho instantâneo.
Ensinei o consultor técnico porque nem ele sabia disso :mrgreen:. Aliás, muita gente hoje não sabe, acreditem... muita gente mesmo.
Eu conheci um colega que tem uma Frontier 2023 já com quase 15.000km, e ele não sabia disso. Ficou surpreso quando experimentou. Você tem que vencer essa resistência final, e tem que fazer um pouco de força, pisar fundo com vontade.
Fui com uma amigo trocar a Attack dele 2020 numa Pro 2023, e ele resolver fazer um test drive.
Eu falei pra ele pisar fundo pra ver como ela respondia, e ele pisou mas sem acionar o segundo estágio. Insisti pra pisar fundo, e ele respondeu que já estava pisando, que o pedal do acelerador já tinha "batido" do fundo.
Falei pra ele pisar com mais força, e aí o segundo estágio entrou e a picape ganhou novo vida, saltando em velocidade. Isso evita que esse estágio entre facilmente sem desejo do condutor, mesmo quando ele dirige de forma mais "bruta".
Muita gente não sabe disso. A maioria dos "avaliadores" do Youtube também não percebem isso, e nem comentam. Testam a caminhonete e a devolvem, sem ter acionado este estágio ou mesmo saber que ele existe.
Fica a dica para quem tem uma 2023, mesmo em modo Sport, descubram esse segundo estágio e façam um teste, pode ser que se surpreendam. Depois façam um teste de 0 a 100 com os devidos cuidados e usando esses recursos, e vão descobrir que ela faz isso com tempos até abaixo de 10 segundos, como muitos colegas reportam, ou seja, muita mais rápida que a concorrência diz.
Fica a dica de hoje.
Depois vou escrever melhor isso, filmar e colocar aqui e no meu site.
E... continuamos juntos meu amigo Bigsd :concordo: