
Postado originalmente por
CGAUER
Concordo 100% com o Portela,
mas vou acrescentar o outro lado da moeda.
Os motores eletrônicos possuem injetores com furos aproximadamente 80% menores, para assim injetarem melhor o combustível com spray mais "fino" (melhor atomização), graças a altíssima pressão do sistema (± 2mil bar !!!). O resultado é uma queima mais limpa.
Logo o sistema de filtragem do Diesel é extremamente delicado, envolvendo uso de elementos filtrantes de mesh bem fino. Obviamente a chance de ter um filtro saturado aumenta muito, como acontece mais cedo ou mais tarde com a maioria dos proprietários destes motores, independente da idade do carro. Obviamente é um fato ocultado pela maioria dos defensores dos eletrônicos.
Estes filtros não são simples filtros rosqueáveis (spin-on), como dos TDI, mas sim complicados sistemas de vai-vem, de 4 dutos, com direito até a radiadores do retorno do combustível para o tanque, afinal o Diesel fica MUITO quente em razão da pressão dos sistema de injeção.
Nosso Diesel é ruim. E estes motores não o toleram. Cedo ou tarde vocês será pego na curvaPonto.
No caso da Disco 3, o motor é 100% apropriado para sua proposta, afinal sua larga carroceria, suas 2.7 ton (vazia), sua eletrônica on-board, design e sua confortável aptidão urbana a separam naturalmente de qualquer grande desafio em razão de seu público alvo.
No caso do Defender, acredito que o motor eletrônico nada mais seja do que a real imposição da atual política de emissões de poluentes.
O resultado é um carro que não pode mais ser diagnosticado por qualquer um, sem auxilio de avançados e caros sistemas eletrônicos. Um carro que não tolera mais Diesel ruim, que não oferece mais peças de substituição a baixíssimos preços, um carro que deixa de ter um motor popular entre outros veículos utilitários.
Em resumo, no caso especifico do Land Rover Defender, cuja proposta é ser um simples e despojado "go-anywhere vehicle", o motor eletrônico passa ser o seu maior defeito. Por mais perfeito que seja a tecnologia de seu sistema de injeção e diagnóstico, a realidade de nosso combustível não é compatível com os requisitos de seu motor e tão pouco com a rede credenciada da LR. Se nem maquina para alinhamento eletrônico das Discos eles tem, imagine substituir um componente de alta pressão do motor...
Por último, as listas estão abarrotadas de proprietários de Defender puma reclamando de motores que falham, perda de potência, fumaça azul, etc...
Para meu uso (viajar em lugares onde não existem mecânicos), não posso me dar ao luxo de ter um carro cuja manutenção começa por escanear uma ECU e caçar as temidas e invisíveis fadigas de chicote elétrico.
Em 50 anos, se bem cuidado, meu Defender continuará rodando, nem que algumas de suas peças tenham que ser usinadas, agora capacitores e circuitos integrados da ECU tem sua vida determinada e calculada em ± 15 anos.
A questão é; quem quer ficar com uma Disco 3 por mais de 5 anos? Hoje tem Disco 4, logo sai a 5 e depois a 6, alguma destas provavelmente já com estrutura alumínio, bem mais leve.
Um Defender em bom estado é um clássico desde o momento que sai da loja. Com motor mecânico, onde um único fio com 12V é o suficiente para ele funcionar, hoje já é raridade.
Na minha honesta opinião o Defender acabou para nós em 2005. O resto ficou eletrônico como qualquer outro, porém com os conhecidos problemas da LR. Logo, se hoje eu tivesse que escolher um carro zero para minhas viagens, ficaria com algo fabricado em maior escala e com maior seriedade: algo sem sal do Japão.
Eu resumiria assim: É na simplicidade que mora a mais importante das qualidades. Esta ERA a filosofia do LR. Quer um Land Rover original, corra para um Defender 2005. Afinal no novo Range Rover já é 4x2. Vai vendo!