Postado originalmente por
Perambulante
Apenas pelo amor ao debate vou nessa incursão. Com certeza as réplicas terão para mim muita importância devido às informações que trarão com as quais certamente aprenderei. Vamos ao tema:
Vamos separar o joio do trigo:
EUA inventaram a camionete. Todas, sem exceção têm nas americanas o protótipo do que seria um caminhão para pequena carga. Delas derivam todas as demais
Quero entender que o que você quis dizer sobre os EUA não ser referência para nenhum outro país, diz respeito à grandeza e extraordinariedade do seu mercado. De fato, TODOS querem vender no mercado americano. Mas esta disputa se dá apenas nos automóveis. Camionetas não. Nenhum fabricante estrangeiro conseguiu superá-los no mercado de picapes. Haja vista os volumes produzidos.
A Ásia inegavelmente produz picapes. Países como China, Coreia, Índia, Japão e Tailândia (se não esqueci algum) produzem picapes médias. Nenhuma de grande porte. As que se aventuram a fazer as “full-size” o fazem em solo americano – embora sem muito sucesso.
Quanto à eficiência de utilização das picapes médias no Brasil, devemos levar em conta que fomos adestrados a usar carros pequenos derivados da Europa pós-guerra, como Fusca, 147, Opala (Opel) etc. Das marcas de origem americana vinham Dart, Galaxie, F-100, D-100 e por aí afora.
É claro, como país pobre que erámos viável foi o fusca, o 147, o opala, o corcel etc. Aqui sedan era o Fusca 1300. Nos EUA sedan era Cadillac.
Hoje as perspectivas são outras. O Brasil é um país continental, como são os EUA, Canadá, Rússia, China, México, Austrália etc. E as demandas também são maiores e mais variadas. Países continentais demandam picapes grandes. Quer seja pela diversidade da população, quer seja pelas grandes distâncias rodoviárias e as aplicações mais variadas.
É inegável que uma picape média tem sua aplicação e eficiência. Mas elas continuam médias. Não são grandes.
O fato de existirem em outros países que não nos EUA, se deve apenas a duas realidades: poder aquisitivo e aplicação do veículo. Nos países de terceiro mundo, baixo poder aquisitivo e necessidade de usar camioneta como se sedan fosse (economia de combustível, segurança nas estradas etc.). Nos EUA caminhonete não é sedan, é caminhonete. Daí as picapes médias não conseguirem firmar-se como alternativa às “full size”.
De novo o adestramento a qual somos submetidos nos leva ao erro de usar uma caminhonete como se sedan fosse.
Portanto, ainda que seja uma questão gerencial a Ford, GM e agora a Fiat (Ram) não atenderem a esse mercado (full size), fica a lacuna no mercado. Lacuna que não será preenchida com asiáticas médias.
O debate é bom e respeitoso, e coloco-me a disposição para interlocução.