Olá amigos, apenas dando um retorno do que foi feito, com a situação que me deparei sendo o munhão da Defender diferente,
(Somente Um rolamento na parte inferior e um Pino reforçado na superior, SEM rolamento) ...
Levei esta peça até uma tornearia, aqui em Porto Alegre e foi verificado que o material que fazia o preenchimento no interior do suporte do pino, era Baquelite, uma espécie de "plástico" muito resistente em dureza e ao calor, que estava bem desgastado...
Desconhecendo quem trabalhava por aqui com esse material e que valores gastaria, resolvi então fazer uma retifica nos pinos e trocar o enchimento por uma bronzina de alta resistência, tirando a folga que estava gastando os Pneus, gerando um gasto de 300 Reais, para ambos os munhões!!!! Forte Abraço
Bom dia Pessoal!
Não entendo muito sobre isso, mas a minha 90 ta com um problema parecido (acredito eu)... será que é o mesmo caso? (Se precisar tiro umas fotos melhores)..
sobre qual graxa usar nos munhões, segue minha experiência:
Pesquisei e li muito sobre a especificação do lubrificante nos munhões, e:
1) O lubrificante ali presente vai lubrificar a homocinética e os rolamentos do munhão. Antigamente era óleo e foi substituído por graxa para suprimir os vazamentos pelo retentor da esfera do munhão. Nota importante: tanto o óleo usado quanto a graxa precisam ter aditivos EP. EP siginifica Extreme Pressure, ou seja, são aditivos que vão formar película na superfície mesmo em condições de extrema pressão. É justamente o caso. Caso o lubrificante não tenha esse aditivo, a pressão entre os roletes dos rolamentos e pistas ou entre os dentes da homocinética podem expulsar o lubrificante dessas superfícies de contato. Isso significa quase que as peças estariam trabalhando à seco, mesmo imersas no lubrificante, gerando desgaste;
2) Ao usar graxa, é necessário, além do aditivo EP citado acima, que ela tenha uma consistência adequada ao uso. A consistência é o "grau NLGI" encontrada nos rótulos. A especificação da graxa original é a Molytex EP 00, ou seja, tem aditivo EP e grau NLGI 00, o que significa ser uma graxa fluida, quase líquida. Por que ela deve ter essa consistência? Pois o pino superior ou rolamento superior do munhão é lubrificado por aspersão: quando a ponta de eixo / homocinética está girando dentro do munhão, ela deve espirrar o lubrificante na peça superior. Caso a graxa usada seja muito viscosa (tipo NLGI 2) a lubrificação da peça superior pode ficar comprometida, gerando desgastes precoces e até o aparecimento do terrível "shimmer / shimming".
3) O ideal é importar as bisnagas de graxa (STC3435), porém demora um tanto de dias. Atualmente com o câmbio da maneira que está, acaba saindo um pouco caro também. Procurei por essas bisnagas em diversas lojas (Getsetparts, tekcom, roverland) e não encontrei, tampouco nas css. Na verdada a GetSet tem um kit de reparo do munhão das mais antigas que acompanha a bisnaga, mas eles não tem a bisnaga em separado para venda.
4) Procurei em distribuidores e fabricantes nacionais e encontrei diversas graxas EP 00, todas para uso industrial. Problema: são vendidas em tambores de 200L. Entrei em contato com o departamento técnico da Bardahl, me orientaram e me enviaram diversos Boletins Técnicos de algumas graxas que se encaixavam nessa especificação: EP 00 (eles possuem um excelente atendimento técnico). A que me pareceu mais adequada é a Graxa MaxLub 12846 e o bom é que ela é vendida em embalagem de 1kg. Como se usa cerca de 330ml em cada munhão, 1 kg dá e sobra para os dois lados (apesar de não saber qual a massa específica dessa graxa, a quantidade foi mais que suficiente para os dois lados). Essa graxa é mineral, a base de sabão de lítio com aditivo EP e viscosidade NGLI 00. Segue o boletim técnico:
Como ela é indicada para uso em caixas de engrenagens e contém aditivos EP, antioxidante (evita a degradação da graxa), anticorrosiva e antiferrugem (protege os materiais), achei-a adequada aos munhões. A única dúvida que fiquei foi sobre a temperatura de trabalho de 130ºC, pois por ficar junto ao freio os munhões também aquecem. Espero que seja adequado.
Não se deve lotar de graxa os munhões! Deve haver espaço suficiente para a dilatação dos gases durante a operação. Preencher completamente as esferas dos munhões com graxa pode elevar a pressão interna durante a condução do veículo o que pode ocasionar vazamentos pelo retentor. Imagina-se então que pode haver problema no retentor ou na carcaça do munhão, mas pode ser apenas excesso de graxa. O adequado, segundo a LR, é 330 ml de cada lado. Já vi bisnagas One-Shot (STC3435) com 350ml, acho que não deve fazer muita diferença.
A graxa indicada MaxLub 12846 não é adequada para os munhões, a Land Rover indica para a Defender graxa sabão de lítio com Dissulfeto de Molibdenio NLGI 00, a Lumobras tem.
Há doze anos que utilizo em cada munhão 250 g de graxa Molykote br 2 plus + 100 g de óleo 90 EP de diferencial, as homocinéticas estão intactas.
O único que pode ser feito é verificar o nível de graxa, se não tiver vazamento não precisa abrir os munhões para trocar a graxa.
Para trocar tem que retirar do lugar e desmontar, no lugar não dá.
Oi Hugo, entendi, depois q vc falou eu fui ler sobre os aditivos sólidos e eles conferem características próprias de proteção emergencial e extrema pressão. Parece que dois sólidos são mais comuns são o grafite e o mos2.
Pelo q eu li, não há nenhum tipo de reação do solido com o oleo/sabão, ou seja, as micro partículas dos sólidos ficam apenas dispersas no meio.
Em geral a concentração de mos2 é da ordem de 3% a 5% em massa.
Penso então que pode-se adicionar mos2 em pó às graxas e oleo, à exemplo da maxlub. Aliás, pelo que eu vi em sites de fabricantes de lubrificantes, o mos2 em pó é vendido para ser usado à seco e também para ser adicionado à óleos e graxas, variando a sua proporção em relação à utilização e sabão presente.
Vou ver se encontro o mos2 pra vender em quantidades pequenas e em granulometria fina (da ordem de microns).
Existe alguma manutenção preventiva a ser feita no munhão? Há como trocar a grava do sistema sem ter que desmontar tudo?
Abs.
Se for munhão de graxa, não tem que fazer manutenções preventivas. Só observar vazamentos pelos retentores das esferas. Caso esteja vazando, tem q fazer a manutenção corretiva, ou seja, desmontar tudo. Pode ser contaminação da graxa pelo óleo do diferencial, pode ser retentor, pode ser a própria esfera do munhão que está machucada, graxa inadequada, quantidade de graxa excessiva, etc.
Se for munhão de óleo, a preventiva a ser feita é a verificação do nível do oleo a cada 10mil km e a substituição do oleo a cada 40mil km. Isso se estiver tudo ok. Esses dados estão no manual da Haynes. Mas se for munhão de oleo, nao precisa desmontar tudo p trocar. Tem 3 bujões: inferior é de dreno; intermediário é de nível e superior é de abastecimento.
Claro que se o nível estiver baixando muito há que se investigar a causa. O nível também pode aumentar caso haja falha no retentor interno e esteja vindo óleo do diferencial para os munhoes. Não esquecer de checar o nivel de oleo do diferencial, pois imagine a situação: ha um vazamento de oleo pelo munhao e tambem há um vazamento de oleo do diferencial para munhao. Se checar apenas o nivel de oleo do munhão pode estar ok pois o diferencial está "repondo o oleo que o munhao perdeu", ou seja, o diferencial dianteiro está perdendo óleo.
A graxa indicada MaxLub 12846 não é adequada para os munhões, a Land Rover indica para a Defender graxa sabão de lítio com Dissulfeto de Molibdenio NLGI 00, a Lumobras tem.
Há doze anos que utilizo em cada munhão 250 g de graxa Molykote br 2 plus + 100 g de óleo 90 EP de diferencial, as homocinéticas estão intactas.