Troca do chicote elétrico do motor – Parte 1
Finalmente tomei a coragem de trocar aquele chicote elétrico ressecado, duro como uma barra de ferro, que fica em cima do motor e pega tudo o seu calor e dá inúmeros problemas de má contatos. Aliás, os norte-americanos falam de “electric gremlins” para o XJ…
Só um exemplo de problema que se encontra com um chicote elétrico de 20 anos de idade...
Anexo 567556
Realmente, recomendo MUITO a vocês fazer esta obra, porque é TÃO BOM depois!
Vocabulário:
Terminal: pequena peça de metal em qual está crimpado o fio e, na maioria dos casos aqui, a junta de vedação.
Connector: a peça de plástico dentro qual estão vários terminais e que coneta ao sensor. Anotado “Cxxx” no FSM.
Splice: junção entre vários fios, diretamente, sem o meio de um conetor. Anotado “Sxxx” no FSM.
Splice terminal: pequena peça de metal em formato de “U” para emendar vários fios entre si e para ser crimpada.
Ground: aterramento. Anotado “Gxxx” no FSM.
É claro, vocês podem encomendar quase todos os conetores em lojas como por exemplo na RockAuto sem ter que se preocupar em saber qual modelo é, mas os terminais já vêm montados (com fios de cores genéricas idênticas e que obriga fazer uma emenda adicional) e com um preço bem salgado.
Então passei um tempo pesquisando qual era (quase) cada tipo de conetor e qual tipo de terminal usava. Coloco aqui este resultado, já que não encontrei informação equivalente e tão completa em nenhum fórum, mesmo norte-americano.
Notas:
- Vou usar principalmente o nome em inglês dos conetores/sensores, já que usamos, na maioria dos casos, o FSM em inglês.
- Lembro também que meu carro é um 99, equivalente a um 99 dos EUA, mas ainda com peças de um 98 dos EUA, como é por exemplo o caso do conetor para a pressão do óleo do motor (2 fios em vez de 3 como no 99 US). Recomendo a vocês checar a correspondência entre os tipos dos conetores, a quantidade e as cores dos fios dentro seu carro e o que está no FSM.
- Não esperem fazer o trabalho sem retirar o chicote por completo do carro: por causa da idade e da temperatura sob qual ficou o chicote, os fios estão rígidos, grudados uns aos outros e fica impossível trabalhar na parte atrás do motor com o chicote no lugar.
O que vão precisar antes de começar:
- A seção elétrica 8W do manual de reparo (FSM) do ano do seu carro;
- Todos os conetores que pretendem trocar;
- Terminais (não montados) e juntas de sobra, de cada tipo;
- Todos os fios com as cores e a qualidade adequadas (tipo GXL);
- Grampos para fazer junção de fios (splice) pequenos, médios e grandes;
- Luvas termocontráteis de boa qualidade (grossas e com resina dentro) para proteção das emendas;
- Mangueiras flexíveis de proteção dos chicotes de diferentes diâmetros;
- Alicate para crimpagem dos terminais (espero que é a tradução certa – crimping tool);
- Alicate para crimpagem dos grampos para junção de fios (splice) (morsa diferente que aquela para terminais);
- Alicate decapador de fios;
- Alicate de corte diagonal pequeno;
- Fita isolante de qualidade Tigre ou 3M;
- Fita isolante tecido, mais grossa, para segurar e proteger das fricções as bifurcações e dentro da trilha de plástico, tipo Tesa #51026;
- Estação de solda;
- Produtos para solda.
Composição do chicote elétrico:
Na ordem, começando pelo PCM:
- conetores C1 (preto) e C2 (branco) do PCM.
Após a bifurcação em “T” atrás do motor, por cima do motor:
- 6 conetores tipo EV1 dos injetores; recomendo gravar em cada conetor o número do cilindro;
- conetor do crankshaft position sensor (3 vias, preto);
- conetor do idle air control motor (4 vias, preto);
- conetor do intake air temperature sensor (2 vias, cinza);
- conetor do manifold absolute pressure sensor (3 vias, preto);
- conetor do throttle position sensor (3 vias, natural – creme claro).
Depois da trilha dos injetores:
- conetor do engine coolant temperature sensor (2 vias, preto);
- conetor do oxygen sensor upstream (4 vias, redondo, cinza), chicote segurado ao motor com uma abraçadeira de metal.
Voltando à bifurcação em “T”:
- conetor C107 (14 vias macho, preto).
Correndo no lado passageiro do motor:
- conetor do engine oil pressure sensor (2 vias, preto);
- conetor do camshaft position sensor (3 vias, cinza);
- conetor do ignition coil (2 vias, cinza);
- 2 terminais de aterramento G101.
Voltando perto do C107, outra parte correndo por cima do câmbio automático:
- conetor do transfer case switch (3 vias);
- conetor do vehicle speed sensor (3 vias, preto);
- conetor do oxygen sensor downstream (4 vias, redondo, cinza).
Antes de começar, é claro, é preciso desconectar os dois polos da bateria.
Desmontar o suporte do cabo do acelerador (três parafusos de 10 ou 11mm) e o suporte da caixa de entrada de ar (duas porcas de 10mm). Proteger a entrada do carburador para não cair sujeira dentro.
Anexo 567564Anexo 567565
Terminais de aterramento (ground) G101:
Estes ficam na parte inferior da bobina de ignição, segurados por duas porcas.
Anexo 567558Anexo 567559
Parte do chicote que corre por cima do câmbio:
A bifurcação está perto do conetor C107 e o chicote passa por trás da vareta do câmbio. Está segurado mais adiante por duas abraçadeiras de plástico.
Anexo 567560
Conetor C107, de acesso um pouco difícil do lado passageiro:
É do mesmo tipo que o conetor da pressão do óleo do motor, só que macho e de 14 vias, e o destravamento idêntico: primeiro a trava vermelha (A), depois a preta (B), na parte fêmea.
Anexo 567561Anexo 567562
Conetores em cima do coletor de admissão (intake manifold):
Anexo 567563
Desmontar e abrir a trilha de plástico dentro qual correm os fios dos injetores. Cuidado para não quebrar as peças.
Anexo 567566Anexo 567567
O chicote completo desmontado:
Anexo 567568