Postado originalmente por
Edumar
Indeciso,
Todo novo lançamento vem acompanhado de pequenos (ou grandes...) problemas "ocultos", que por mais que os fabricantes realizem testes, acabam aparecendo somente nas mãos dos usuários.
Muitos destes problemas surgem em decorrência do modo de utilização individual, que nem sempre são simulados em testes de fábrica.
Imagine a diversidade de formas de utilização que cada comprador faz de seu veículo, que pode ser utilizado em asfalto, somente em terra, com uma "pisada" mais forte ou sempre usado de forma tranquila em baixas rotações, carregado ou descarregado, só com álcool ou com gasolina, enfim, é impossível simular em fábrica todas as condições em que os veículos serão utilizados.
Além disso, depois que os protótipos são testados, podem ocorrer algumas mudanças de última hora, que podem introduzir algum problema que será conhecido somente depois de algum tempo de uso.
É fácil perceber isso pela quantidade de recalls que vemos anunciados frequentemente, em qualquer marca ou modelo de veículo (até nas marcas mais conceituadas).
E os recalls anunciados só abrangem defeitos mais graves, imagine a quantidade de pequenos problemas que surgem e que não recebem qualquer publicidade.
Trabalhei na VW, Ford e GM, e posso te afirmar que modelos novos (e mesmo mais antigos que sofrem modificações) estão sujeitos a muitos problemas.
Voltando à S10...
É sabido que a nova S10 nasceu com vários problemas (aliás... vários outros modelos novos da GM e de outras marcas também). Os modelos 2012 e 1013 tiveram problemas crônicos com o motor diesel, com suspensão, câmbio, e alguns outros. Isto está na internet, basta fazer uma busca.
Quando isso ocorre, existe um certo delay até que o fabricante providencie as alterações nos próximos veículos que serão fabricados.
Primeiro as autorizadas vão informar o fabricante sobre a frequência destes problemas, em seguida a fábrica vai avaliar a necessidade de uma correção no projeto ou no controle de qualidade do componente (pode ser apenas um lote de componente defeituoso e o problema desaparece normalmente nos novos produtos). Se constatado um erro de projeto, todo este material vai para a engenharia da fábrica, que vai coletar novas informações, realizar testes, simular o defeito, visitar concessionárias para averiguar o problema, etc. Muitas vezes o caso é compartilhado com outra unidade de GM, quando se trata de um veículo mundial.
Identificada a causa do problema, é gerado um relatório que vai para aprovação, análise e encaminhado para providências.
Havendo a necessidade de modificar ou fabricar algum componente, o fabricante da peça é acionado para desenvolver o projeto (na verdade o "fabricante" do veículo é apenas um montador, recebendo a grande maioria das peças de terceiros).
O fabricante da peça vai desenvolver a engenharia do novo produto, fazer as correções necessárias e providenciar os dispositivos necessários para o processo produtivo do componente, que pode incluir moldes, ferramentas novas de montagem, treinamento do funcionário, etc..
Depois de obtido o novo componente (protótipo) ele vai para testes, se necessário, para depois ser aprovado pela montadora para que seja fabricado em série. Somente depois de produzida uma quantidade significativa do componente ele vai para a montadora para equipar os novos modelos, e depois para as autorizadas (normalmente demora bem mais) para que os veículos já produzidos sejam corrigidos, acompanhado de um boletim técnico.
No caso da S10, eu percebi que alguns problemas sofreram alguma lentidão neste processo.
Nos modelos 2013 e 2014 ainda se discutia muito sobre os problemas de suspensão, câmbio, motor, etc... e que atingiram muitas unidades
As soluções parecem ter começado a chegar somente em 2014, e isso, segundo a impressão que tive, somente em meados daquele ano. Mas, outras reclamações surgiram.
No modelo 2015, segundo me informaram um engenheiro da GM e técnicos das próprias concessionárias, a GM realizou muitas mudanças, de motor, suspensão, câmbio, isolamento acústico, freios, e outros menores.
Eu tive o modelo 2014 e atualmente o 2015. Percebo que até detalhes receberam alguma atenção (borrachinhas em tampas para evitar vibrações, pequenos detalhes de acabamento, etc).
Novamente, isso não é privilégio da S10, e problemas semelhantes aconteceram também com a nova Ranger (muitos podem confirmar isso) e não tenha dúvida que vão surgir na nova Hilux, Frontier, Triton, etc... Talvez em menor quantidade, pois, na minha opinião, o cuidado dos fabricantes japoneses é muito maior.
Quanto mais novo o seu veículo, menor a probabilidade dele ter muitos vícios de projeto e fabricação.
Isso não significa que um 2014 vai ter muitos problemas. Alguns já foram corrigidos, e outros são reparados nas revisões, muitas vezes sem você tomar conhecimento (o pior é quando esperam você reclamar para que façam o ajuste necessário...).
Numa Nissan que tenho, e que levei para fazer a revisão dos 10K, me disseram que incluíram uma peça de borracha no fechamento da tampa do capô, pois foi detectado um ruído naquele ponto. Eu nunca percebi nada, e nem vi onde colocaram isso. Sinceramente acho a Frontier até silenciosa demais. Mas, alguma modificação o componente sofreu, ou alguma variação no processo de fabricação ocorreu para aplicarem essa correção.
Foi isso o que eu quis dizer em relação aos probleminhas chatos das primeiras unidades, que na minha opinião tiveram uma resposta muito lenta do fabricante, e em 2014 alguns destes problemas ainda incomodavam os consumidores.
Abraços