:concordo: Compreendido!
Ainda bem, pelo menos isso. Eu lembro que tinha alguma coisa nesse sentido, mas agora eu entendi as diferenças.
Meu caro Gabriel, fico feliz de saber que está participando do fórum com a gente. É bom ver que muita gente boa que saiu no passado tem voltado ao fórum. O ambiente agora é outro, não tem mais aquelas invasões no tópico que acabavam distraindo as boas discussões que tínhamos. Esse é um grupo bastante selecionado, donos de um modelo exclusivo, e que até nem participa de outras discussões, acho que essa postura acabou por ajudar a filtrar um pouco as participações afastando aquelas com objetivos "estranhos" ao tema.
Vamos em frente, meu amigo, temos muito papo bom pela frente.
Amigos, imaginem o seguinte... você troca um complexo componente de aço nobre, articulado, estruturado, por uma tira de borracha... quanto isso não vai economizar no custo do produto? Já respondo: muito!
Para o consumidor engolir a ideia, você diz que isso é evolução tecnológica, que reduz ruído, etc... como se a corrente hoje não tivesse evoluído e não fosse mais silenciosa.
Você sabe que o negócio é ruim, que nunca vai durar o tempo que você sugere, mas tem sempre a possibilidade de jogar a culpa no uso severo, na qualidade do óleo, na manutenção inadequada, etc... Óbvio que sempre haverá o consumidor mais informado e não tão tolo que vai brigar, então se ele não desistir e não se cansar, você banca o reparo, mas é um caso numa centena, e o custo disso é muito menor do que a economia que você fez. Logo acaba a garantia e aí você se exime totalmente da responsabilidade (todos conhecem o problema dos famosos câmbio powershift... ou não?).
Tem fabricante que é assim, ele não está nem aí. Tenta desqualificar a reclamação do consumidor, cansá-lo, e se for o caso, remendar o problema que ele sabe que voltará. Lá fora a coisa é mais complicada... mas aqui... eles não estão nem aí.
A correia banhada a óleo é uma destas coisas absurdas que o mercado arruma para reduzir custos, até a Nissan já chegou a usar isso no March e se arrependeu. Tem fabricantes respondendo processos coletivos lá fora. Isso é uma encrenca. Eu mesmo estudei esse assunto e desisti de usá-lo como solução em alguns equipamentos.
Não adianta, o motor trabalha muito quente, o óleo sofre contaminações, e com esse combustível ruim que temos... não tem como dar certo. O fabricante "garante" que o troço dura 200 mil km, "mas em caso de uso severo, deve substituir com 80 mil km). Pronto! Aqui ele já abriu um espaço para se defender. Depois ele culpa o óleo usado, mas se o cidadão provar que as revisões foram feitas em concessionárias, então o fabricante alega que o uso foi "muito severo", que o combustível contaminou o óleo, etc...
Não é só o desgaste da correia, que quando quebra pode destruir o seu motor, mas as partículas que ela vai soltando e que podem também prejudicar o motor. Porque fabricantes, principalmente os japoneses, não abrem mão da corrente? Porque os carros da Toyota, por exemplo, só para citar uma japonesa sem "puxar o saco" da Nissan, tem essa fama de resistência e durabilidade? Porque não se rendem a essas economias porcas.
Hoje muitos fabricantes se preocupam apenas com os custos, veja bem, eu não disse "mais", eu disse "apenas". Não estão nem aí com a qualidade do que vendem, investem num bom marketing e cobram caro, muitas vezes mais caro que produtos similares de qualidade, porque se der m... lá na frente, o ganho da venda compensou em muito o prejuízo.
Nunca vimos tantos casos de fraude como temos visto nos últimos anos. É a coisa do "errado que compensa".
Eu conversava com o bom amigo Edu outro dia sobre isso. Falávamos de como é impressionante a cara de pau de alguns fabricantes, É uma economia num estribo de plástico, numa articulação para regular a altura de um cinto, num acabamento para esconder fios, no uso de um a suspensão desatualizada, no reaproveitamento de um motor que já não era grande coisa, no uso de peças chinesas sem qualidade... e vamos somando isso.... no final, a economia é gigante, mas o preço é muitas vezes um dos mais altos, ou seja, ganha-se no custo do produto e no valor irreal deste produto pelo que ele oferece.
Como pode uma Frontier com estribos de alumínio (mais caro até que o de aço), com freios a disco em todas as rodas, com suspensão multilink e tantos detalhes caros e de qualidade custar mais barato que os seus concorrentes diretos e ainda dar lucro? Tem coisa mal contada nesta história, não acham? Ou é só impressão minha? kkkk......
Esses carros vão virar um problema sério no futuro (senão muito em breve), como exemplos que temos hoje e até já citei um há pouco. O fabricante vai se omitir e o consumidor vai se conformar. Nesse país o povo se conforma fácil com tudo, e pode ser humilhado e enganado que logo esquece, e até um fabricante que chuta o país pode ser o dono de sua próxima compra.
Não é fácil fazer um trabalho sério num país caro como o nosso, com um consumidor pouco consciente que não entende qualidade e se engana fácil com as historinhas dos fabricantes, mas é possível fazer um trabalho decente, é só querer, e tem gente que faz. O problema é que as opções vão diminuindo, porque até os fabricantes sérios acabam desistindo um dia de fazer a coisa certa e ver o seu mercado diminuindo.
Essa é a nossa realidade.
Para nossa sorte ainda existe uma parcela da população mais consciente e ainda com opções de boas escolhas, porém cada vez mais raras.
É um caso de uma longa lista de exemplos que podemos citar aqui.
E se alguém com um pouco de bom gosto e conhecimento disser que esse bombom é ruim, vai ouvir "Que isso amigo, é o mais vendido hoje, todo mundo compra"... kkkk.....
São as inversões de valores do mercado hoje. Frontier é uma excelente picape, digo e provo que é a melhor do mercado na sua categoria, mas sempre haverá quem vai desmerecê-la porque vende menos que outro modelo ruim, que só dá problemas, não tem a mesma tecnologia e até mata, mas que é um dos líderes de vendas. E como eu disse, a cada ranking de emplacamentos publicado vem aquela comemoração totalmente sem sentido, a massagem e a justificativa do próprio ego e da própria escolha infeliz.
Quem tem que comemorar vendas é o fabricante. É ele quem deve ficar feliz com isso, seja vendendo boa qualidade ou porcaria. Ele tem todos os motivos para olhar uma tabela de ranking de emplacamentos e comemorar. Já o consumidor, esse deve olhar o produto, deve comemorar a sua qualidade e o resultado daquilo que investiu, coisa que parece não ser mais importante do que comemorar o sucesso do fabricante, como se ele fosse sócio ou acionista da marca. (eu invisto em ações de algumas empresas e nem gosto delas... kkkk....)
Hoje, no Brasil, raros produtos mais vendidos são os melhores em suas categorias. Nem Bombril mais é o mesmo, tem muitas opções melhores. Até o Edu já provou isso com uma "famosa" marca de pilhas.
O consumidor tem que aprender isso, a achar qualidades nos produtos que compra e ficar satisfeito com a sua escolha, e não se conformar com a sucesso do fabricante em vender bem o produto. O fabricante ganha mais dinheiro, e o consumidor fica com uma qualidade mediana.
Desculpem, mas é a realidade da situação.