Postado originalmente por
Edintruder
Guilhermeabreu,
Se eu te disser quanta coisa eu aprendi com o meu sogro para não ficar parado no meio do nada, não irias acreditar. Sem dúvida nenhuma, se fosse eu e tivesse a tração dianteira funcionando, com certeza meteria uma solda a moda cachorro e chegaria tranquilo em um local com melhores recursos para seguir viajem.
Lembro de uma vez na antiga estrada do inferno aqui no RS que eu cortei uma linha de arame numa cerca para amarrar a caixa do corcel II que o meu sogro tinha. E ainda assim passamos uma noite atolados no meio do nada... No outro dia cedo ainda tivemos que tirar o arranque para tirar a areia de dentro dele. São coisas desse tipo que aprendemos na vida.
Uma vez um caminhão nos tirou para fora da estrada de madrugada com uma Lada Laika SW, para seguirmos viagem fomos obrigados a fazer uma ligação direta na bateria com a bobina e fizemos apenas 1 farol continuar funcionando por conta de uma pane elétrica causada pelos solavancos do quase acidente que sofremos... Pelo menos 3hs depois estávamos em casa...
Ele tinha um Fiat 147 que quebrou o pivô de direção. Mais uma vez arrumei um arame de alambrado e amarramos o maldito pivô e seguimos viagem a 30km/h. Mas chegamos. Com a lada ainda, um vez tiramos o carter dela no meio de uma estrada e calçamos as bronzinas fixas com folhas de eucalipto entre o mancal e as bronzinas, pois a pressão do óleo estava baixa demais e não apagava a luz do óleo.
Um Chevette 1.4 que ele também teve, numa cidadezinha usamos esmalte de unha para isolar uma trinca da tampa do distribuidor.
Na Lada (essa foi campeã de problemas e soluções), começou a aquecer, então paramos, arrancamos a válvula termostática e meti uma camiseta para dentro da mangueira de retorno da VT para o radiador para forçar a água a ir do bloco direto para o radiador. Essa camiseta funcionou tão bem que foi vendida com a Lada! ahahah!
Um gol 92 que o meu sogro também teve o monobloco começou a rachar no meio. Esse deu para chegar numa oficina.
O mesmo Corcel II do início, começou a abrir as longarinas e escapar as tulipas. Arrumamos numa ferragem um esticador e com arame e esticador colocamos a frente pro alinhamento e seguimos viagem. Esse reparo também ficou definitivo...
Coisas do tipo, que no meio de nada com lugar nenhum, o mínimo recurso ajuda a não ficar a ermo pelo caminho. A segurança basta ser feita com cautela e prudência na condução.
Com relação à solda, um cara que me ensinou tudo de mecânica diesel, no início dos anos 90 ele trabalhava numa arrozeira. Ele contou que uma vez soldou uma ponta de eixo de um trator assim mesmo, e o trator continuou trabalhando sem problemas.
Uma solda de bateria fica tão ruim quanto um transformador de solda numa rede com queda de tensão, mas solda igual. Como o Kim sabe soldar, duvido que ele não resolvesse isso aí em pouco tempo.