
Postado originalmente por
Walter da Camper
Só para clarear um pouco a discussão para quem não está familiarizado com os detalhes técnicos, a turbina quando pressurizada gira a velocidades altíssimas, na casa dos 80.000 rpm. Não existe rolamento que aguente essa rotação, por isso o sistema mais viável para apoiar o eixo que interliga o caracol quente (turbina propriamente dita) e o caracol frio (compressor) é um mancal fixo e com uma pequena folga que é preenchida com óleo que vem da bomba de óleo do carter, formando o chamado "filme de óleo", ou seja, o eixo flutua no óleo, sem contato entre os metais. Esse fluxo de óleo é constante e sai por uma mangueira embaixo do mancal e volta ao carter.
Quando o motor para, a bomba de óleo, que é mecânica, deixa de fornecer pressão ao circuito (a luz de óleo acende) e o mancal da turbina para de receber óleo, por esse motivo, as últimas rotações, até acabar a inércia da turbina ocorrem sob lubrificação deficiente.
Para diminuir essa inércia, o motor deve ficar alguns minutos em marcha-lenta, para que o desligue ocorra com a menor rotação possível.
Independente de estar ou não gerando pressão, o rotor da turbina gira o tempo todo com velocidade proporcional à aceleração do motor.
E não adianta achar que turbina moderna difere de turbina antiga. A modernidade apenas acrescentou controles eletrônicos, mas a essência mecânica do mancal com filme de óleo continua a mesma desde a década de 20.
Na prática, se a manobra para estacionamento for feita sem aceleração, a turbina já vai estar em baixa rotação bem antes do momento de desligar o carro.
Na hora da partida vale o mesmo princípio, leva alguns segundos para a pressão no circuito de lubrificação estabilizar-se e o óleo chegar a todas as partes que necessitam lubrificação. Se der partida e acelerar de imediato, a turbina vai girar a seco, assim como o comando de válvulas e outros componentes, diminuindo a vida útil de todo o conjunto.