
Postado originalmente por
dsamaz
A 319 (Manaus - Porto Velho) ainda está emocionante... he he...
Notícia de hoje, de um jornal daqui de Manaus:
http://www.acritica.com.br/content/n...eria_id=127952
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A família esperava que a BR-319 estivesse em boas condições, mas o desconhecimento tornou a viagem um sofrimento
Júlio Pedrosa
Da equipe de A CRÍTICAA autônoma Ziliane Dutra, 33, não imaginava que a viagem de Itajaí (SC) para Manaus, por via terrestre, prevista para ser mais uma aventura vivida pela família, se tornaria um grande tormento, que colocou em risco a vida de todos. A família viveu o drama de passar nove dias perdida no meio da selva amazônica, ao tentar transpor os 900 quilômetros da BR-319, para chegar até Manaus. Já sem combustível e com os dois veículos - um caminhão-baú e uma Van - atolados na lama, o grupo foi resgatado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na última segunda-feira e chegou ontem a Manaus.
Ainda sob o impacto de permanecer perdido na selva, o grupo conta ter vivido momentos de terror enquanto esteve na "suposta" estrada. "No mapa, a BR-319 consta como uma rodovia, mas aquilo nunca pode ser chamado de rodovia porque não tem qualquer acessibilidade", afirma Ziliane, revoltada. Segundo ela, o grupo era formado por oito pessoas, sendo três crianças e uma grávida de cinco meses.
Viagem
A viagem teve início no dia 29 de agosto, quando o grupo saiu de Itajaí com destino a Manaus. No dia 4 de setembro, os veículos chegaram na divisa entre os estados de Rondônia e Amazonas, tendo o tormento iniciado na altura do Km 345, no município de Humaitá.
O motorista do caminhão baú - o catarinense Israel Edson de Souza - conta que não imaginava que enfrentaria essa situação em sua primeira viagem a região amazônica. "Ficamos sem alimento, sem combustível, sem água e ainda a mercê dos animais da floresta", conta ele, narrando a experiência de ter visto uma onça à noite cercando o grupo, que se fechou nos veículos para não ser atacado. "Somos sobreviventes", resumiu.
Segundo Ziliane, a intenção era a de transpor a BR-319 em pelo menos um dia. "Sabíamos que em alguns trechos não havia pavimentação, mas nunca imaginamos que seria abandonado daquele jeito", diz.
Amazonense, Ziliane conta que mora há 20 anos no município de Itajaí, onde trabalha com transporte de cargas. "Estamos acostumados a lidar com as estradas brasileiras e para mim, é lamentável que a região amazônica só disponha de uma estrada de fachada, que, se existisse de fato, poderia ser um excelente atrativo turístico", lamentou.