
Postado originalmente por
roger_caldas
Graaaaande Leopoldo e galera!!!
Desculpem-me pela falta de preciosismo ao me expressar com relação a otimizar a queima.
Em outras palavras, o que eu quero é aumentar o rendimento térmico do meu motor, ou seja, aumentar o percentual da energia do combustível efetivamente convertida em movimento do motor. Melhorou?!
Ou então, aproveitar melhor a octanagem da gasolina...
Em resumo: QUERO REBAIXAR O CABEÇOTE MERMO!!!!
Como nenhum camarada se manifestou com relação ao rebaixamento do cabeçote OHC, pressupus que niguém o fez ainda e parti pra HP48.
Mas antes, em um breve histórico sócio-econômico, lembramos que a pesquisa liderada pelo saudoso iteano Prof. Stumpf para desenvolvimento do álcool como combustível automotivo se iniciou (aí no CTA!) em 1973, época da 1ª crise do petróleo no Brasil. Até a consolidação do álcool combustível no início da década de 80 e a sua posterior adição (então em 22%) ao combustível fóssil encontrado nos postos, já na década de 90, a gasolina encontrada no Brasil era de baixíssima octanagem, o que levava as montadoras a produzirem seus motores com taxas de compressão de no máximo 8:1.
Aí você se pergunta: tudo bem, mas e daí?
E daí que nosso Georgia original a gasolina tem uma taxa de compressão de 7,8:1, exatamente para poder trabalhar com aquela gasolinazinha vagabunda sem que houvesse detonação ou batida de pino.
Já na gasolina atual, com adição de 25% de álcool e maior octanagem, em motores de concepção mais antiga e sem sensores de detonação (ou sequer i.e.), uma taxa de compressão de 9,5:1 está de bom tamanho. Menos que isso é desperdício de energia.
Voltando à HP48: Características do Georgia OHC 2.3
- Taxa de compressão (TxC): 7,8:1
- Diâmetro do cilindro (Dc): 96 mm
- Curso do pistão: (Cp): 79,4 mm
A taxa de compressão é calculada por TxC=(Vcc+Va)/Vcc, onde:
Vcc = Volume da câmara de combustão;
Va = Volume de admissão = Pi x Cp x Dc²/4 (Ps.: Esse Va multiplicado pelo número de cilindros do motor, resulta na "cilindrada" deste motor. No OHC 2.3, calculando dá 2298,862cm³=2,299l)
Com estes dados e fórmulas, tiramos que o volume da câmara de combustão é Vcc=84,517cm³.
À luz da simplicidade, atribuímos uma forma cilindrica perfeita à câmara de combustão, da onde tiramos que a altura original ho=11,68mm.
Simulando um rebaixamento no cabeçote de 1,68mm, ficamos com a nova altura hn=10mm.
Calculando inversamente, o novo volume da câmara de combustão é Vccn=72,382cm³, que acarreta na nova taxa de compressão TxCn=8,94:1.
CQD!
Estou confiante que esse rebaixamento trará muitos benefícios para o jurássico Georgia, mas se não der certo, quem tiver um cabeçote OHC largado aí no quintal já pode reservá-lo pra mim...
Desculpem-me se escrevi demais....
Grande abraço,
Rogério