17º a 19 DIA – 05 e 06/01/2014 – Domingo e segunda. Off Carretera
17º a 19 DIA – 05 e 06/01/2014 – Domingo e segunda. Off Carretera.
Chile Chico 20 Km e Chile Chico a Cochrane (de novo??) - 180 Km
15º dia.
Bem já relatei o que fiz no domingo... NADA. Só descansei e bati pernas pela cidade.
Na verdade minha única intenção era pegar a balsa de Chile Chico a Puerto Ibañes a pé. Ela atravessa o lago General Carrera em 2:20 h mais ou menos, para retornar a Chile Chico depois de 50 minutos parada na outra cidade. Ai seriam mais 2:20 de navegação. O dia estava bem ventoso, mas o céu tinha poucas nuvens, acho que seria um belo passeio e tiraria muitas fotos. Porém como eu já relatei eu perdi a balsa por 2 minutos e foi pq esqueci que era as 16 q ela saia.
Já devo ter escrito que passei a fronteira para ir abastecer na Argentina, por isso aumentei a quilometragem do dia para 20 Km. Caramba, que diferença: em Chile Chico tudo morto, parado, em Los Antiguos – Argentina gente nas ruas, sorveterias e lanchonetes abertas, lojas de recuerdos cheias de turistas. Acho q os chilenos estão perdendo grana para os argentinos. Pode ser que o preço dos combustíveis no Chile por ser mais alto q a Argentina desestimule os passeios.
16º dia.
Acordei cedo, postei msgs no face e tomei o café da manhã. Alias, sempre como o que tiver pela frente no café da manhã pq ele tem se tornado a minha principal refeição durante esta viajem. Sempre tem algo que atrapalha a hora do almoço, ou eu chego muito cedo numa cidade, ou muito tarde, ou as belezas são tão grandes que me esqueço de almoçar. Ontem eu não almocei, mas pelos problemas que vcs já saberão (ou já sabiam).
Sai de Chile Chico com a intenção de ir para Puerto Tranquilo fazer o passeio pelas Capillas de Marmol (Capelas de mármore). Voltei todos aqueles Km da viagem de sábado pelo Paso de las Llaves, com aqueles penhascos maravilhosos e tudo mais q vcs já viram. Apesar de que o tempo não colaborou com o visual, estava ventando demais, nublado e chovia um pouco.
Fui seguindo e tirando fotos como sempre, sem problemas. Já tinha passado a pior parte do caminho quando entrei na vila Puerto Guadal. Passei a vila e segui 1,5 Km adiante quando num dos muitos solavancos da estrada a Ranger faz um grande barulho e deu uma guinada para a direita me forçando para fora da estrada. Eu estava numa pequena subida e sem nenhum despenhadeiro ou coisa que o valha ao lado. Segurei no braço e consegui trazê-la de volta a estrada ai parei para ver o que era.
Tinha quebrado o pivô de cima do lado direito. E eu tinha trocado os dois lados antes de viajar pq estavam ruins...
Fiquei desolado, emputecido, chateado. Ao mesmo tempo fiquei muito agradecido a Deus e aos meus guias porque se aquilo tivesse acontecido perto de algum daqueles despenhadeiros eu não estaria aqui para contar a história.
Pensando no que fazer eu lembrei que tinha o telefone da dona do hostal em Cochrane, dona Trudy Lopes. Liguei para ela e relatei qual era o problema. Ela prontamente ligou para umas pessoas e depois quando eu liguei de novo ela falou que conseguiu um caminhão para me resgatar. Eu estava a 75 km da cidade. Então fiquei lá esperando a chegada do “socorrista”.
Depois e 2:30 h chegou um cara com um caminhão q não era guincho... Pensei, e agora, como vamos colocar a Ranger lá se ela não pode rodar? O jeito que o homem arrumou foi sacar a parte do pivô q quebrou do lugar e encaixar suavemente o pedaço de 2 cm q sobrou no pivô. Depois de muito esforço conseguimos fazer isso. Assim pude rodar devagarinho até um barranco onde coloquei a Ranger na carroceria do caminhão. Feito isso, rodamos os 74 km até Cochrane muiiiiiiiito lentamente e lá chegamos as 21:30 h.
Hoje (07/01/14), o mecânico veio aqui ver se ele tinha a peça. Não tem! Tem q mandar vir de Coihaique, 290 e tanto Kms. Ou seja, ficarei parado uns 2 a 3 dias.
Ainda bem que a maioria das coisas que mais queria fazer eu já fiz. Faltavam as Capillas de Marmol, o Ventisqueiro Colgante e fazer a travessia de ferry a Ilha Chiloe ou Puerto Montt. Como eu estava adiantado 3 dias terei apenas q cortar a ida às vinícolas. O que para mim não é nenhuma grande perda, pois como sabem, eu prefiro a natureza às coisas feitas pelo homem. Além disso, nos mercados o vinho é até mais barato.
Bom, agora é descansar e esperar q não há mais nada a fazer.
Antes que perguntem eu não tirei fotos da Ranger quebrada. Esqueci ou inconcientemente não quis mostrar a c@%$#@.
Um abraço galera
17º a 19º DIA – 07,08 e 09/01/2014 – Terça, quarta e quinta.
17º a 19º DIA – 07,08 e 09/01/2014 – Terça, quarta e quinta.
Cochrane (de novo??) - 0 Km
17º a 19º dia.
Não aconteceu nada nestes dias, fiquei novamente no hostal Central da dona Trudy esperando que a peça pedida pelo mecânico chegasse de Santiago... Isso mesmo, da capital federal do Chile, a 2 mil e tantos kms de Cochrane.
Um dia destes inclusive choveu o diaaaaa inteiiiiiro.
Quinta a tarde me chega o mecânico pra dizer que a peça chegouuuu. Mas ao era a peça que servia na Ranger. Mandaram uma bandeja e pivô de Ranger 4x2 que é diferente. Acho que o mecaico ficou chateado tbm e viu a minha cara de desanimo e resolveu acer uma invencion, ou seja fazer uma gambiarra, no bom português. Eram 11 da noite do Chile quando o cara terminou de instalar a bandeja com um pivô q não sei de q carro é, só que é bem robusto.
Ele me pediu para sair passear por perto da cidade pela manhã no outro dia para testar. Dia 10 pela manhã sai pescar, fui numa santinha q tem na beira da estrada, dei uma forçada nuns buracos e tudo bem.
Segue no dia 10, o vigésimo dia de viagem.
20º DIA – 10/01/2014 – sexta.
20º DIA – 10/01/2014 – sexta.
Cochrane a Villa Cerro Castillo - 274 Km
Após o teste pela manhã da caminhonete resolvi seguir viagem para Puerto Tranquilo e ver as Capillas de Marmol. O dia estava fantástico, muito sol, poucas nuvens e pouco vento. Novamente segui na barranca do rio Baker até a localidade de Puerto Bertrand, no lago do mesmo nome. Gente, aquelas fotos onde a água aparece azul não é falso não, não mexi nada na foto. O rio é azul turquesa mesmo e em outros pedaços verde claro.
Depois do rio tem a beira do lago General Carrera de novo, só que desta vez do outro lado, o contrario da ida a Chile Chico. Outro espetáculo azul e verde das matas ao redor. Sim, pq no lado que vai a Chile Chico as coisas começam a ficar cinzentas quando se está perto da fronteira com a Argentina, mas do lado chileno tem muito verde e várias florestas.
A 6 Kms de Puerto Tranquilo (depois para quem vai pro sul e antes para quem vai pro norte) tem uma placa que diz “Bahia Mansa”. Ali partem passeios para as Capillas e é muito mais perto das formações do que sair da vila. Além disso é mais barato por sua proximidade. Quando eu cheguei tinha um casal com uma filha quase saindo e me juntei ao grupo. Saiu por apenas 7500 Pesos chilenos. Na vila é bem mais caro, acho que 20000 por cabeça.
O barquinho zarpou e logo estávamos nas formações. Gente, é realmente impressionante aqueles cogumelos de marre cinza azulado, branco e de diversas tonalidades emergindo das águas azuladas e quase transparentes do lago. Gente é lindo demais. Tirei foto até de pedra submersa de tão impressionado que estava. São 3 formações: a capela, que é a menor; a catedral e o túnel. O legal é que dá para entrar nas formações e passear por dentro delas de barco. No túnel inclusive, dá para descer do barco para se tirar foto. É interessante ver a erosão da água deixar na pedra umas marcas parecidas com escamas de peixe.
DEMAIS.
Mais uma das minhas metas alcançadas.
Como ainda era cedo e eu tinha perdido 3 dias parado resolvi seguir viagem para Villa Cerro Castillo. A estrada segue fazendo imensos zigue-zagues pelas montanhas e por lá se chega a Vila que falei. Fiquei na hospedagem (esqueci o nome) que tinha restaurante e onde eu comi parte daquele enorme sanduiche de bife com ovo que vcs viram na foto.
Só por hoje.
21º DIA – 11/01/2014 – sexta.
21º DIA – 11/01/2014 – sexta.
Villa Cerro Castillo a Puyuhaupi - 258 Km de asfalto e 57 de terra.
Acordei tarde, para variar. Tomei o desayuno as 8:30 e fui para estrada. Destino: Coihaique.
Pela primeira vez na Carretera por asfalto. Um tapete de estrada. Passei tbm pelos caracoles da Carretera que sempre aparecem nas fotos quando se pesquisa sobre ela. Montanhas nevadas, montanhas de terra nua, florestas frias de ciprestes e as sempre presentes lagoas e cascatas.
Cheguei em Coihaique para comprar a passagem para Puerto Montt. O ferry saia no domingo, e era sábado... Pensei: vamos ver se dá. Mas não dava, não tinha mais espaço no ferry de domingo. Quando então??? Só sexta feira que vem... O que?????????? Que bo$%@. Não tem outro jeito? Só se vc for a Caleta Gonzalo, que é 60 km de terra a frente de Chaitén, lá tem ferry todos os dias indo a Hornopirem, perto de Puerto Montt. Bueno, se não tem outro jeito.
Comprei a passagem para segunda as 15:30 h. Acho que assim vai ser melhor, vou fazer a Carretera INTEIRINHA.
Agora terei que rodar mais para estar em Caleta Gonzalo segunda-feira a tarde. Segui então para Puerto Cisnes pensando em posar lá para no outro dia sair cedo e conhecer o Ventisqueiro Colgante.
Pé na estrada, asfalto ainda. Segue aquele tapete de estrada até a bifurcação para Puerto Cisnes. Como ainda estava bem cedo, resolvi encarar os últimos Kms até Puyuhaupi. Aqui a estrada de terra (ripio) entra numa floresta de fazer inveja a Serra Do Mar no Paraná. É o Parque Queulat. E como estávamos no alto da serra, para se chegar ao litoral tem que descerrrrrrrr. E tome descida nisso. Um zigue zague tão grande que fotografei o GPS para vcs verem.
Então termina a serra e começamos a seguir perto do nível do mar. É o Pacífico aparecendo em uma enseada. Antes disso, a 30 km da cidade tem a entrada do Ventisqueiro. Pensei em acampar pela primeira vez, mas o camping lá era muito precário.
Segui até Puyuhaupi e fiquei na hospedagem Carretera Austral, só para combinar.
No outro dia fui ao ventisqueiro antes de seguir a Chaitén, penúltimo trecho antes da balsa e da civilização.
Obrigado aos que estão mandando bons fluidos para a minha viajem.
Um abraço aos viajantes virtuais.
22º DIA – 12/01/2014 – domingo.
22º DIA – 12/01/2014 – domingo.
Puyuhuapi ao Ventisqueiro e a Chaitén – 260 km.
8:30 h eu estava tomando o café, pãezinhos mal dormidos do dia anterior, duros. Mas como não tinha ninguém pra reclamar ficou por isso mesmo.
Sai direto para o Parque Queulat para fazer a trilha do Ventisqueiro Colgante. Voltei 30 km daquela estradinha de terra, paguei a entrada e segui para o estacionamento. Lá chegando encontrei uma turma de viajantes brasileiros vindos do Rio Grande do Sul. Estavam em uns 6 veículos.
Tinham duas trilhas, uma mais curta ia para uma pequena laguna e dava uma visão muito ao longe do glaciar. A outra, de 3.3 Km, subia um morro ao lado para ter uma visão bem melhor da atração.
Então vamos caminhar. Primeiro trecho até a base do morro, tranquilo. Segundo trecho, começa a subida em dezenas de zigue zagues. Na volta eu contei e foram mais de 30 curvas para suavizar a subida. Chegando ao alto a trilha se estabiliza se tornando quase reta a não ser por alguns sobe e desce não muito fortes. Anda-se na crista do morro quase por todo o caminho, assim geralmente têm ladeiras para os dois lados da trilha. Confesso que com meu físico de sedentário que sou, sofri na parte da subida, mas o restante do caminho foi uma caminhada de média dificuldade. Eu me admirei com minha capacidade. Fiquei imaginando que se eu fizesse exercícios físicos mais rotineiramente seriam muito mais estas minhas viagens.
Quando se chega ao mirante e se descortina aquela maravilha antes seus olhos todo o cansaço é esquecido e eu fiquei de boca aberta ante aquela beleza. Eu já usei esta palavra neste relato? ESPETÁCULO. A geleira e as duas cascatas de derretimento que caem de uma altura de centenas de metros e de deixar a gente boba. Fiquei lá uns 20 minutos, tirei dezenas de fotos e claro que pedi para uma pessoa tirar fotos de mim mesmo.
Desci de lá em êxtase, feliz da vida por mais um objetivo alcançado. Infelizmente, apesar de terem outros lugares para se ver no parque eu estou com o cronograma atrasado devido a quebra da Ranger e tinha que seguir a Chaitén.
Então mais ou menos as 13:30 h peguei novamente a estrada voltando 30 km a Puyuhuapi para abastecer e pegar o penúltimo trecho de estrada de terra até Chaitén. Aviso aos que querem se aventurar: este trecho está sendo asfaltado e se anda quilômetros e quilômetros sobre britas com muita, mas muiiiiiiiiiita poeira. Mais até do que as estradas que eu peguei até agora. Tem um trecho de uns 5 a 6 km com asfalto novo e uns 50 desde um rio que não lembro o nome meu destino de hoje. O resto é pó, pó, pó, pó, pó, pó, pó, pó e mais pó. Pouca coisa pra se ver, além do mais tem que se ficar muito atento pq desliza muito, não se pode descuidar. Fica-se muito tenso neste trecho para no final ter o alivio dos últimos km de asfalto.
Pouca opção de hospedagem, uma boa, porem cara, e outras meia boca. Fiquei novamente numa casa de família bem fuleira, mas não sou de luxo mesmo.
Hoje (13/01) serão 60 Km de terra, balsa e daí pra frente só asfalto. Uebaaaa.
(isso era o que eu pensava)..........