Caros, saiu este final de semana (sábado, 18 de novembro de 2006) uma reportagem no caderno de veículos do Estado de Minas sobre problema nos motores da L200 Sport 2004 e 2005. Para quem não conhece este caderno é altamente respeitado e seus editores possuem grande capacidade técnica.
Transcrevo abaixo na integra a reportagem de 1 página.
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LEGAL, MAS CONDENÁVEL
Rafael Bozzolla
Quem tem picape Misubichi L200, anos 2004 e 2005, que se cuide, pois o motor corre o risco de fundir. Fábrica está substituindo as bronzinas, sem avisar os proprietários
De Acordo com a lei, o recall (convocação dos proprietários para a substituição gratuita de peças) obrigatório de componetes defeituosos só precisa ser feito quando a segurança do veículo fica comprometida. Neste caso, o fabricante deve comunicar de forma ampla a convocação para que todos os proprietários interessados fiquem sabendo que seu carro deve ser reparado sem custo.
Aproveitando a brecha da segurança, não é de hoje que as montadores fazem o chamado "recal branco", que funciona da seguinte forma: as marcas detectam alguma falha de projeto ou fabricação e, para evitar um contingente de clientes insatisfeitos ou de processos judiciais, fazem a troca da peça na surdina. For o caso dos motores 2.0 do Chevrolet Monza ou da malfadada versão a diesel da Kombi, no qual nem a troca de todo o conjunto propulsor resolvia o problema.
SILENCIOSA
Agora é a vez da Mitsubishi que está fazendo, de forma silenciosa, a troca das bronzinas do virabrequim da picape L200 Sport ano modelo 2004 e 2005 (até abril). A peça funciona como um rolamento e é responsável por reduzir o atrito entre o eixo e o bloco. Se o componente estiver com defeito, pode fazer com que o eixo virabrequim venha a fundir, necessitando de retífica. A informação sobre a troca doi confirmada pelo Caderno de Veículos, que pesquisou em seis revendas da marca em Minas Gereais. Apenas uma negou o reparo sem custo.
Procurada pela reportagem, a Mitsubishi confirmou a orientação feita para as concessionárias de consertar, mas sem cobrar dos donos. de acordo com Reinaldo Muratori, diretor de engenharia da montadora, o desgaste da peça doi constatado quando os motores estavam com cerca de 50.000 km rodados. Consultando a matriz no Japão, onde são produzidos, o defeito foi confirmado nas peças vendidas por um dos 3 fornecedores. Como não era possível identificar o fornecedor das bronzinas de cada motor, a Mitsubishi resolver trocar as peças de todos os carros.
De acordo com o engenheiro mecânico, advogado e ex-perito Fernando Martelleto, a prática da Mitsubishi não é ilegal, já que o defeito não implica em risco à segurança, mas é questionável. "Quando não há convocação, existe o risco de desconhecimento e o proprietário pode ficar prejudicado, pois a durabilidade do motor do carro pode ser reduzida", conclui.
INFORMAÇÃO
É exatamento no quesito informação que a Mitsubishi coloca "os pés pelas mãos". De acordo com a Muratori, não foi feita convocação para não transformar o reparo em recall. À medida que os proprietários levassem as picapes para as revisões programadas, o problema seria corrigido. "É um procedimento simples, o dono nem se dá conta", explica. Mas o procedimento em si já é um problema, já que o proprietário fica sem a informação à qual tem direito. em seguida, o diretor coloca panos quentes: "O revendedor conhece o perfil do cliente. Se ele for do tipo que pergunta, o procedimento é explicado. Mas existem aqueles que acham que revisão é uma chateação e nem querem saber o que aconteceu", tenta corrigir.
Mas, como nem todos os donos fazem a manutenção de seus veículos nas autorizadas, há a possibilidade de alguns modelos não terem as bronzinas trocadas. "Nesse caso, se a picape estiver entre as unidades envolvidas, cobrimos qualquer conserto que se faça necessário devido ao desgaste da peça", garante.
ANÁLISE DA NOTÍCIA
É preocupante a postura da ViaJap, concessionária Mitsubishi de Belo Horizonte (Av. Raja Gabáglia 3.157). Nossa reportagem detector, em agosto, que a empresa vendia um chip, não homologado, que supostamente aumentaria a potência dos motores. Dessa vez, de todas as concessionárias Mitsubishi procuradas por nossa reportagem em Minas Gerais, a empresa foi a única a negar a orientação da fábrica de trocar as bronzinas. Omissão ou mentira?
Boris Feldman
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