Boas Padeiro....
Show de bola esta região de Minas.... estive lá no final do ano passado e pretendo voltar em breve.... pois tem muita natureza prá se conhecer....
Fui com GPS (Garmim Nuvi 770) que tem quase todas as trilhas da região (baixado pela internet), pneus BF.... porém... como peguei muitos dias de chuva por lá, e as informações de condições de estradas são muito escassas (pelo menos na cidade de Delfinópolis) fiquei atolado justamente na noite do Reveillon (passei - junto com esposa e 2 filhos - 24 horas atolado). Atolei aproximadamente a 50 km de Delfinópolis, 25 km da base da Casca D´anta... e pelo menos uns 15 km de qualquer civilização.... Na serra do Bateinha.... sentido a pousada da Wanda. Pior... estrada sem nenhuma alma penada viva! Faço um relato a seguir:
No final do dia 31/12... um casal com um Niva.. se perdeu por aquelas estradas e chegou até onde o ponto que estávamos desde às 15:00 hs.
Embaixo de muita chuva torrencial... resolvemos passar a noite dentro dos carros... eu... atolado em um pequeno córrego... com a IO sentada no barro... (sem guincho - tentei de tudo - porém como a chuva não dava tregua - tudo foi em vão)... e o Niva (Roberto e Andréia) no alto desta descida...
Por volta das 23:00 a chuva deu uma estiada. Passamos uma noite em claro... observando estrelas e sempre atento aos possíveis movimentos de animais da região. Porém não conseguiamos sair do carro sem enfiar 1/2 bota dentro da lama...
Dia seguinte... ano novo... ao acordar do Sol (5:30 hs.) Subi o morro, junto com meu filho de 7 anos... a fim de procurar ajuda com o Niva... saímos com o GPS em mãos... porém o Niva estava com problema no radiador... e pouco andava... esquentava... e 20 minutos parados... andava de novo. Nosso destino era o Bar da Wanda... mais próximo.. e um conhecido reduto de jeepeiros da região...
Pelo GPS, no ponto onde estávamos, teria mais outras 2 alternativas de estradas para chegar... tentamos a primeira... depois de 6 km... fomos obrigados a desistir... as pedras (pedra mineira) enormes no caminho seriam impossíveis de transpor... (e olha q já tínhamos tirado e quebrado outras tantas). Detalhe.. celular e rádio até então... nada!
Voltamos e fomos a segunda estrada... percorremos uns 2 km de carro... e enquanto esfriava o motor. .. fui a pé mais uns 2... voltei... desistindo... sem chance.. nem cavalo passava... Porém neste ponto.. meu celular deu sinal de vida... e recebeu alguns recados da família... entrei em contato com todos os parentes...os deixando menos aflitos e consegui o fone da pousada em Delfinópolis (lá eles tem um caminhão ENGESA 6x6 que poderia nos tirar do sufoco. Porém devido a chuva o fone estava quebrado.
Já olhando as nuvens chegando de novo... o tempo passando... e sem comida desde a manhã anterior... telefonei pro 190. Relatei a situação e pedi que fosse ao encontro da pousada a fim de trazer o bruto para nos rebocar. Passei as cordenadas do GPS e a localização das placas que tínhamos visto na região. Porém não sabia se alguém viria... e não estava disposto a passar outra noite por lá...
Só nos restou a alternativa maior... voltar pela estrada de vinda... pelos menos uns 15 km antes (muito ruins) tinhamos visto ao longe uma casa. Voltamos a IO... peguei esposa e filha de 4 anos, nos esprememos no Niva... e volta prá casa... Isto já por volta das 14:00... Eis q depois de uns 6 km... avistamos o Engesa vindo em nossa direção. Alívio. Nos trouxe uma cesta de comida e bebida... e fui tirar a IO.... com cabo de aço e cinta de 5.000 ton. Depois de romper o cabo 2 de aço X e a cinta também... a IO saio do atoleiro (ficou sentada em cima e o barro a sulgava prá baixo). Sem nenhuam arranhão... voltamos prá cidade... chegando por volta das 19:00... bem cansados mas cheio de estórias e aventuras.
Os outros dias tudo normal... com muitos passeios (junto com outros carros) e a IO sem problemas... nem parecia que tinha passado pelo q passou.
Fico a experiencia de trilha desconhecida... não fazer sozinho... sempre com uns 3 carros... de preferencia alguem com guincho...
Mas passar o Reveillon, acampados dentro do carro, na Serra da Canastra é prá poucos.... rsrsrsrsrs....
Abraços a todos....