Detalhes da bomba elétrica do tanque e informações
Citação:
Postado originalmente por
JRoberto
Também fiz esse teste a um tempo atrás e por várias vezes deu a mesma vazão da sua, 300 ml. Procurei por alguma informação mas, nunca achei nada a respeito. Como a minha vtr tá normal, andando bem, acho que essa vazão deve ser a normal, porém nunca medi a pressão.
Anexo 554722
Bom, a pressão da bomba elétrica do tanque é de 3 BAR, o que dá aproximadamente 300ml nesse teste simples que vocês fizeram, indicando que a vazão da bomba elétrica está aparentemente "boa".
O sensor do coletor da Ranger 3.0 é um sensor TMAP (Temperature and Manifold Absolute Pressure), assim ele mede a temperatura do ar admitido no coletor e a pressão desse ar. A "bolinha" que se suja e o pessoal limpa por aí é um termistor NTC, ou melhor, o sensor de temperatura. O diafragma que faz a leitura da pressão fica do lado de dentro de onde está a base dessa "bolinha", às vezes impossível de se ver, dependendo da posição. Ele também se suja, mas como já disse o Imperador, tem de estar muito sujo mesmo para influenciar em alguma coisa. Esse diafragma é bem difícil de limpar. Já o barômetro que fica dentro da central serve para ajudar a determinar a altitude. Apesar do TMAP também ser uma espécie de barômetro, ele mede a pressão confinada dentro do tubo coletor, que já é pressurizado pela compressão da turbina. Isso só é igual a pressão atmosférica do ambiente, medida pela central usando o outro sensor, quando o motor está parado.
Falhas no sensor TMAP são bastante sérias para o funcionamento do motor. É preciso calcular o volume do ar admitido para poder saber quanto de combustível é necessário injetar. Sem a temperatura e a pressão, é impossível calcular o volume de ar, assim a central "chuta" um valor intermediário de combustível (entrando assim no modo de emergência).
O volume do ar que entra nesse carro depende basicamente da turbina (através de uma bombinha de vácuo que mexe no wastegate) e da temperatura desse ar admitido, quanto mais frio, mais volume. É aí que entra o intercooler, para ajudar a manter o volume do ar admitido maior, deixando-o mais frio. Para fazer a mistura ser estequiométrica (na mesma proporção), a central tenta injetar mais ou menos combustível de acordo com o volume de ar, ainda que você pise no acelerador até o fim. Pisar num acelerador eletrônico faz você dizer a central "eu quero mais", mas ela só atende bem a esse comando se as condições permitirem. É bom não esquecer que a ignição do diesel ocorre por compressão ao invés de faísca, e esses momentos são em tempos bem definidos. A tolerância da mistura ar-combustível é mais apertada do que nos carros à centelha. Carros a diesel em geral não possuem "borboleta", para controlar a entrada do ar. Isso fica a cargo da aspiração do motor, que varia conforme a queima ocorre.
Infelizmente o desenho do motor 3.0 é bem grande para a caixa da Ranger, desenhada para o motor 2.8 (substituído à partir de 2005). Isso faz com que o chicote do sensor, que fica preso na parte mais atrás da entrada de ar que vai para o turbo. fique muito dobrado. Ele fica relativamente pressionado contra a parte de trás, abaixo de onde fica a central. Pressionado até o ponto de causar fadiga dos fios no pé do conector. Assim, não é raro que um ou vários fios se quebrem, ou fiquem interrompidos dentro da capa plástica. Quando algum desses fios se quebra, o defeito varia, dependendo do que foi que quebrou. Para se ter uma idéia, eu estava viajando no interior do Piauí e de repente o carro começou a dar solavancos bem fortes, semelhantes aos defeitos relatados aqui. Era o fio verde (pressão) se partindo, causando medidas de valores muito diferentes que confundiam a central por causa do mal contato. De cara logo olhei para o gráfico do turbo (a minha é Limited) e vi o indicador de falha ser exibido, onde as três primeiras barras piscam três vezes, depois ficam permanentemente acesas. Infelizmente isso só é exibido nas Ranger que tem gráfico do turbo no painel.
Se o fio que corresponde a alimentação do TMAP se partir, ambos os sensores param e a central de imediato aciona a luz de falha do motor, uma vez que sem saber a temperatura do ar admitido e a pressão dele, não dá para calcular o volume. Sem saber qual o volume do ar, não dá para saber quanto diesel injetar naquele momento. Aí é chute. O modo de segurança é ativado.
Se o fio do sensor de pressão partir, a central pode entender que há um defeito no TMAP e piscar as três primeiras barras três vezes, ou outra quantidade de vezes, especificando qual foi o erro. Depois disso, as três primeiras barras ficam permanentemente acesas (perda de comunicação com o sensor de pressão) ou piscando mais 3 vezes (se os fios ainda fazem algum contato). Esse liga e desliga pode dar uns solavancos bem fortes, deixando o motorista assustado. Sem saber a pressão, a central chuta um valor médio, injetando combustível em quantidade errada que aumenta muito o nível de fumaça preta. Acelerar lentamente ajuda a diminuir a emissão de fumaça.
Já se o fio do sensor de temperatura partir, a central não tem como saber a temperatura do ar comprimido pela turbina, também importante no cáculo do volume de ar, e assim erra a mistura de novo. Esse problema não é percebido diretamente pela central, assim geralmente não há indicação ou código de erro. É necessário usar um scanner decente para ver a temperatura lida pelo TMAP.
Lembrem-se que a central controla o volume de combustível, mas não o volume de ar que entra, assim ela tenta manter o volume de combustível proporcional ao do ar, que ela não consegue determinar nesse caso (e pode pensar que o volume está pouco, diminuindo a injeção ou muito, aumentando a injeção).
O sensor de temperatura externa é utilizado em conjunto com o barômetro que fica dentro da central, para determinar a altitude. A central equilibra a mistura a medida que o ar fica mais rarefeito (subida, menos volume de ar) ou menos rarefeito (descida, mais volume de ar). Mesmo nos modelos que não mostram a temperatura ou altitude no painel, ambos os sensores estão presentes.
Se a central achar que há maior volume do ar na hora errada é prejudicial. Isso faz o motor sobreaquecer devido a mistura ficar muito rica, causando outro defeito agravante, que é a central diminuir a injeção por sobreaquecimento. Esse motor diminui a injeção em casos extremos, como um sobreaquecimento, por exemplo. O carro assim acaba ficando "fraco".
Se a central achar que o volume de ar está menor na hora errada, vai diminuir a injeção de combustível tentando manter a estequiometria, dando a impressão que o carro está "fraco". No final, ele sempre fica "fraco" para proteger o motor.