Política, políticos e afins...

Eu estude numa sala da USP.
Havia poucos negros, uns 3: todos classe média.
Dos brancos, alguns com muita grana, mas a maioria também da classe média...
Pobre, nenhum...

Se houvesse sitema de cotas, teriamos mais negros, mas todos esses também seriam da calsse média, não se iluda...

Talvez seja ilusão da minha parte mesmo...

Sensato deve ser pensar que um negro pobre é socialmente igual a um branco pobre, afinal, racismo é coisa de estadunidense. Por aqui isso não existe....

Citação:

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Postado originalmente por CAVESO

Talvez seja ilusão da minha parte mesmo...

Sensato deve ser pensar que um negro pobre é socialmente igual a um branco pobre, afinal, racismo é coisa de estadunidense. Por aqui isso não existe....

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Mas por que sacrificar o branco pobre?
O que ele fez para ficar para trás em relação ao negro pobre?

O que quero dizer, basta ler meus posts anteriores, é que os pobres, sejam eles brancos ou negros, não vão entrar na faculdade, haja sistema de cotas ou não. É isso.
Não misturo racismo com problema educacional brasileiro: não há correlação.

Vamos ao silogismo:

A população brasileira, segundo o IBGE, é formada por 50% brancos e 50% negros.

Há pouquíssimos negros e a quase totalidade de brancos nas universidades.

Há uma correlação entre cor da pele e acesso à universidade ou não?????

Vamos a outro silogismo, para ver qual é mais forte:

A população brasileira, segundo o IBGE, é formada por 90% de pobres e 10% de ricos.

Há pouquíssimos pobres e a quase totalidade de ricos nas universidades.

Há uma correlação entre pobreza e acesso à universidade ou não?????

:mrgreen:

Bom, para encerrar minha fala, digo o seguinte:

Com o tempo, verificaremos que os negros que entraram na Universidade Pública pelo sistema de cotas sairam quase todos (se não todos) das escolas particulares...

Sim, porque estes estão com ótima vantagem em relação à massa de negros pobres.

O sistema de cotas pode ser aperfeiçoado, então: só negros que tenham estudado em escolas públicas.

Desse ponto, pode ser aperfeiçoado mais um pouco: cotas só para quem tenha estudado em escola pública, brancos ou negros. Mas esse não é o sistema da USP e da UNICAMP?


Encerro minha participação.

Voltamos ao início.
Antes de discutir cotas nas universidades temos sim que insistir na melhoria do ensino fundamental e médio gratuitos.
Na minha época o ensino público era melhor que o pago.
Como os salários dos professôres do ensino público deteriou-se, esses mesmos professôres formaram cooperativas e fundaram seus colégios que estão com o melhor ensino baseados no que eram os colégios estaduais e municipais na década de 70.
Tenho visto a preocupação do govêrno federal na distribuição de verbas aos municípios tentando melhorar o ensino público. Infelizmente são poucos os prefeitos que estão usando o dinheiro no lugar certo. Desviam as verbas para o embelezamento das praças. Os Tribunais de Contas denunciam, mas tudo continuará engavetado porque nossos legisladores... bem, nossos legisladores são aquilo que todos nos sabemos.
Melhor eu calar a boca para não aumentar o trabalho dos promotores :)

Bem, já tinha encerrado minha participação nesse acalorado debate, mas ao ler as notícias de hoje, me deparei com uma que sintetiza exatamente meu pensamento expresso nos comentários anteriores:
Ministro defende 50% de vaga universitária à rede pública


O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu ontem o projeto de lei que prevê a reserva de 50% das vagas das instituições federais e estaduais de ensino superior para alunos da rede pública de ensino. Para ele, as reservas precisam ser feitas para estudantes de escolas públicas, sejam brancos ou negros.

http://noticias.terra.com.br/brasil/...-EI994,00.html

Exatamente isso.
Desvincula o problema do ensino da questão racial (que existe, mas deve ser resolvida de outra forma).

E vejam que o meu pensamento, não sabia, é o mesmo do PT:

O entendimento do governo continua sendo o mesmo. "Os brancos de escolas públicas têm os mesmos direitos dos negros de escola pública. Portanto, a reserva é para elas", disse.

Agora a questão passa a ser outra: ao lado dessa medida, quais outras estão sendo tomadas para melhorar, a longo prazo, o ensino das escolas públicas?

Infelizmente, a responsta a essa pergunta continua sendo a mesma: nada está sendo feito.

Agora sim me retiro deste debate. Até o próximo...

[]s

Não se retire!

Aqui em Campinas-SP estão montando escolas de nível técnico, com verba federal, que deverão estar a todo vapor no ano que vem.
Há muita necessidade de técnicos.
Nem sempre a iniciativa privada investe nessa área. Reclamam que há vagas para técnicos mas não querem saber de treinar seus funcionários.

PS: Também acabei de ler a notícia.

Ô Folgado, continue nesta discussão, abastecendo-a de seu conhecimento. Sem você aqui ela fica muito mais pobre!

De novo, continuo achando o seguinte: o sistema de acesso à Universidade, tal qual está hoje é injusto e antidemocrático, só permitindo que os ricos cheguem até ele. Acho que todos concordamos com isso, não é?

Qual seria o modelo mais "sensato": os pobres nas federais e os ricos nas particulares, isso?

Eu concordo plenamente com isso. Mas respondam-me: se não houvesse políticas de cotas raciais, alguma universidade pública estaria discutindo hoje a questão do acesso????

Só estão discutindo, pois mexeram com suas estruturas. Observem a localização geográfica das universidades: geralmente localizadas distantes dos centros, para dificultar o acesso dos pobres até elas. Vejam o horário de aulas: diurno, dificultando o acesso dos pobres que trabalham. Logo, historicamente, a universidade não foi e não está preparada para receber as camadas populares.

Quando estarão? Quando houver forte clamor popular, como acontece hoje com a questão das cotas.

Volto a repetir: se não fosse a política de cotas, tudo estaria como estava: as universidades para ricos e só.

Sou da seguinte opinião (que repito): entre ter universidade para negros e universidade para pobres, sou mais uma universidade para pobres.

Entre ter uma universidade para ricos e universidade para negros, sou mais uma universidade para negros.

Que continuemos discutindo e enriquecendo o debate....

Citação:

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Postado originalmente por folgado

Bem, já tinha encerrado minha participação nesse acalorado debate, mas ao ler as notícias de hoje, me deparei com uma que sintetiza exatamente meu pensamento expresso nos comentários anteriores:
Ministro defende 50% de vaga universitária à rede pública
O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu ontem o projeto de lei que prevê a reserva de 50% das vagas das instituições federais e estaduais de ensino superior para alunos da rede pública de ensino. Para ele, as reservas precisam ser feitas para estudantes de escolas públicas, sejam brancos ou negros.
http://noticias.terra.com.br/brasil/...-EI994,00.html
Exatamente isso.
Desvincula o problema do ensino da questão racial (que existe, mas deve ser resolvida de outra forma).
E vejam que o meu pensamento, não sabia, é o mesmo do PT:
O entendimento do governo continua sendo o mesmo. "Os brancos de escolas públicas têm os mesmos direitos dos negros de escola pública. Portanto, a reserva é para elas", disse.
Agora a questão passa a ser outra: ao lado dessa medida, quais outras estão sendo tomadas para melhorar, a longo prazo, o ensino das escolas públicas?
Infelizmente, a responsta a essa pergunta continua sendo a mesma: nada está sendo feito.
Agora sim me retiro deste debate. Até o próximo...
[]s

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Apesar de continuar sendo um paleativo para um problema que precisa ser sanado na educação, para esse tipo de cota eu dou apoio. Tem que tomar cuidado apenas para que não aconteça como tudo no Brasil.

Devem restringir para alunos que estudaram pelo menos os últimos 5 anos em escola pública, para evitar que os alunos que estudaram em escola particular, mas mesmo assim continuam sendo verdadeiros tapados, passem no terceiro ano do ensino médio para uma escola pública para garantir o acesso a universidade pública.

Concordo que a grande maioria que estuda em Universidade Pública é de classe média a alta, pois fiz Federal aqui e o estacionamento do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFAL parecia um show-room da Mitsubishi motors, Audi e da Toyota.

Tinha inclusive 2 blindados, 1 Audi A4 de filha de governador e outro A3 de neta de Usineiro. :mrgreen:

Ê Brasil.....

he he he...

não dá pra ficar de fora...
eu adoro uma boa briga... de alto nivel, com chutes só acima da linha da cintura (de vez em quando uma dedada no olho pode) :mrgreen:

Pois é, Carlos, concordo com você que o sistema de cotas abriu a discussão. Foi válido nesse sentido.
Mas está havendo um aperfeiçoamento, e esse projeto do Ministro da Educação (esse sim um branquinho rico :mrgreen: ) é bem melhor que o sistema de cotas, e deve ser debatido.
Veja que esse projeto prevê que dentre os 50% para escolas públicas haja uma previsão para os negros, de acordo com o porcentagem de negros da região. Ou seja, no interior de Santa Catarina, a cota de negros seria menor do que em Salvador.
Bem interessante esse projeto.

Na minha turma da USP tinha uma menina (tapadinha a coitada) cujo pai era um fazendeiro dono da metade do interior de SP....
Tinha outro que ia e voltava de chofer...
e eu trabalhando e comendo no bandejão... (bons tempos...)
Por falar nos negros da minha classe, tinha uma (não vou citar o nome), mas deixava a Globeleza no chinelo... que saudades...