Concordo contigo que logo após desligar o motor pode existir um aumento de temperatura pela falta de arrefecimento e esses graus à mais podem até aumentar a chance de danos, mas sua analogia desconsidera a principal característica do choque térmico, que é a variação da temperatura num período de tempo muito curto, logo o fato do motor estar ligado ou não pouco importa, o que importa é a rapidez com que ocorre o resfriamento, e é justamente esta rapidez que gera uma desigualdade na dilatação, que por sua vez é a responsável pelos danos.
Falar sobre este assunto implica em falar sobre energia térmica potencial e se entrarmos neste mérito vamos perceber que o liquido de arrefecimento retém muito menos energia térmica que o próprio metal mas, deixando isso de lado, o arrefecimento ou mesmo o funcionamento do motor não tem tempo de exercer influência na temperatura da superfície externa do motor já que falar sobre choque térmico também implica em utilizar a base de tempo na ordem de décimos de segundo para a ocorrência de considerável variação térmica, caso contrário estaremos falando sobre dissipação térmica, pura e simples.
Outra coisa, mesmo considerando que um determinado liquido de arrefecimento tenha lá sua influência, o dito está a milimetros (ou até centímetros) de distância da superficie da peça, logo não tem como impedir a ocorrência de uma rápida variação de temperatura (choque térmico) entre os milimetros (ou centímetros) que o separam da superficie.
Mais outra coisa, choque térmico também implica na existência de considerável volume de massa para atuar como elemento resfriador (no caso, água), e este volume leva em conta a massa a ser resfriada.
Evidente que um volume de água relativamente pequeno pode causar danos se for totalmente dirigido a um ponto específico - e crítico - porém a maior probabilidade de danos é a imersão, pura e simples, em considerável volume de água.
Em resumo, se quiser lavar o motor - por mais quente que esteja - é só manter o esguicho na forma de nébula e resfriar o motor como um todo, lentamente, para aí então mandar ver na pressão da água.
Agora, entrar de sola dentro de um rio, mesmo com o motor em temperatura normal de funcionamento, além de ser uma forma de aumentar a conta corrente do mecânico é a melhor forma de gerar condensação de água dentro do carter, diferenciais e câmbio (que em funcionamento também se aquecem), e aí é só uma questão de tempo para que esta água faça o seu trabalho de destruição!
Abraços,