
Postado originalmente por
hugorangel
Jeison.
Dormimos duas noites em Ollantaytambo, de lá fomos de trem para Águas Calientes e dali ao Parque de Machu Picchu de micro-ônibus, ou seja, fizemos o clássico. Mas tivemos um bom tempo livre depois da visita ao parque para tomarmos umas boas cusquenhas em Águas Calientes, antes de voltarmos a Ollantaytambo.
Não haveria muito a relatar sobre o passeio a Machu Picchu, já que é destino amplamente divulgado, e o que posso acrescentar é que também achei fantástico. Mas um fato que se passou comigo é interessante para alertar aos viajantes que vão a qualquer país estrangeiro.
Olhem que estória: quando cheguei de volta em Ollantaytambo estava calor. Assim que cheguei ao hostal fui trocar a calça jeans por uma bermuda. Daí, ao procurar a carteira no bolso da calça já dobrada na mala para colocá-la no bolso da bermuda, surpresa - a carteira não estava. Vasculhamos todo o quarto, poderia ter caído no chão na hora que dobrei a calça, e nada! Aí dá aquele frio na barriga. Estavam lá: CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO, carteira de identidade (passaporte não, estava na mochila), 4 cartões de crédito, 3 deles habilitados pára uso internacional, talão de cheques, documento de propriedade da minha moto, e uma boa quantia em Soles que havia acabado de cambiar em Águas Calientes, com medo de não encontrar casa de cambio aberta em Cusco, já que estaríamos aqui em um fim de semana.
Bueno, primeira e maior preocupação: como iria me virar sem carteira de habilitação pra voltar até São Paulo. Segunda preocupação: os cartões de crédito em mãos habilidosas poderiam me trazer grande prejuízo.
Como a carteira não estava no quarto, deduzi que a perdi no trem, bolso da calça meio raso, sentado no banco do trem por uma hora e meia, é comum de a carteira escorregar pra fora nessa situação. Voltei imediatamente à estação e reportei o caso. O responsável chamou as duas pessoas que haviam feito a limpeza dos vagões para que o trem partisse de volta pra Águas Calientes. Nada foi encontrado.
O próximo passo foi ir à Comissaria de Polícia fazer uma denúncia de perda de "bilhetera", é como chamam a carteira aqui. Com isso, me garantiu o policial, eu poderia dirigir no Peru, utilizando uma cópia da tal denúncia, como uma cópia de B.O. para nós. Só que eu teria que pagar uma taxa no Banco de la Nacion para retirar a cópia no dia seguinte, e só tem agencia desse banco em Urubamba.
Estória longa. Próximo passo, bloquear os cartões... Esse o motivo do relato. Aos amigos que estão lendo, FIQUEM ATENTOS. No verso dos cartões de crédito que utilizamos existem números de telefone para chamarmos em caso de perda do cartão, no Brasil e no exterior. Pois bem, os números que estão ali NÃO FUNCIONAM. Pelo menos no caso dos cartões do Banco do Brasil. Levei pelo menos 3 horas para descobrir, com a ajuda da minha filha que ficou no Brasil, comunicando-me com ela pelo Skype, qual era o número correto para ligar. Portanto, quando forem viajar pro exterior, procurem se informar com seus bancos qual o número correto a ligar. Nem mesmo a central de atendimento do banco soube informar num primeiro contato. Só numa segunda tentativa minha filha teve a sorte de ser atendida por alguém que sabia a resposta certa. Isso é inacreditável. Depois de tudo isso, finalmente consegui fazer o bloqueio.
No sábado de manhã, sim, os bancos aqui abrem aos sábados, antes de sairmos para Urubamba, passamos novamente na estação para ver se não haviam encontrado a carteira depois de outras limpezas no trem, e nada. Fomos pra Urubamba esperar o banco abrir às 9 horas. Banco aberto, enquanto eu aguardava na fila, uma funcionária veio falar com o Luciano que ligaram do hostel dizendo que a carteira havia sido encontrada! Como já estava na minha vez, paguei a taxa, vai que tivessem encontrado a carteira totalmente vazia...
O final disso tudo parece inacreditável: a carteira foi encontrada...... pela minha esposa Fátima, DENTRO DA BOTA DELA!!!!
É isso, provavelmente, quando pendurei a calça pela barra para dobrar, a carteira caiu de maneira certeira dentro da bota!
O saldo disso tudo foi muito stress, nenhum documento ou dinheiro perdido, e 4 cartões de crédito destruídos, já que o processo junto ao banco foi traumático e de caráter irreversível.
É isso, parece estória de pescador mas aconteceu. Fiquem atentos!
Abraço a todos.
Hugo.