Sandro, fui ao Jalapão com esse pensamento, de que a região é deserta, poucas pessoas, risco de ficar horas sem ver alguém, mesmo pensamento que o seu.
Entretanto, percorrendo todo o circuito, tanto em final de semana, como também em dias de semana, não passei mais do que 2 horas sem ver um veículo.
Jalapão está sendo povoado rapidamente, devido ao potencial turístico da região. Os fervedouros estão com taxa padrão de R$ 10,00 qualquer um deles, independente da cidade. As cachoeiras variam de R$ 5,00 a R$ 20,00 e as agências de turismo estão explorando bem o potencial aventureiro da região.
Acampei em uma região de fazendas, entre São Félix do Tocantins e Novo Acordo, a uns 100 Km antes de Novo Acordo, próximo ao Rio Vermelho, local bastante afastado. Mesmo sendo uma quarta-feira, passaram veículos inclusive durante a madrugada. Ouvia os sons dos mesmos, pois acampamos a uns 100 metros da estrada, em local elevado, onde era possível visualizar os veículos vindo em ambos os sentidos a quilômetros de distância pelos seus faróis.
Estava prevenido, com equipamento de camping. Fomos acordados durante a madrugada por uma Anta, que veio curiosa pastar ao lado da barraca, mas que fugiu assustada com a luz da lanterna.
Quanto ao povo daquela região, foram bastante solidários em todas as cidades que passamos. Até mesmo o Sr. José Roberto, típico paulistano, proprietário da Pousada Panela de Ferro em Mateiros, foi de uma simpatia sem igual. Estando eu um tanto mal de saúde, fez questão de ir até a casa do farmacêutico da cidade com sua L200 Triton Savana, pois a farmácia já havia fechado, adquiriu uma medicação, e trouxe para mim até a pousada, mesmo eu insistindo que não precisava, quando me dei conta, ele já havia partido.
A grande maioria dos fazendeiros do circuito do Jalapão são pessoas simples, que possuem muitas terras, mas sem valor comercial, vivendo do turismo e da agricultura de subsistência, pessoas simpáticas e atenciosas.
Quanto a cidade grande, concordo contigo, pois menos em Palmas e em Goiânia, sendo 2 capitais de estados, encontrei pessoas que me atenderam muito bem e prestaram assistência em um nível que nunca tive em São Paulo.
Um exemplo foi o Sr. "Chiquinho" proprietário da pousada em Palmas, que nos hospedou sem sequer solicitar documento ou preenchimento de ficha de cadastro de hospedes, nem mesmo pagamento adiantado das 2 diárias. Mesmo sendo "Carreteiro" aposentado, contando suas histórias de assaltos, lugares que fazia fretes, seus quase 2 milhões de quilômetros rodados, etc. ainda assim demonstra confiança nas pessoas, que segundo ele, a vida lhe ensinou a detectar os bons e os ruins, pessoa muito boa.
Quando tiver oportunidade, vá sim ao Jalapão e curta bastante tanto os atrativos do lugar como as pessoas com quem você irá se relacionar pelo caminho.
Obrigado por nos acompanhar por aqui. Postarei vídeos quando chegar em São Paulo.