Postado originalmente por
Cezar Castellões
Boa tarde a todos,
Caro Elsiony, com relação ao tema apontado devo dizer que o diesel com menor teor de enxofre sofre realmente uma grande perda na sua lubrificidade e, se não devidamente aditivado antes da venda ao consumidor, traz grandes riscos de prejuízo, especialmente desgaste prematuro, dos componentes do sistema de injeção diesel, notadamente a bomba de alta pressão, regulador de pressão e os injetores.
Ainda que o enxofre seja problemático do ponto de vista da contaminação ambiental e da acidificação do óleo lubrificante, não podemos negar suas excelentes propriedades lubrificantes que protegem sobremaneira aqueles componentes do sistema de injeção.
Com as exigências ambientais cada vez maiores, o nível de enxofre existente no diesel vem sendo reduzido ao mínimo, seja no diesel S50 ou S10, favorecendo a performance ambiental e de lubrificação dos motores mais modernos
No entanto, dado ao baixo índice de enxofre dessas formulações de diesel mais avançadas, as características de lubricação do diesel, essenciais para a vida útil dos componentes do sistema de injeção, necessitam de reforços via aditivação, normalmente efetuadas nas distribuidoras do diesel ao receber o diesel ULSD refinado - Ultra Low Sulfur Diesel.
Entretanto, muitas vezes essa aditivação é insuficiente ou pouco segura, ensejando o uso de aditivos a serem adicionados ao diesel comprado nas bombas.
Nesse caso o uso desses aditivos me parece muito adequado por dar a segurança necessária de modo a garantir a boa lubrificação dos sistemas imersos nesse diesel, como a bomba de alta pressão, injetores, além de regulador de pressão do common-rail.
Por outro lado, a utilização do biodiesel a 5% de mistura com o diesel - B5, ainda que prejudicial a sistemas com pós-injeção, por contaminar o óleo do carter e afetar a lubrificação do motor (quando injetado diretamente na câmara de combustão na fase que antecede a descarga, denominada "pós-injeção"), por paradoxal que pareça, melhora substancialmente a lubrificidade do óleo diesel, preservando assim os componentes do sistema de injeção, garantindo níveis de lubrificação compatíveis com os obtidos anteriormente com o enxofre no diesel S-500.
Sendo assim, o melhor dos mundos seria utilizar o diesel S-50 ou S-10 sem biodiesel mas com aditivos adequados de lubrificação do sistema de alimentação que, além dos benefícios relacionados com a lubrificação, traria outros relacionados a aumento do num. de Cetonas que melhora muito a velocidade da combustão, ganhando-se mais potência com economia (aumento do rendimento do motor), além da proteção contra a contaminação por água, por facilitar a separação lá na frente, no filtro separador de água.
Segue um link com excelente estudo de lubrificidade do oleo diesel de baixo teor de enxofre com a adição de diversos aditivos, além do resutado dos testes de desgaste comparando a eficiência desses aditivos quanto a melhora da lubrificidade do óleo diesel aditivado.
Nesse estudo o melhor aditivo foi justamente a adição de 2% do biodiesel (B2) derivado do óleo de soja.
Consulte no google por "diesel fuel lubricity additives study results", matéria da dieselplace.com em arquivo pdf
Quanto ao da Valvoline, consultando suas informações, me parece de boa qualidade e de alta diluição, o que favorece o custo, mas não há maiores informações técnicas que permitam comparação com o Power Diesel, apesar de que também parece combater a obstrução do filtro de combustível nos dias mais frios pela elevação da temperatura do ponto de neblina da mistura.
Abçs,
Cezar Castellões - byCOC