Postado originalmente por
AlexNogueira
Olá, Marcelo,
Bastante interessante o teu depoimento, nessa saudável discussão que pode ajudar que tem dúvidas quanto à viabilidade de colocar o GNV...
Na minha opinião, vc deu números para a tragédia... Veja, vc ficou com um carro extremamente resistente por apenas 3 anos e 115.000km... Isso pode não ser suficiente para o GNV demonstrar seus efeitos na Pajero ou na Cherokee. Teu motor pode ter estourado o cabeçote, logo depois, ao invés de resistir 1.000.000km (como se vê facilmente nos EUA, por exemplo)...
Outro ponto: como vc mesmo diz, a taxa de compressão PRECISA ser 15:1 nos cilindros... Na Cherokee é 9:1... Não existe vela nova nem cabo novo que compense isso! E teus cilindros falhavam, sim, MUITO, rsrsrs... Mas eram na maioria falhas imperceptíveis ao ser humano, embora danosas ao motor, especialmente ao cabeçote. Um cilindro detona a mistura 10 VEZES POR SEGUNDO, se ele falhar 3 vezes, nem o melhor mecânico percebe! Mas ocorrerão desequilíbrios de forças e o cabeçote é o ponto mais fraco que suporta isso. Resultado: no mínimo empenamento. Não é acúmulo de resíduos que afeta o cabeçote é a distribuição desordenada das cargas (que se agrava com os resíduos, que são aumentados pelas falhas,...)
Vc bem mencionou a necessidade de troca de velas e cabos com maior frequencia bem maior do que o normal. Para ter uma ideia, só em velas, sem a mão de obra, gasta-se MIL REAIS nas 16 velas da Cherokee... Claro, do tipo CORRETO, não a "xing-ling da 25 de março que funciona igual"... Vc vai me dizer que quem coloca GNV na Cherokee vai trocar essas velas com maior frequencia???? NUNCA... Vai deixar o motor falhando, os problemas se agravando, até se livrar do carro...
Um particular na tua experiência é que vc usava gasolina de EXCELENTE qualidade, sem álcool... Nem dá pra comparar com a brasileira! Isso COM CERTEZA explica os 115.000km que vc ainda conseguiu, além do cuidado extra que vc mantinha com a manutenção...
É diferente, lógico, quando todo o sistema é PROJETADO para GNV... E não é à toa que a dupla é GNV/DIESEL, é principalmente pela taxa de compressão, como expliquei acima. Quando projetarem e venderem aqui um motor a GNV eu poderei comprar, sem problemas...
Abraços!