Postado originalmente por
Jorgao
Em veículos a gasolina, o limite é a água chegar na entrada de ar ou na bobina(s)/velas.
Em veículos a diesel, incluindo ranger, l200, e outras picapes a diesel, o limite é a água chegar na entrada de ar.
O que vai diferenciar esses veículos a diesel, porém, é a manutenção. A água encobrindo o capô irá acarretar a necessidade de trocar praticamente todos os fluidos do veículo. Cada tampa de reservatório dentro do seu capô possui um respiro. Ao ser encoberto é sugado água para dentro desse reservatório. Além disso, todas as polias do seu motor tem sua vida útil reduzidas. Muitos veículos possuem caixa de relê e/ou fusível montadas no compartimento do motor, como é o caso de praticamente todas as picapes a diesel (além dos a gasolina - todos) citadas anteriormente. Esses relês podem provocar a parada do veículo após oxidação dos mesmos. No caso de veículos com ABS (todas picapes diesel modernas), estes possuem módulo do ABS dentro do capô. O módulo é acoplado com relês soldados. Esses relês após molhados serão oxidados e provocará sérios problemas eletrônicos no veículo se o mesmo tiver controle de tração ou controle de estabilidade provocando modo de segurança. Além disso, existe 1 sensor central e 1 sensor em cada roda, que quando danificados também podem provocar os mesmos sintomas (caso possua controle de tração e/ou estabilidade). Além disso, faz-se necessário elevar respiros de diferenciais, transferência, câmbio e tanque. De preferência usando uma caixa de respiro. Essa caixa de respiro recebe as mangueiras elevadas, ficando na altura dos reservatórios do capô - não faz muito sentido colocar mais alto que isso, pois os reservatórios encobertos já acarretarão a necessidade de troca de diversos óleos - teoria do "o que é um peido pra quem está todo cagado?". E além disso tudo, o rolamento de roda provavelmente receberá bastante água também. No caso de veículos dotados de eixos flutuantes, a troca é fácil, rápido e barata. No caso de veículos dotados de eixo semi-flutuante, é preciso um torneiro para realizar a troca (eixo traseiro). O custo em oficina costuma ser 5x mais caro para eixos semi-flutuantes, comparando veículos de mesmo porte. E o primeiro, claro, pode ser realizado durante uma trilha.
Tendo noção dessas coisas, ao usar um veículo a diesel, com o devido preparo, e tendo consciência das manutenções a serem realizadas pós travessia, o limite é o snorkel (tomada de ar elevada).
Agora, se o seu veículo a diesel ou gasolina tiver cambio AT. Sua emoção durante as travessias é multiplicada por um fator de 100. Caso entre 1 gota no seu câmbio, o custo do reparo será uma caixa AT novinha, que no Brasil, pode chegar a metade do valor do seu veículo. E ficar no meio da travessia, ilhado, com o motor ligado e sem câmbio... não tem preço.