Reforma do sistema de arrefecimento
Nota: nos próximos artigos vão perceber pelas fotos que desmontei várias coisas que não precisavam, mas é porque aproveitei ter desmontado o radiador para dar uma geral em volta do motor e fazer vários serviços em seguida.
O sistema de arrefecimento era um ponto que queria rejuvenescer, começando com as mangueiras. Elas estavam todas originais exceto a superior do radiador e não queria esperar até o momento uma delas estourar. Naquela que foi trocada usaram abraçadeiras comuns e aconteceu o que devia: ela vazava.

Essas abraçadeiras não são adequadas para este uso. Se as montadoras usam braçadeiras elásticas de pressão constante é porque o metal se dilate e se recolhe com as variações de temperatura. Para piorar, usaram uma fina, tipo para mangueira de jardim...
Como sempre, antes de começar, desligar o negativo da bateria. Para acessar ao radiador tem que desmontar a frente. No meu caso não consegui tirar ela sem soltar o canto passageiro do para-choques. Acessando por baixo tem dois parafusos e dois conjuntos parafusos-porcas. Tem ainda um rebite mas não é problema para afastar a peça.

Sem a frente temos acesso ao plugue do lado passageiro para esvaziar o radiador. Desmontar a ventoinha elétrica, a proteção de plástico da ventoinha mecânica, a coreia e a chapa metálica em cima do radiador. Em baixo dela tem uma porca de cada lado segurando o radiador do ar ao radiador de arrefecimento e duas borrachas que servem de amortecedor para o radiador e que vai ter que desmontar para usar no novo.
Ao retirar o radiador deu para ver que já foi consertado ao nível da junção alumínio-plástico.



Desliguei as duas mangueiras que vão e voltam do pequeno radiador de aquecimento que fica dentro do carro lado passageiro para fazer um retro-flush nele: coloquei uma mangueira de jardim na saída e deixei correr a água até ela sair limpa, sem partículas.
Como ia trocar a junta dianteira do virabrequim precisei desmontar a polia viscosa (que ia trocar também) na qual está afixada a ventoinha mecânica. Para evitar ela girar é só usar uma grande chave de fenda e aproveitar duas das quatro porcas para imobilizar ela. Soltar as quatro porcas e desparafusar elas só depois na mão. Se não pretendem trocar a polia viscosa, guardam ela na posição vertical (posição de uso) para evitar o fluído de silicone contaminar o rolamento.

Usar o mesmo princípio para desmontar a polia lisa da bomba de água. Desmontar o conjunto bomba-reservatório da direção hidráulica (deixar ele fora do caminho) e o suporte dele. Como podem ver na segunda foto, gosto, cada vez que for possível, recolocar os parafusos e porcas no lugar. Assim não esqueço nenhum e sei o lugar de cada um (dependendo do torque aplicado, cada parafuso e porca tem nível de resistência (grau) diferente).


Notar a posição do tubo metálico de 90° ligado à bomba de água. É fácil, o bico dele, bem enferrujado neste caso, aponta a traseira, paralelo ao motor.

Quando desmontei a peça (“thermostat housing”) dentro de qual fica o termostato, este caiu fora em pedaços, o metal tudo comido! Estava bem a hora trocar ele, melhor que ver ele pifar na estrada.
A bomba também não estava em bom estado, com o metal igualmente comido, tanto no rotor que no corpo.



Está na hora de limpar o assento dessas duas peças no bloco do motor, tirando o que sobrou das juntas. Coloquei sacolas de plástico dentro das aberturas para evitar sujeira cair dentro do motor e usei uma espátula e uma escova metálica.

A nova bomba tem uma aparência quase igual à original exceto um furo menos profundo que deve reduzir um pouco o fluxo da água. Mas como é uma passagem indo para o radiador de aquecimento da cabine não é muito importante.

O termostato original tem um pequeno furo em cima, com uma pequena esfera atrás deixando a passagem somente em um sentido. Este furo serve para facilitar a saída do ar do sistema. A grande maioria dos termostatos de terceiros não tem este furo. Olhando os fóruns US, eles falavam de simplesmente fazer um furo de 1,5 mm no mesmo lugar, então fiz assim. Prestar atenção no momento da montagem de posicionar o termostato com esse furo por cima.
Vários donos gostam trocar o termostato original de 195°F para um de 180°F. Além do PCM não estar programado para entender que o termostato já abriu antes de chegar aos 195°F, o termostato não ajuda em nada em baixar a temperatura quando o motor estiver quente, ele só abre mais cedo na fase inicial de aquecimento. Daí acho que fica inútil mudar a característica dele.


Antes de montar a bomba, colocar fita teflon em volta da rosca do novo tubo metálico e parafusar ele no corpo da bomba porque é o tubo todo que gira quando parafusar. Se não tiver nas roscas do novo sensor de temperatura, colocar também fita. Colocar as juntas e apertar os parafusos no torque.
Usar a mesma técnica para montar a polia da bomba e a polia viscosa que para desmontar elas.


Troquei a coreia por uma nova, da Dayco, modelo 6PK 2415 (6 trilhas, 2415 mm de comprimento – ou perímetro, como quiser –). Para colocar ela na tensão correta, usei uma pequena ferramenta barata e muito prático: o famoso “Krikit”. Comprei na Rockauto, do modelo 100-320 lbs. É só colocar a parte mais larga dele no meio entre duas polias, apertar no meio até ouvir um pequeno “clic” e ler o valor na régua. Após a leitura, apertar ou afastar a polia de regulagem até chegar à tensão correta.

