El Bolson a Perito Moreno - 698 km (sem passeios)
Citação:
Postado originalmente por
F. Oliveira
Pow...muito foda! Acompanhando aqui...e parabéns por esta empreitada SOZINHO. hehehehhhehe
Valeu Oliveira,
Sózinho, além de mais silencioso é mais complicado. Tenho que ficar parando a cada Km para tirar fotos. Quando estava no asfalto até dava pra arriscar nas retas umas fotos ao volante (não recomendo), mas na Carretera... Sem chance, tem que ir parando para tirar fotos.
Aproveito para mandar o 9º dia:
9º DIA – 30/12/2013 – Segunda (lunes).
El Bolson a Perito Moreno - 698 km (sem passeios).
Luvio La notche toda, ou seja, choveu a noite toda e de manhã continuava chovendo. Meu planos eram, fazer um circuito de cascatas e ir para o parque de Los Alerces. Mas a água não parava. Quase 9 da manhã e nada da chuva parar.
Fui ao centro ver se achava alguém que cambiasse pesos chilenos e não achei. Procurei então saber onde poderia achar. Me indicaram a cidade de Esquel, a mais de 100 km dali, porém no caminho planejado. Bueno, se não tem jeito...
Segui viajem e entrei em Esquel, nada de achar cambio com pesos chilenos, e isso ali naquela cidade que estava a 120 km da fronteira com o Chile.
Queimei estrada e planejei Rio Mayo, entretanto deu pra chegar a Perito Moreno. Depois daqui, vou ao Chile. Por onde vou entrar, ainda não sei...
Quais serão as próximas atrações...
Perito Moreno a Cueva de Las Manos e Cochrane (Chile) – mais ou menos 300 Km.
10º DIA – 31/12/2013 – Terça (viernes).
Perito Moreno a Cueva de Las Manos e Cochrane (Chile) – mais ou menos 300 Km.
Em Perito Moreno fiquei no hotel Americano. Não tem estacionamento, porém tem quartos de bom tamanho, bem limpos e novos. O melhor foi o preço, o segundo mais baixo desde que cheguei na Argentina, 190 pesos. Tem um desayuno (café da manhã) razoável.
Quando cheguei aqui estava pensando em seguir até Los Antiguos e depois pegar uma estrada pouco conhecida que bordeava a divisa com o Chile até chegar ao Paso Roballos (pronuncia-se Robajos). Mas na central turística de Perito Moreno me lembraram que por outro caminho tem a Cueva de lãs Manos. Um museu pré-histórico a céu aberto, onde os homens das cavernas pintaram, a 9 ou 13 mil anos atrás, a silueta de suas mãos nas pedras. Além disso tem muitas outras pinturas rupestres. Por isso mudei de ideia e fui pelo caminho que passaria pela cueva, por Bajo Caracoles e ai seguia para o Paso Roballos e finalmente o Chile, em Cochrane.
Segui viagem de Perito a Cueva. Cheguei lá perto das 11 da manhã, horário da Argentina (1 hora a menos). Paguei 50 pesos e segui o guia até me juntar com outro grupo e outra guia. Ai começam as explicações e as pinturas rupestres. Chega a ser desconcertante imaginar aqueles seres humanos ancestrais fazendo aquelas pinturas. Alias, o lugar se chama vale do rio Pinturas. Foi fantástico, quando eu puder publicar todas as fotos q selecionei vcs vão ver.
Saindo de lá segui viagem rumo ao Chile e acabei de me perder um pouquinho na entrada da ruta a paso Roballos. O interessante foi que tinha sol até a divisa com o Chile, depois o tempo fechou e o visual não ficou tão bonito como as fotos tiradas na Argentina. Fora que acabou a bateria da Canon e tive de tirar fotos com a Fuji que não é a mesma coisa.
O caminho é um espetáculo. Lagos, montanhas nevadas, animais selvagens, paisagens de cair o queixo. Só espero que minhas fotos possam fazer juz ao que meus olhos viram. A estrada é estreita, sinuosa e toda de pedrinhas arredondadas que fazer parecer as vezes que rodamos em cima de bolinhas de gude. Tem que ir muiiiiito de boa, 30, 40 e máximo 50, mas só em retas. Vi de tudo na estrada, guanacos, lebres (não dava tempo de fotografar), pequenas emas (esqueci o nome), tatus e condores. Entretanto estes últimos estavam bem difíceis de fotografar.
Ao entrar na Carretera Austral senti um orgulho do dever cumprido. Era uma de minhas metas já na viagem anterior. A estrada nos leva nas bordas do vale do rio Baker até a cidade de Cochrane, um povoado um pouco maior da Carretera.
Fiquei no primeiro lugar que perguntei, o Hostal Central. Preço? 10000 pesos chilenos, algo como 45 reais. O lugar é um pequeno e aconchegante Bed & Breakfest (cama e café da manhã) só que com banheiros compartilhados.
Passei a virada do ano com a dona Trudi e seus outros hospedes, uma senhora e seu filho que são de Santiago. Foi divertido e muito diferente de todas as passagens de ano que tive. Apesar que me lembrou das vezes que passei a virada na chácara com meus pais. Tudo muito quieto, sem fogos e com a gente assistindo televisão na sala com alguns quitutes.
Hoje é só, como eu disse da outra vez, agora é mais difícil o contato pq a internet é mais difícil de encontrar por aqui.
Um abraço aos viajantes virtuais.
Cochrane (Chile) a Caleta Tortel e Villa O’Higgins – mais ou menos 280 Km
11º DIA – 01/01/2014 – quarta. CARRETERA AUSTRAL.
Cochrane (Chile) a Caleta Tortel e Villa O’Higgins – mais ou menos 280 Km.
No dia anterior eu tive uma pequena noção do que é a Carretera Austral, entretanto nada poderia me preparar para tanta beleza que eu vi hoje. Simplesmente MARAVILHOSO. Faltam palavras para descrever a estrada.
Aconselhado pela Senhora Trudy, a dona do hostal em que dormi, resolvi que iria passar para O’Higgins na balsa das 18 horas. Então saindo as 10 da manhã poderia desfrutar da estrada com mais tranquilidade e ainda visitar a Caleta Tortel antes de chegar a hora de passar pelo braço de mar que separa dos últimos 100 Km até a Villa.
Saindo de Cochrane a estrada vai ao lado de lagos, montanhas nevadas e espetaculares visuais. Mas a medida que ela vai estreitando e subindo e descendo montanhas as coisas vão ficando cada vez melhores. O problema de se estar sozinho é que se tem de parar a cada 2 Km para bater uma foto. Sem chance de tirar foto e dirigir, a estrada é perigosíssima e qualquer vacilo de 1 segundo vc pode cair num abismo e esperar horas ou dias até te acharem.
Quanto mais perto de Caleta Tortel vai se chegando maiores e mais numerosas são as cascatas. Sem brincadeira, são CENTENAS de cascatas, uma mais graciosa que a outra. Eu nunca vi nada tão belo na minha vida. Eu não estava preparado para tamanha beleza. E isso que o tempo não ajudou. Estava assim: chovia, fazia sol, garoa, teve até granizo e quase, quase nevou. Esqueci-me de mencionar que na noite de Ano Novo nevou nos picos a volta de Cochrane e ai tudo ficou muito, mas muito mais bonito.
Sei que quase fiquei com torcicolo de tanto olhar para a minha direita e iluminar meus olhos com a beleza de tantas cascatas. A mão de Deus é simplesmente maravilhosa.
Uns 40 Km antes de Puerto Yungay, onde se pega a balsa, tem a estrada de 22 Km que leva a Caleta Tortel. Novamente com centenas de cascatas e um rio ao lado. Neste trecho o tempo estava fechado, chovendo e com muito vento. Pensei que não iria dar para curtir a pequena cidade. Porém à medida que fui me aproximando do lugar o tempo foi se abrindo e ao chegar lá havia até um pouco de sol. Muita sorte.
Caleta Tortel é uma pequena cidade a beira da foz do rio Baker no oceano Pacífico. Quase que sua totalidade é construída em cima de palafitas e por isso, não há ruas. A gente chega, estaciona o carro na entrada e segue caminhando por suas passarelas que bordejam o mar e sobem e descem as encostas. É muito pitoresco o lugar. Existem até praças em cima das palafitas com balanças, gangorras e escorregadores para as crianças. A “cidade” tem de tudo, armazéns, ginásios de esporte, prefeitura, rádio, vários atracadouros, igrejas, mirantes, restaurantes, hospedagens etc. E tudo ligado por passarelas de madeira da região. Vcs vão ver nas fotos como é interessantíssimo. Fiquei uma hora e meia e não andei em tudo. O lugar é um verdadeiro labirinto de passarelas que sobem, descem e as vezes dão em um beco sem saída, como eu pude experimentar.
Seguindo adiante, voltei os 22 Km até a estrada principal, não sem antes parar para tirar numerosas fotos de outras cascatas. Ali ao porto são 43 Km. Novamente em meio a tantas cascatas que as vezes parece que elas vão cair no meio da estrada em cima do carro. Tem de todo tamanho e tipo que vcs pensarem. Não cansava de agradecer a Deus pela oportunidade que ele estava me dando.
Cheguei ao porto uma hora antes da partida. A balsa tinha lugar para uns 12 carros mais ou menos. As 17 horas partimos para um trecho de apenas 45 minutos de navegação. Todos os carros desceram e eu sai por último pois iria parar muito no caminho. A uns 30 Km do porto, vi um caroneiro e resolvi parar, já que todos à minha frente não o fizeram. Era um americano de Wyoming (não sei se é assim que se escreve) que está percorrendo a região a pé e de caiaque inflável. Troquei algumas palavras em inglês com ele e vi que tenho que estudar muiiiito para conseguir conversar. Eu até entendia bem o que ele falava, mas na hora de responder as coisas travavam. Fora que acabei me confundindo com inglês, espanhol, português... KKKKK
Depois do porto tem mais 100 Km do mesmo tipo de estrada que já descrevi antes, ou seja, cascatas, lagos, rios, montanhas nevadas etc. Um espetáculo. A, eu já falei isso??? Bem eu acho que vou falar muito mais até o final da viajem. Não dá para destacar nada, tudo é grandioso. E a estrada em si então??? Há que se louvar esta obra da engenharia chilena. Tem horas que vc vê a estrada lá do outro lado de um lago e não imagina como vai se chegar lá. Realmente é um prodígio da força humana ante a natureza.
Finalmente, às 21 horas, cheguei a Villa O’Higgins O destino final de minha jornada e o começo de meu retorno. Daqui até o final da Carretera são mais mil e tantos Km. A partir de Puerto Montt só tem asfalto, umas vinícolas e o caminho de casa. Vamos ver o que 2014 reserva para minha vida.
Para quem aguentou ler isso tudo Um abraço.
13º DIA – 03/01/2014 – quinta. CARRETERA AUSTRAL.
13º DIA – 03/01/2014 – quinta. CARRETERA AUSTRAL.
Villa O’Higgins a Cochrane – + ou - 270 Km
Acordei tarde. Tomei o café da manhã, que por sinal é muito bom, o melhor até agora. Tinha ovos mexidos, um pão de forma com queijo dentro prensado numa sanduicheira, mais duas torradas, manteiga, doce, café com leite e suco de laranja. Realmente o hostel El Mosco é minha recomendação máxima em O’Higgins. Te um hotel melhor, mas custa os olhos da cara. Olhe o nome: Robinson Crusoe, Deep Patagonian Lodge. Chique no urtimo.
Hoje eu ia fazer umas caminhadas curtas com duração de 2 horas e 1 hora apenas, entretanto o tempo piorou muito durante a noite. O vento patagônico chegou valendo, e com ele veio a chuva e garoa. Bem, pensei, vou seguir a estrada até a balsa bricando nos riozinhos para ver se pego minha primeira truta.
A balsa sairia as 19 h e eu fui beeem devagar pela estrada já que eram uma 11 horas. Na segunda ponte, que é o canal de deságue do lago Cisnes eu parei a Ranger depois da ponte, arrumei as tralhas e segui para arremessar de cima da ponte. E qual foi a minha surpresa ao chegar em cima da ponte e olhar para baixo onde ainda havia barranco e avistar um Huemul (um veado da região) comendo frutinha e folhas de uma árvore. Saquei o celular q estava no meu bolso e tirei algumas fotos. Como o animal não se assustou nem um pouco com a minha presença eu sai de fininho e fui na Ranger pegar a Canon. Voltei e o huemul estava lá tranquilo, tranquilo comendo as suas folhas. Deu para tirar fotos, filmar e voltar pro carro guardar a câmera que o bicho não saia dali. Só saiu quando se fartou de folhas. Enquanto isso eu já estava pescando e só observando o veado ir embora bem de mansinho.
Nesse dia estreei a japona corta vento impermeável que tinha comprado para viajem a Ushuaia. Foi utilíssima já que o tempo estava bem ruim. Não parava de garoar, chover, e ventar.
Parei para tentar pescar em quase todos os rios e nada. Já estava o último rio antes da balsa e resolvi testar. Joguei a isca (um spiner tipo daqueles de traira), vim puxando e senti a fisgada. Depois de uma breve briga tirei minha primeira truta. Tinha uns 30 cm mais ou menos. E o bichinho mordeu a isca pra valer, foi uma dificuldade retirar a garateia sem machucá-lo muito para devolvê-lo ao rio. Depois disso peguei mais um pequenino e só.
Segui para a balsa e ainda fiquei esperando quase duas horas antes de partirmos para o outro lado da carretera.
Depois de 45 minutos de navegação chegamos ao outro lado. Fui o primeiro a sair da balsa e estava com pressa. Já eram quase 20 horas e eu não queria dirigir no escuro. Só lembrando que por aqui o sol se põe lá pelas 23 h. Como a chuva quase não dava trégua segui num ritmo forte, porem cauteloso pois a estrada não dá margem a erros. Errou, dançou.
Cheguei à pacata Cochrane as 22 h e fui direto ao hostal da dona Trudy que ficou bem feliz em me ver. Ela me deu um quarto maior ao preço do menor. Um amor de pessoa a doma Trudy, me lembra a minha mãe.
Ao tem muitas fotos do dia de hoje.
Abraços galera.
14º DIA – 04/01/2014 – sábado.
14º DIA – 04/01/2014 – sábado.
Cochrane a Chile Chico - 180 Km
Adorei ficar no hostal da dona Trudy, mas tem um problema: ao lado tem um bar de karaokê e dance. Quando eram duas da manhã eles começaram a tocar uma música muiiiiito alta e eu acordei e não conseguia dormir mais. Só fui dormir lá pela 3 e meia pq tomei meio comprimido de um sedativo que levei e capotei até as 10 da manhã.
Como eram apenas 180 km não liguei de sair tarde. Tomei o desayuno (café da manhã) antes de sair e comi tudo o que colocaram na mesa. Pensei em almoçar em Puerto Guadal, pero no ache nadie lá, opa... não achei nada lá. Bem, o jeito é seguir viagem.
Desde uma vila chamada Puerto Bertrand, a estrada começa de ficar nas bordas dos lagos. O primeiro é o Lago Bertrand. O segundo é o lago General Carrera, o segundo maior lago da América do sul depois do lago Titicaca da Bolívia.
É aqui que as coisas ficam boas... Eu já falei a palavra espetáculo??? Não neste relato. Gente, vcs não tem noção até ver o lago e as montanhas nevadas a sua volta. A estrada se contorce na beira de precipícios de mais de 200 ou 300 metros de altura escavados na rocha. E o dia hoje estava bem típico daqui nesta época: poucas nuvens, vento gelado e um céu azulão que só vendo nas fotos.
São tantas coisas para serem vistas e fotografadas que é aquele já famoso anda, para, anda, para e mais anda e para... É uma estrada fantástica. E o azul desse lago então? Não alterei em nada as fotos que postei. É tudo tal qual está nas fotos. Novamente é uma viajem tensa pq vc não pode bobear um segundo que é caixão na certa.
Cheguei em Chile Chico umas 16:30 h mais ou menos. Ai é que me lembrei de uma coisa, eu não almocei.............
Achei um hotel, o Hotel Austral, e depois fui bater perna pra achar um bom rango. Não achei nada que me agradasse, então fui no mercado, comprei frutas, salgadinhos e algo pra por no pão e esta foi a minha segunda refeição no dia. Lá pelas 23 h eu capotei...
Só isso por hoje.