Barra Estabilizadora Bandeirante

É interessante saber se o nosso veículo é sobre-esterçante (oversteer), isto é: tem tendência numa curva de sair de traseira e rodar ou se é sub-esterçante (understeer), isto é: sair de frente, não fazer a curva e ir para o acostamento ou pista oposta. Mas isto é muito claro em alguns carros e um tanto difícil de se definir em outros carros, pois muitos fatores estão em jogo. Muitos carros exibem os dois comportamentos e são conhecidos como NEUTRAL STEER. Por vezes estes comportamentos são quase iguais e por vezes um nitidamente preponderante sobre o outro. Quem dirigiu Opala e Fusca sabe que ambos são oversteer, pois adoram sair de ré e rodar. Quem já dirigiu um carrão americano antigo (Cadillac, Chevrolet, Ford, Mercury, Dodge, etc.) sabe bem que eles adoram sair de frente. Penso que os Jipes Toyotas Band têm mais tendência em sair de frente, mas em certas condições poderão também sair de traseira, rodar, derrapar...
Há uma regra (sujeita a muitas exceções) dizendo que o veículo é Understeer (sai de frente), deve-se inicialmente colocar uma barra estabilizadora no outro eixo (traseiro), de forma que o eixo traseiro "escorregue mais" e com isso, você tenha um comportamento mais NEUTRO. E se o carro é Oversteer (sai de traseira) deve-se colocar uma barra estabilizadora no eixo dianteiro forma que o eixo dianteiro "escorregue mais" e você tenha um comportamento mais NEUTRO. Será que estas regrinhas tem grande valor? Penso que o valor é escasso. O que vale mesmo é colocar a BE, seja dianteira, traseira ou ambas e verificar o comportamento do carro na pista de testes. Aliás, é exatamente isto que as montadoras fazem.

Anexo 455769Anexo 455770 Anexo 455771

Amanhã, se der tempo vou terminar postando tudo que sei sobre força centrífuga, velocidade, centro de gravidade, limites, etc.

Bem colocado mesmo cap... mas e nas valas deixadas por trafego de caminhões pesado nas pista... a BH. corrigi aquelas puxadas de um lada pra outro a minha tinha esta tendência mas depois de uma serie de trocas de componentes melhorou e muito mas ainda fica um pouco nas valas sera que a bh. corrigi esta falha ??


Band amarela 91 OM 364:safari-rig:

Falando em BE, coloquei na traseira do Toyossauro e fui ver hoje como ficou. Achei o serviço bem feito e bem pensado. O mecânico(Nenem) já usa na dele há algum tempo e disse que o resultado é positivo. Algumas fotos.



Anexo 455780 Anexo 455781Anexo 455782Anexo 455783Anexo 455784


Um abraço.

Márcio Humberto

Marcio já andou com ela sentiu melhorias.... e qual barra e esta de que carro



Band. Amarela 91 OM364

Sebastião, boa tarde.

Sim, andei e notei que ela está mais "firme" nas curvas. Entrei "quadrado", a propósito, em um retorno que sou acostumado a fazê-lo, ai vi que a coisa ficou diferente, para melhor! Acho que valeu a modificação.

A barra usada foi a dianteira do ômega. Pegamos várias e saímos testando qual a que daria melhor. Para adaptar na configuração atual da viatura, a que deu certinho foi essa!

Um abraço.

Márcio Humberto

Citação:

---

Postado originalmente por MarcioNatal

Sebastião, boa tarde.

Sim, andei e notei que ela está mais "firme" nas curvas. Entrei "quadrado", a propósito, em um retorno que sou acostumado a fazê-lo, ai vi que a coisa ficou diferente, para melhor! Acho que valeu a modificação.

A barra usada foi a dianteira do ômega. Pegamos várias e saímos testando qual a que daria melhor. Para adaptar na configuração atual da viatura, a que deu certinho foi essa!

Um abraço.

Márcio Humberto

---

Meus parabéns pela engenhosa adaptação. No final de todo este debate salutar as teorias devem ceder terreno à prática e à experimentação. Só após a instalação e teste de pista é que poderemos realmente saber se a barra instalada funciona bem. A teoria aponta a barra traseira como muito boa, mas também não condena a barra dianteira. Na minha modesta opinião os nossos Jipessauros têm mais tendência a sair de frente (UNDERSTEER) e portanto a BE traseira deveria ser a primeira a ser lembrada. Mas estes Jipessauros, em determinadas circunstâncias porém sair de ré (OVERSTEER) e rodar. Eu achei uma BE dianteira a preço módico e instalei. Melhou, mas está muito longe de ficar parecido com um carro de passeio. Se eu não tivesse encontrado esta BE certamente estaria fazendo esta adaptação que você fez. Pela postagem do Elmer dá para ver que a Toyota instalou BE traseira no FJ40 e FJ45 Landcruiser. Se a montadora optou por BE traseira é porque ela realmente funciona.

Singelos princípios de Física elementar (mecânica)

Um corpo de massa M em linha reta tem uma velocidade constante V e percorre uma distância S em determinado tempo t. Então chama-se velocidade a distância percorrida neste intervalo de tempo. Ou seja V = S/t
Exemplo: V = 100 Km/h ou seja, este corpo percorre 100 Km em uma hora.
Mas para que esta velocidade seja aumentada ou diminuída é necessário uma aceleração A, que poderá ser positiva (acelerar) ou negativa (frear). A aceleração é a variação da velocidade num certo intervalo de tempo. Ou seja: A = V/t
Mas V = s/t
Então A = V/t/t = V/t²
Pelas Leis da Física quando um corpo de massa M está submetido a uma aceleração A isto se constitui numa força F (massa x aceleração = força). Se esta aceleração for a gravidade esta força se chama peso.
F = M x A = M x V/t²
Mas também será necessária uma aceleração para desviar a trajetória do corpo de massa M, mesmo que ele se mantenha em velocidade constante. É o caso do movimento circular uniforme, onde a velocidade de rotação é constante, porém a cada ponto a trajetória vai sendo desviada, desenhando um círculo e não mais uma reta. O exemplo mais simples e interessante é da pedra amarrada a um barbante sendo girada. A tração do barbante faz a pedra mudar de direção a cada ponto, sempre em direção ao centro do círculo que está descrevendo. Esta aceleração chama-se centrípeta e multiplicada pela massa M torna-se a força centrípeta (força = massa x aceleração). O que mantem o barbante esticado é a velocidade angular da pedra que tem a tendência de sair pela tangente do círculo. Isto é chamado impropriamente de força centrífuga. Se uma aceleração angular agir sobre a pedra aumentando muito a rotação o barbante poderá se romper e a pedra sairá pela tangente no mesmo instante. Existem exemplos históricos disto, como a funda com a qual Davi derrotou o gigante Golias e o esporte greco-romano de arremesso do martelo.
Anexo 455820 Anexo 455821

É intuitivo que no movimento circular o raio e o ângulo percorrido são as variáveis mais importantes.
O ângulo Ψ = S/R e S = ΨR
A velocidade angular Ω = Ψ/t
Quando Ψ = 360º temos uma volta completa e o distância percorrida é o comprimento da circunferência: 2∏R e Ω = 2∏R/t
Velocidade linear do corpo = velocidade angular x Raio, isto é: V = ΩR
Anexo 455814 Anexo 455815 Anexo 455816

Outro exemplo é um carro que vem em linha reta e começa a fazer uma curva (circular-elíptica). Mesmo em velocidade constante irá surgir uma força centrípeta ao sair da reta e começar a descrever a curva. Se a velocidade do veículo for elevada e o raio da curva for pequeno a força centrípeta poderá subitamente desaparecer (derrapagem), pois quem faz o papel similar ao barbante da pedra (exemplo anterior) são os pneus aderentes ao solo. E aí o carro sairá pela tangente. Repare que se a força centrífuga realmente existisse o carro não sairia pela tangente e sim na direção oposta ao centro do círculo naquele instante.
Anexo 455817 Anexo 455818 Anexo 455819 Anexo 455828
Figura carro
Imaginemos que este carro está no meio da curva. A força centrípeta age nos pneus e está representada por f1 + f2. Peso do carro está também agindo nos pneus (N1 e N2), desigualmente distribuído. A resultante destas forças ainda está equilibrada e o veículo inclina, mas não tomba. Todavia o centro de gravidade (CG) é representado por um X de cor verde e nele as somas dos momentos de força (peso x metade da largura do veículo) + (força centrífuga x altura do CG) devem ser zero. Peso, altura do CG e metade da largura são constantes. Mas conforme o carro acelera a sua força centrífuga (o correto seria chamar de aceleração tangencial) aumenta, a equação de soma dos momentos de força deixa de ser zero, os pneus vão perdendo aderência e a força centrípeta vai deixando de existir. Então o carro derrapa, sai pela tangente e pode até tombar e capotar. O limite aqui é muito claro, até intuitivo e é dado pela velocidade, pelo raio da curva (mais fechada ou mais aberta) e altura do CG. Quanto mais alto o CG menor deveria ser a velocidade para equilibrar a equação dos momentos. É neste ponto que a BE pode ser útil, pois o peso do carro fica melhor distribuído nos pneus daquele eixo e mantem a aderência por mais tempo, além de inclinar menos o veículo. Mas tudo isto dentro de limites, pois uma velocidade muito elevada vai terminar em perda de aderência, derrapagem, saída pela tangente, etc. O Jipe Band tem um CG elevado, bem mais alto que um carro de passeio. Um carro de corrida tipo Fórmula Vee, que corre em Interlagos tem uma altura de CG de 10 a 15 cm do solo. O Jipe Band deve ter um CG próximo de 1 metro! Por isso um FVee pode fazer uma curva a 120, 150 Km/h e andar na pista sempre perto do limite. Com o Jipe Band dá-se o oposto, pois como o CG é muito alto o limite de velocidade segura é relativamente baixo.

Anexo 455822 Anexo 455823 Anexo 455824

Usando o mínimo de fórmulas e apenas simples conceitos da Física acho que podemos entender como funciona a BE, seja dianteira, traseira ou ambas e também o que esperar desta peça nos nossos veículos. O calcanhar de Aquilles dos jipes é realmente a altura elevada do centro de gravidade e portanto não podemos esperar da BE mais do que ela nos pode dar! Afinal, não dá para tirar sangue de rabanete só porque é vermelho! As figuras falam mais do que as palavras e muitas variáveis estão em jogo, tais como largura e desenho dos pneus, peso do carro, velocidade ao iniciar da curva, frenagem antes e durante a curva, estado dos amortecedores, molas, raio de ataque da curva (rota escolhida para abrir ou fechar a curva), etc. Desejo a todos ótimas viagens e passeios com suas Bands.

Citação:

---

Postado originalmente por sebastiao colombi

Bem colocado mesmo cap... mas e nas valas deixadas por trafego de caminhões pesado nas pista... a BH. corrigi aquelas puxadas de um lada pra outro a minha tinha esta tendência mas depois de uma serie de trocas de componentes melhorou e muito mas ainda fica um pouco nas valas sera que a bh. corrigi esta falha ??


Band amarela 91 OM 364:safari-rig:

---

Sebastião, me desculpe se não tiver entendido sua pergunta. A barra estabilizadora (BE) não é útil em trilhas e pode até atrapalhar. Então no caso de trafegar por estradas com valas provocadas por caminhões eu não usaria BE. Abraços.

Sim na trilha eu sei... mas aqueles defeitos de pista onde a frente da uma dançada, a barra estabilizadora não corrigi certo...

Citação:

---

Postado originalmente por sebastiao colombi

Sim na trilha eu sei... mas aqueles defeitos de pista onde a frente da uma dançada, a barra estabilizadora não corrigi certo...

---

Colombi,
Nessas galhadas o problema está no jogo (folgas) do sistema. Normalmente o que dá mais folga é o pino central, que requer constantes ajustes na bucha cônica. A solução é a troca por um pino roletado.
Outra coisa que ajuda é o amortecedor de direção.

Hercílio a minha já esta rolamentado e também coloquei os amortecedor de direção certo....a pergunta e se colocar a barra iria melhorar quando sair para o acostamento ou asfalto irregular ... se for so para corrigir em curva a minha e boa em curva Hercílio ok ..


Band Amarela 91 OM364

Blz Marcio a do ômega e bem reforçada mesmo...