Postado originalmente por
nininho
Walter,
Você tem razão quanto ao enxofre ser um elemento químico que em certas aplicações melhora a lubricidade (inclusive nos combustíveis).
Digo isto porque esta é minha área profissional e convivo com estas questões o tempo todo.
O que ocorre é que a proporção de enxofre no Diesel brasileiro é absurdamente alta, tanto que a resolução 315 do CONAMA, (não cumprida até hoje), já obrigava em 2002, a Petrobrás a produzir o S-50 (Diesel com no máximo 50 ppm de enxofre). É bem verdade que o objetivo primário desta resolução era tentar reduzir as emissões de poluentes principalmente nas grandes cidades, mas 2000 ppm de enxofre no Diesel é um absurdo e acaba por criar depósitos de óxidos dentro de todo o sistema.
Nos países que adotaram o S-50 ou o S-15, a propriedade lubrificante do enxofre foi substituída com grande vantagem por aditivos sintéticos que não agridem, (ou agridem muito menos), os sistemas de injeção e o meio ambiente. Esta medida resolve a ausência, (ou quase ausência), do enxofre no Diesel para os motores mais antigos.
O que ocorre é que os fabricantes de motores Diesel no Brasil estão na frente da Petrobrás, com motores que atendem normas européias Euro III ou Euro IV e o nosso Diesel tem as mesmas características do Diesel produzido no meio do século passado.
Para produzir o S-50, a Petrobrás está fazendo pesados investimentos em suas refinarias, mas é um processo lento, somado a dificuldade de refino do nosso petróleo que é considerado pesado.
Resumindo: Para nós, resta por enquanto, usar as ferramentas que dispomos, (conforme citei anteriormente e outros também o fizeram), até que chegue para o consumidor um combustível de melhor qualidade.