Infelizmente eu posso garantir que voces estão usando a técnica errada.
Fora a fratura por sobre-carga ou a fratura por defeito no material/especificação de fabricação, o que interessa é o método correto.
Toda vez que se inspeciona peças de materias ferromagnéticos tais como aço (faça-se o teste do imã: grudou é ferromagnético) Deve-se usar o método das partículas magnéticas fluorescentes, a menos a geometria/qualidade do acabamento impeça a sua aplicação, o que é raro.
Bom, tem certos aços-liga que não se magnetizam, ai não dá para usar as partícula magnéticas fluorescentes. Aí sim, como esses aços não magnetizáveis, tanto como na maioria dos inoxidáveis deve-se usar líquido penetrante fluorescente.
Só que existe uma diferença muito grande entre o tipo de trinca esperada em materiais durante o processo de fabricação e na vida pós fabricação.
Nas peças pós venda, vamos dizer assim, não se espera achar defeitos de fabricação, que lógicamente deveriam ter sido detectadas durante o processo de manufatura. Pelo menos isso é o esperado na aviação, que é de onde venho.
Assim, nas peças em uso, o que eu procuro são finas trincas de fadiga, da ordem de mícrons, que podem rapidamente progredir e fraturar ou condenar um componente que sofre continuamente cargas cíclicas.
O método dos líquidos penetrantes não possui a sensibilidade de detectar trincas ao nível das partículas magnéticas, embora dependendo do óleo penetrante usado possa chegar próximo.
Como eu disse, se for o vermelhão, como a gente pejorativamente chama, só presta para inspecionar materiais de ferro fundido, algumas soldas, laminados em bruto e alguns forjados em bruto.
Além disso, o tempo conta. Só para você ter uma ideia, um ensaio por líquidos penetrantes fluorescentes, muito mais sensível que o vermelhão leva em média 1 hora desde a limpeza da peça até a revelação e inspeção. Muito disso é dependente do tempo de penetração que para alguns aços é de 10 a 30 minutos.
Já com as partículas, não leva mais que 5 minutos.
O problema em geral é que o campo de aplicação destas técnicas não é muito conhecido fora da aviação e da petroqímica em geral, ficando muitas vezes os clientes na dependência das instruções dos vendedores dos produtos.
Por outro lado, peças de responsabilidade exigem técnicas específicas e inspetores treinados. Mais uma vez, para se ter ideia, a formação de um inspetor só em partículas magnéticas leva 3 anos de experiência em campo e no mínimo 120 h de aulas teóricas.
Depois, tem os líquidos penetrantes, ultra-som, raios x e gama, e as correntes parasitas, inspeções estas de destaque, fora outras muito mais específicas.