A DOENÇA INFANTIL DA SOCIOLOGIA: O BOQUIRROTISMO
Vocês conhecem Ignácio Cano? Não? Pois bem, ele é um sociológo aqui do Rio e que bradou a quem quisesse ouvir que, se os americanos invadissem o Iraque, serviria de escudo humano para defender o sofrido povo iraquiano. Bom, quando os americanos invadiram mesmo o Iraque, o sr. Cano se lembrou que tinha um compromisso muito importante (não sei se ele tinha que levar sua avó na musculação ou a lagartixa no veterinário) e não poderia ir. Foi mal.
Hoje em dia, na maior cara de pau, ele continua dando seus pitacos sobre assuntos que julga pertinentes à sua area, ou seja, tudo. Caso clássico de "boquirrotismo" ou Mal do Boquirroto que sempre atinge sociólogos diante de holofotes.
Agora foi o caso do senhor Antônio Rangel Bandeira. A qual entidade ele pertence? Claro, o Viva Rio. Num debate entre os bonzinhos que vão votar SIM (o caso dele) e os malvados que vão votar NÃO, ele teve uma crise de boquirrotismo das brabas. Abro aspas:
"(...) o sociólogo Antônio Rangel Bandeira (...) disse que o voto "Não" representa o Brasil arcaico, machista e subdesenvolvido, enquanto o "Sim" representa o país moderno e democrata."
Até agora estou tentando ver onde me enquadro, pois não me considero arcaico, nem subdesenvolvido e muito menos machista. Me considero até onde posso ver um homem moderno e democrata. Tão democrata a ponto de despencar para a minha zona eleitoral no próximo dia 23 de outubro e votar NÃO, mas um NÃO consciente, além de maniqueísmos baratos que este senhor bobinho tentou impor num debate que, creio eu, requeria alguém mais preparado intelectualmente. Bom, talvez por isso o NÃO esteja na frente...
Mas é isso que dá colocar para debater alguém que pertence a uma entidade que se notabilizou por organizar passeatinhas inócuas, ingênuas, que não diminuíram em um único pontinho percentual o índice de violência nessa cidade. Por que ele não sobe o morro e diz para o chefe do tráfico da Rocinha ou do Vidigal (favelas da Zona Sul, claro. Em Vigário Geral esse tipo de gente só vai quando tem TV) que ele é arcaico, subdesenvolvido e machista?
A propósito: quem banca o Viva Rio? Há algum recurso público envolvido nisso? Se há (e acredito que há), que direito esse sujeito tem de me chamar de machista, subdesenvolvido e arcaico se é com o dinheiro dos meus impostos que o "brinquedinho" dele é financiado?