E os relatos ???
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E os relatos ???
To indo (com minha filha) pro RS no inicio do mês ... vcs tem algum encontro para beber Mate e/ou cerva?
Não tenho nada programado, só que irei até a Argentina kkkkkkkk Ah que devo passar em POA na ida ou na volta ...
Assim aceito dicas, sugestões ... e quem sabe faço novos amigos pelo caminho ...
Abs
Buenas gurizada,
Se estiver sem paciência, nem gosta de jipes, offroad, aventura e diversão, nem comece a ler porque a história é longa.
Bem, há muitas semanas atrás começamos a planejar os preparativos para a despedida do Márcio, parceiro nosso, que estava retornando para SP. Pois bem, depois de dezenas de e-mails, skypes, facebooks, churrascos e mateadas, decidimos que faríamos um passeio no dia 22/06/2013 com visita aos faróis Cristóvão Pereira e Capão da Marca com acampamento de sábado para domingo incluindo também um deslocamento pelo litoral e pela trilha do Talhamar.
A expectativa na véspera do evento não era muito animadora, pois o clima péssimo com chuva e frio durante a semana e previsão de rajadas de vento e muito frio no sábado. Além disso, tivemos a baixa do Edison e seu SKOL do grupo por motivos particulares. Mas a turma não se desmotivou e no final fomos premiados com um belíssimo final de semana.
No sábado pela manhã em torno de 06:00h parte do grupo se encontrou na frente da casa do Webber onde fizemos a distribuição de cargas e de zecas e em seguida rumamos para o ponto de encontro na RS-040, no posto Latina, onde encontramos os demais componentes do grupo, tomamos uns mates curtindo um frio de rachar e um vento que cortava as orelhas e em seguida rumamos até Capivari para uma breve parada para compra de pão e gelo. Com tudo preparado e definido o roteiro, rumamos para nosso destino via BR101 Sul, com muito frio e pegando chuva, inclusive. Chegando perto de Bacopari começamos a procurar postos de combustível e o único que havia estava sem energia elétrica por conta do vendaval da noite anterior. Então fizemos o cálculo do que havia nos tanques + os galões reservas do Alessandro e do Webber e tocamos em frente. Chegando a Bacopari e passando a ponte da lagoa, logo na primeira passada de água o Morelli com o Grand Vitara fez um “X” e estralou a roda livre esquerda. Executamos o resgate e seguimos em frente até encontrar o mar sem maiores problemas.
Realizamos o deslocamento rumo ao sul por mais de 80 km com a praia cheia de animais mortos, na maioria pinguins. Paramos algumas vezes para fotos de faróis, barcos naufragados e também de tartarugas e golfinhos mortos até chegarmos enfim a praia de Mostadas. Então refizemos novamente os cálculos do combustível e decidimos ir até e trilha do Talhamar, que é um caminho da beira do mar através das dunas e depois atravessando a Lagoa do Peixe. Já sabíamos que a barra estava fechada, mas não imaginávamos que o caminho estivesse daquele jeito..... totalmente embaixo d´água. Era água pra todo lado e acima da superfície estavam apenas às pontes. Estabeleceu-se então certo clima do tipo “Meu Deus do Céu, o que é que eu estou fazendo aqui?!?”. Estava um vento gelado e a água estava siberiana o, que fez com que os destemidos zecas começassem a lançar mão de orações para que ninguém inventasse de fazer a bobagem de atravessar aquele aguaceiro e arrumar serviço pra eles. Pois bem, já que estávamos ali mesmo, em torno de 13:00h o melhor era ir pra frente e buscar logo o asfalto para rumar aos faróis e depois ao merecido churrasco e descanso. Mas não era isso que estava reservado para nós...... mas não era mesmo!
O enrosco foi sacramentado quando o Samurai decidiu atravessar a primeiro trecho, praticamente com água no capô, depois veio o Grand Vitara e depois o 6zão, o Troller e assim por diante. O problema é que o caminho estava submerso com muito barro solto e facões, além de valos laterais, o que iniciou uma sequência de jipes atolados e parcialmente submersos que desencadeou vários resgates. E a cada resgate o terreno ia piorando e as horas foram passando e a noite chegou com uma lua magnífica iluminando todos aqueles espelhos d´água, ajudando nos resgates e consertos. Entre diversos problemas o Pajerão Preguiça acusou falta de óleo do motor e foi salvo pelo óleo reserva que o Márcio levou. Depois disso a preguiça parou de novo com um fio do módulo da bobina quebrado o que precisou de muita habilidade dos zecas para fazer um conserto deste sistema. Por diversas vezes repetiu-se a cena da preguiça parada com três ou quatro zecas trabalhando sob o capô. O 6zão teve problema água na elétrica que foi resolvido pelo Alessandro e zecas disponíveis e depois teve uma pane seca devido a estar com pouquíssima gasolina e inclinado o que imobilizou o guerreiro. Então com uma pequena puxada o 6zão foi colocado no plano e o Morelli fez um pit stop dentro d´água fazendo com que a máquina voltasse à ativa. Em outra oportunidade a preguiça atolou e adernou ao ponto de quase virar no momento do resgate. O Gustavão estava em nervos a esta altura, já dizendo que ia mudar de hobby. A TR4 do Arlei numa passada mais profunda atolou e devido à entrada d´água teve pane elétrica. O pessoal tentou reanimá-la limpando e secando o sistema elétrico mas sem sucesso, então a viatura foi sendo rebocada até sair da trilha, mas mesmo assim o Arlei não perdeu o bom humor e continuou em intensa atividade com a turma. O Márcio e o Raul (de Vitara), O Webber no Azeitona e o André de Samurai atravessaram com valentia os aguaceiros, atolando hora aqui e hora ali, mas sendo resgatados em seguida. Em todo o enrosco os zecas trabalharam bastante, o Rafael Del Grano, Jairo, Nilton, Caco, Chico, Wolf e principalmente o Cláudio Webber que teve atuação exemplar revelando-se um excepcional Zeca, ajudando a todos, hora colocando cintas, hora puxando e prendendo cabos de guincho, procurando a melhor passagem para os jipes dentro da área alagada e ficou molhado até que o último resgate fosse concluído. Só parava de vez em quando para confraternizar com a moçada. Importantíssima atuação do 6zão que realizou resgates pesados e no final, já à noite, rebocou TR4 através dos lamaçais e alagados, até colocá-la em segurança. O Edison e seu Troller Branco também foi muito valente, sempre disponível para qualquer resgate, mesmo que isso significasse voltar duas ou três vezes dentro d´água. Surpreendeu pela efetividade nas passagens só ficando atolado em circunstância extremas. Na finaleira, já na estrada seca, o Márcio e seu Vitara rebocaram a Preguiça até o asfalto. O tempo foi passando e o último pelotão só saiu do Talhamar às 21:00h. O saldo desta passagem foi:
TR4 - Não operacional com pane elétrica
Pajero Preguiça – Falhando a todo o momento, mas andando.
Willys Azeitona – Sem arranque
Vitara azul – Sem alternador
Então, devido a estas baixas, abortamos a ida para o galpão à beira da Lagoa, que ficava há uns 20Km de onde estávamos e ficamos na pousada do Batista, na cidade de Tavares, onde confraternizamos com uma churrascada e cerveja abaixo de muita risada até que o cansaço derrubou todo mundo. Neste evento o Márcio recebeu uma placa em sua homenagem como lembrança do grupos de parceiros que ele cativou durante sua estada no RS.
Acordamos no dia seguinte e fizemos o levantamento da situação das viaturas. A boa notícia foi o retorno do bom funcionamento da Preguiça e do Vitara do Raul e diante deste quadro decidimos dar uma voltinha até a Lagoa dos Patos para tirar umas fotos do Farol Capão da Marca. No princípio parecia uma boa ideia e então nos deslocamos com um dia lindo, ensolarado e sem vento. A lagoa estava magnífica e um espelho de tão calma. Mas a ideia era voltar imediatamente para encaminhar o transporte da TR4 e começar o retorno para Porto Alegre........ Mas.......... Começou o movimento para um almoço e de repente “brotaram” de dentro das viaturas carne, carvão, linguiça, porco e etc......... E então se estabeleceu um churrasco à sombra das árvores com uma leve brisa a nos refrescar. Isto foi decisivo para o resto do nosso dia, pois como sempre acontece o churrasco se estendeu e entramos tarde adentro. Então decidimos ir embora e aconteceu a primeira baixa do dia: o arranque do meu Samurai travou, já necessitando de uma operação com dois jipes para arrastar pela areia até ligar o motor. Então começamos o retorno pela beira da praia quando o Edison, empolgado e faceiríssimo com os eventos, começou a acelerar seu Troller em zigue-zague, até que caiu em um bolo-fofo à beira de um córrego e sentou o jipe até os estribos ficando totalmente preso e fora de ação com o risco de sumir a viatura. Então no ímpeto de ajudar o Gustavo aproximou a Preguiça para guinchar o Troller e caiu em outro bolo-fofo, deixando a preguiça apagar. Quando tentou ligar o arranque não funcionou mais. Então começou uma sequência de manobras do Samurai e do 6zão para primeiro ancorar, patescar e guinchar o Troller. Depois partimos para o Pajerão com dois Samurais com guincho. Nesse meio tempo ainda estourou o cabo da embreagem do Azeitona. Quando as duas viaturas estavam fora do bolo-fofo o arranque do Pajerão foi retirado, desmontado, limpo, adaptado e remontado para tentar ligar, mas foi em vão e sem sucesso, pois o porta escovas estava detonado e o induzido em curto. Então manobramos a Pajero empurrando na mão até deixá-la virada para a saída e engatamos o 6zão e o Samurai e retiramos ela arrastada pela areia, água e barro, além dos desagradáveis buracos até a vila e na sequência até Tavares. Foi uma operação que exigiu bastante dos jipes devido ao peso da viatura rebocada. Então estávamos novamente na Pousada e a noite começando. Na chegada o André ainda teve que isolar o freio traseiro do Samurai que ficou sem as pastilhas causando atrito da pinça no disco. Então nos certificamos que as Mitsubishis seriam resgatadas, dividimos as pessoas e em torno de 18:30h do domingo, saímos de Tavares e seguimos em uma viagem tranquila até Porto Alegre.
Observações:
A primeira frase mais ouvida nos rádios foi: “Pessoal, qual é a situação?”
A segunda frase mais ouvida foi: “Pessoal, vamos voltar, não dá pra passar aí!”
A terceira frase mais ouvida foi: Faz favor, traz mais uma!
O Rafael Valladares passou a chamar-se Rafael Del Grano!
Quem tomou o Whiskie do André? Foi dado ou surrupiado? Quais as circunstâncias da doação?
Quem dirigiu o Samurai do André? Ele autorizou?
O Biguá que insistia em pousar no 6zão era membro de algum Jeep Clube?
Desta vez o sorriso do Webber não sumiu!
O Gustavo começou a pesquisar novos hobbies como Paraglider, jogo de osso e aeromodelismo!
O Vitara do Márcio continua estalando as homocinéticas e não quebrou. Vai sair invicto do RS.
Baixas do grupo:
Samurai com arranque trancado – Voltou rodando normal
Pajerão Preguiça com arranque detonado ficou em Tavares, pelo menos até terça, aguardando arranque consertado.
Willys azeitona sem arranque e com cabo da embreagem estourado, voltou rebocado pelo Troller
Willys 6zão com calços traseiros de carroceria quebrados
Pajero TR4 com pane elétrica – Voltou de plataforma.
Samurai do André – Gastou as pastilhas de freio traseiras. Sistema isolado e voltou rodando.
Equipe:
Webber e Nilton no Willys Azeitona
Márcio e Chico no Vitara
Gustavo e Rafael Del Grano – Pajerão Preguiça
Brau e Claudio no Samurai branco
André e Jairo no Samurai azul
Alessandro solito no Willys 6zão
Edison solito no Troller Branco
Arlei e Wolf na TR4
Rodrigo Morelli no Grand Vitara
Raul e filho do Jairo no Vitara azul
Toyota Prado (não sei o nome do piloto) que retornou no final do dia
OBS: Se errei ou esqueci o nome de alguém, por favor, me desculpem.
A trilha/passeio de despedida do Márcio foi épica e inesquecível e ficará marcada na história do Grupo Jipeiros do Itu pelo desafio que proporcionou às viaturas, pilotos e zecas. A enorme dificuldade do terreno associada ao frio foram provas de que este grupo têm muita fibra e companheirismo de sobra para qualquer adversidade. Ficou a lembrança de nossos companheiros de outras jornadas que não puderam estar presentes, mas que foram citados em vários momentos.
Gurizada, não esqueçam de postar todos os vídeos e fotos que puderem pois esta ficou na história.
Abraço
Um vídeo aí pessoal:
VITARA TURBO RAUL - YouTube
Parabéns ....grande relato....
Algumas fotos da aventura.
Mais fotos...
Belo relato Brau!
Como já é de praxe, nossas trilhas só estão encerradas após o relato oficial de nosso escriba!
Não esqueçam, terminada a trilha é hora das revisões!
Abraço