Realmente o Militec é um tema polêmico. Antes de utilizá-lo pela primeira vez pesquisei em vários fóruns e no Youtube sobre este tema. Infelizmente encontrei apenas um teste feito por uma revista de automóveis, no site do Renault Clube, no qual o Militec não é considerado um produto que valha a pena utilizar pelo pouco ganho apresentado. As discussões, em vários fóruns, são apaixonantes, com posições fortes tanto a favor quanto contra. No Youtube aparecem experiências feitas utilizando atrito como parâmetro que comprovam que o produto funciona (exatamente o apresentado pelo Cássio); também encontra-se o mesmo teste para o Bardhal B12, também comprovando sua eficiência.
Conversei com pessoas que entendem bem mais do que eu, no Paraná e no Rio Grande do Sul, sobre o produto buscando entender melhor seu funcionamento. Entendi que o Militec, ao ser adicionado ao óleo do motor, é adsorvido pelo metal que entra em contato com ele, isto é, ele entraria no metal criando uma película protetora que diminuiria o atrito e, conseqüentemente, o consumo. Questionei sobre as quantidades a utilizar visto que, embora o volume de óleo no cárter fosse quase o mesmo (em torno de 4 litros), iria tratar um motor 6 cilindros e dois 4 cilindros. A propaganda do Militec informa que a quantidade a ser adicionada é proporcional ao volume de óleo do cárter, mas estas pessoas orientaram-me a colocar mais Militec no motor 6 cilindros por haver mais metal a tratar que no de 4 cilindros. Também questionei sobre o volume de óleo, pois ele ficaria 400 ml acima do nível no 6 cilindros. A resposta foi tranqüila: o produto seria adsorvido e o volume voltaria ao normal. Consegui um desconto com uma Loja de autopeças e comprei alguns tubos de Militec e iniciei minhas "experiências" com o produto. O que vem a seguir é fruto exclusivamente de minhas impressões e "achismos", sem nenhuma base científica, feitas ao longo de quase um ano. Sempre que colocava o produto eu aguardava uns 500 km para avaliar.
O primeiro tubo de Militec eu adicionei ao óleo da TR4 da patroa pois os tuchos insistiam em bater ao ligar mesmo o motor tendo apenas 19.000km. Melhorou um pouquinho, sem mudança no consumo. Coloquei um segundo tubo e achei que os tuchos se "acalmaram" na primeira partida, também sem alteração perceptível no consumo. O terceiro e o quarto tubos do produto coloquei na Outlander de uma vez, seguindo a orientação. Achei que o motor ficou mais tranqüilo na partida e na lenta. Novamente o consumo, em minha opinião, se manteve o mesmo. O quinto tubo eu coloquei em um Vectra antigo, que tem um computador de bordo que indica o consumo instantâneo em litros por hora com o carro parado. Este carro estava com 169.000 km, motor silencioso, e o computador indicava consumo entre 1,3 e 1,4 l/h. Coloquei o Militec e o motor não diminui seu ruído enquanto o consumo passou a oscilar entre 1,4 e 1,5 l/h. Fiquei muito desapontado com este resultado. Tanto na Outlander quanto no Vectra (na TR4 não fiz este acompanhamento, putz) observei que o nível de óleo na vareta não voltava ao normal. Quando chegou a troca de óleo da Outlander, optei por colocar apenas 4 litros de óleo e mais 200 ml do Militec (em vez de 4,3 l de óleo): se o produto for adsorvido, completo o nível com óleo (ainda estou avaliando o resultado). A primeira reação foi que a resposta ao acelerador melhorou e, finalmente, gostei do produto pois produziu uma sensação prática boa. Mas o valor gasto para estas experiências foi alto, deixando uma sensação (mais uma) de frustração.
Vou continuar usando o Militec, mas gostaria que fosse feito um novo teste com automóveis, com um instituto independente, para avaliar o produto neste tipo de utilização. Com isso, estaríamos encerrando discussões apaixonadas, substituindo sensações e achismos por números e conclusões sobre eles. E antes que me esqueça, dois amigos utilizaram Militec em seus carros após ouvirem esta história: enquanto um disse que o motor de seu carro ficou bem mais silencioso, o outro não notou nenhuma diferença.
Quanto a Quatro Rodas, lembro que testou o Prolong, que prometia que o motor funcionaria mesmo sem óleo no cárter e acabou fundindo o motor no Ka utilizado no teste.