JAVALEIROS”: O JIPE JAVALI
Veículo robusto de expressão para aventura off-road e vocação para o uso militar, de manuseio fácil, e que deveria apresentar facilidade também na manutenção e reposição de peças, que poderia ter vida e produção por longa temporada, mas que infelizmente sucumbiu diante de problemas solúveis.
Jipeiro a 40 anos e 10 de javalizeiro, Mestre de Mecânica por profissão, penso que também contribuiu para o fracasso da marca, foi a criação de peças e formatos próprios, e devem ter acontecido vários outros eventos negativos para que o projeto não fosse adiante.
Nessas ultimas 4 décadas, passei anos sem carro de passeio, mas não passei nem um dia sem um jipe. Mas o passado passou, mas continua sempre presente, desculpe o pleonasmo figurativo.
A adoção de componentes (universais) comuns existentes no mercado, o usuário local ou importador encontraria peças em qualquer balcão do mundo... O usuário não ficaria refém exclusivo de peças e outros quesitos (manutenção), só fornecidos pelo fabricante, mesmo tendo o motor e outras partes híbridos de outros, veja algumas coisas, que se mudadas, teria ajudado o fabricante a não pecar tanto e não criar um estigma como alguns afirmam. Infelizmente a CBT ou MPLM, talvez por falta de visão estratégica ou talvez de investimentos adequados, criou uma boa maquina que ao pé-da-letra se fez alto-consumível que dentro de um vicioso e exacerbado buraco negro do mercado desapareceu. Uma questão de ótica. O resto é subjetivo.
1 – O hélice do ventilador é do MB 352, mas a bomba d´agua e Polia são exclusivas; (Poderia se optar pela bomba do MWM ou Perkins e polia universal)
2 – No Motor MPLM, as bronzinas, o retentor da frente do motor são do MB 352, no entanto as bielas e a Bomba de óleo são exclusivas. (As camisas poderiam ser as molhadas do MWM 229 e a bomba e Filtro de óleo do MB 352) Os filtros de diesel são Bosch 001 de ½ litro e a turbina, são suficientes.
3 – O diâmetro/Curso/Taxa iguais ao MWM 229, no entanto os pistões são exclusivos.(Os pistões e anéis poderiam ser do MWM 229)
4 – Os elementos dos bicos injetores são os mesmos do MWM 229, mas o restante a sua volta são exclusivos, a rosca do porta-injetor é igual a nenhuma outra.(Pode-se adotar todo o conjunto injetor do MWM 229,(mais curto)a pressão é a mesma basta escariar a quina do cabeçote em cada injetor, as válvulas de admissão e descarga também do D229.).
5 – A Bomba de transferência (Alimentadora) é diferente de qualquer outra, fixada apenas com dois parafusos, mesmo tendo elementos interiores universais, é um item exclusivo.(poderia ser a Bosch universal)
6 – A Bomba Injetora, de engenharia simples e robusta, que poderia ter seus elementos da Bomba Bocsh, ajudaria um pouco, totalmente estranha aos padrões universais do diesel. (poderia ser a Bosch universal em linha ou a CAV de uso geral) As maquinas reparadoras(bombistas) comerciais não conjuminam com a peça. O usuário ficou refém também de reparadores exclusivos e inexistentes. Quando parada fica em posição de débito máximo, a marcha lenta é conseguida graças ao contrapeso centrifugo(governador), que via de regra desregula e já destruiu muitos motores ao disparar sem controle do giro. O peso da Bomba Injetora toda de ferro é absurdo.
7 – Adotei direção hidráulica ZF do Diplomata. Os Eixos, dianteiros, com os cubos do Willys, e traseiros exclusivos dificultam a manutenção e a reposição de peças mesmo com rolamentos e retentores dos cubos universais, a ponta de eixo mais longa é da F-1000, a curta é exclusiva. (Existem no mercado eixos comerciais universais) O embuchamento do eixo dianteiro é por pivôs, que podem ser substituídos pelos da F-1000, sem problema algum, uma junta homocinética como da Hilux ia muito bem. Os molejos universais, porem mal dimensionados.(Recalibrar os molejos e substituir os dianteiros pelo do T Bandeirantes) – O chassis é ótimo, mas poderia ser pelo menos 500mm mais longo -Sistema de freio, o disco dianteiro é exclusivo. O freio traseiro tem vários itens universais.(A adição de servo-freio e pedaleiras suspensas, melhoraria o que já é bom).
8 – A Caixa de Marchas genérica da CL-260, tem quase todos seus componentes internos exclusivos.(Deveria ser a original CL-260 da F-l000 ou outra com relação melhorada, já existente no mercado) – O exclusivo cilindro auxiliar de embreagem pode ser substituído por outros, o mestre é o mesmo do Trator CBT, também pode ser substituído por outros existentes.
9 – A Caixa de Transferência apenas os rolamentos são universais.(poderia adotar engrenagens ou a caixa da T. Bandeirante etc..)
10- O motor de partida(ao contrario) e com o impulsor e bobinas, pouca rotação, exclusivos dificulta a partida, principalmente a frio. (poderia estar instalado um Bosch ou Wapsa universal ao lado do motor, e manter a Cremalheira que é do Perkins 3-152).
Várias marcas de veículos saem de fábrica com componentes universais, motores itens elétricos etc..que servem a vários outros veículos ou maquinas, inclusive peças internas, que facilitam a manutenção, mantém a sobrevivência e ganham mercado no mundo todo.
Felizmente para os autênticos Jipeiros, agora na ordem do Javalizeiro, com imaginação e capacidade, tudo pode ser substituído e recriado de maneira a não desfazer o perfil forte, imponente, rustico e sem limite, presença marcante, um estilo exclusivo do Jipe Javali. Basta entendê-lo. É uma maquina simples e incrível.
Icojavali2009 – Usuário do Forum 4x4 em 2009.
By: icojavali@hotmail.com