Postado originalmente por
Renato Fraga
Amigos;
Essa questão de prestar socorro tem que ser vista com muita cautela.
No caso aqui, seria mais uma justificativa para o excesso de velocidade. Isso cabe mas...
Na realidade se vale mais para algum passageiro do carro durante o trajeto.
Essa de prestar socorro a um desconhecido é uma questão muito delicada e que pode te colocar em situação de complicação. Acarreta em uma série de outras responsabilidades que deverão ser apuradas posteriormente.
Vamos aos fatos:
Certa vez um tio meu voltando de um sítio que possuía, num domingo fim de tarde, observa um casal pedindo socorro na beira da estrada e um carro (taxi) caído numa ribanceira, onde o motorista encontrava-se morto preso às ferragens, de forma que não deixava dúvidas.
Sem pensar duas vezes, colocou o casal em sua Pick Up e conduziu-os até o hospital mais próximo avisando antes um comerciante de beira de estrada o que havia ocorrido pedindo que chamasse a polícia para atender a ocorrência no local do acidente. Ao chegar ao hospital a mulher estava desfalecida e ele precisou ajudar a colocá-la em uma maca e logo em seguida foi inquerido pelos funcionários do hospital a respeito do ocorrido para conduzir os procedimentos emergenciais. Nessa ele teve que assinar uma ficha entre outros documentos.
Dias depois bate à sua porta um oficial de justiça o intimando a prestar depoimentos a respeito do ocorrido. resumindo a história, o casal estava sequestrando o taxi, numa reação do motorista, ele baleou a mulher e o outro homem acabou matando o motorista a tiros o que provocou o descontrole do carro e o acidente propriamente dito.
Nessas ao dar entrada no hospital, constatou-se que o ferimento da mulher não era por traumatismo e sim por arma de fogo e imediatamente foi informado à polícia. Ao questionar o casal sobre quem prestou socorro, disseram que era um comparsa deles que havia ficado com o produto do roubo.
Resultado: Meu tio é quem teve que se aborrecer para provar que ele simplesmente havia atendido a um pedido de socorro ao longo de quase 3 anos.
Agora se a tal pessoa que você está socorrendo morre no trajeto, a dor de cabeça é ainda maior. É você que terá que dar explicações do que aconteceu com ela.
Por outro lado, recentemente, uma família amiga minha, estava viajando do interior de São Paulo em direção ao litoral quando uma senhora de 60 anos passageira do carro teve um mau súbito, e entrou em crise convulsiva provocada por um AVC. O motorista, genro dessa senhora não teve dúvidas em acelerar o máximo que podia em direção à cidade mais próxima afim de prestar o devido socorro. Foi quando no caminho foram abordados por um policial rodoviário que ao ver a situação não só autorizou o motorista a prosseguir viagem como fez escolta em alta velocidade até o hospital afim de dar segurança às pessoas passageiras do veículo.
Portanto, é um argumento que cola esse de que está prestando socorro, mas não é uma coisa tão simples pra ser usada a qualquer descuido.
E prestar socorro não é encaminhar uma pessoa até o local de atendimento, e sim garantir que o atendimento adequado será realizado.
Portanto, se estiver diante de um acidente ou qualquer outra cituação em que uma pessoa necessite de atendimento, não a coloque em seu veículo, chame ambulância, resgate, SAMU etc etc etc. Assim você estará prestando o devido socorro.
Abraços a todos