Amigos, boa noite!
Eu estava conversando com um amigo hoje à tarde, ele é um expert de marketing automobilístico, e comentei com ele sobre essa reportagem da Nissan.
Ele riu logo de cara, e me disse que uma publicação do Reino Unido, que não tem qualquer contato com os altos executivos da Nissan, publicou uma reportagem de "ouvi dizer", sem autoria confirmada, que foi largamente copiada com alarmismo por jornais de todos os cantos, replicada por sites de toda espécie e até por "influenciadores digitais", copiada e compartilhada por pessoas com as mais diversas intenções possíveis, causando um rebuliço que já começa a perder fôlego.
Ele me disse que é mais fácil uma montadora americana ou europeia falir, uma GM, uma Volkswagen e até mesmo uma Fiat (para não citar outra), do que a Nissan. Ele me comentou que essa possibilidade é zero. Primeiro porque tem muita gente querendo investir na marca, segundo porque ela não é tão deficitária como dizem, pelo contrário, seu patrimônio e participações são muito fortes e atrai muitos interessados, inclusive da própria concorrente Honda que sempre teve muito interesse na Nissan, e por último, existem filas de fabricantes chineses sonhando em comprar uma empresa como a Nissan, e que há anos assediam empresas do porte dela com preferência pelas japonesas, óbvio.
Os chineses adoram comprar marcas fortes, como uma Nissan, com estrutura fabril já instalada, com redes de concessionárias estabelecidas, pessoal treinado e uma engenharia consolidada para uma faixa de consumidor que a China ainda tem dificuldades para crescer.
Quando lhe perguntei que faixa é essa que ela tem hoje dificuldade para conquistar, ele me respondeu apenas: "os que não são trouxas". Ele se referiu aos carrinhos elétricos baratos que a China despeja no mercado mundial hoje, ou aqueles mais "requintados" mas que não convencem o público mais exigente.
Ele me disse que se a Nissan realmente estivesse vulnerável, os chineses atacavam e levavam ela para casa, mas esse não é o caso.
Ele afirmou o que eu já tinha dito aqui, pra esquecer isso e ficar tranquilo, porque quem é do ramo sabe que isso é uma grande bobagem, e que pode até haver interesses ocultos nessa reportagem.
Se a situação fosse realmente sem volta, a Mitsubishi e a Renault não estariam compartilhando partes e tecnologias com a Nissan, muito menos a Honda teria criado uma parceria tão importante, estratégica e cara com a Nissan. Elas obviamente conhecem a situação da Nissan, e se apostaram nela, sabem que tem algo mais nessa história que talvez só elas saibam.
Há quem afirme que a Honda segue uma negociação para se tornar sócia majoritária da Nissan e manter a marca no Japão.
Ele comentou que o mercado, principalmente o brasileiro, deveria estar muito mais preocupado com outras marcas que parecem menos suspeitas. Me lembrou o caso (que eu já conheço bem) do Carlos Ghosn, que tentou se vingar da Nissan denegrindo a sua imagem, sugerindo que ela não tinha força para se manter produzindo no Brasil, e o consumidor viu que quem sucumbiu mesmo foi a Ford que estava "acima de qualquer suspeita". Mas isso eu já havia cantado.
Ele me passou um link interessante, que achei legal compartilhar com vocês junto com os seus comentários.
Vou colocar o link original, antes que apareça alguém duvidando da origem do texto, e uma tradução automática porque não tenho tempo para fazer uma tradução melhor para vocês.
Segue o link: Is Nissan in Trouble? Owners Need Not Worry Much - Kelley Blue Book
Autor: Sean Tucker (não conheço o autor mas ele me disse que é um cara muito bom com longa passagem por principais jornais, sites e outras publicações americanas).
Segue o artigo na íntegra (não mudei, acrescentei ou cortei nada). Tenho certeza que muitos vão gostar, e que outros vão odiar :mrgreen:
Vocês vão ver que o texto é muito imparcial, técnico e bem plausível, mostrando fatos e analisando de forma fria a situação, mas, prestem atenção aos detalhes que estão sutilmente descritos no texto. O texto parece estranho, dizendo uma coisa até um tanto confusa e concluindo outra, mas prestem atenção que vão entender.
A Nissan está em apuros? Os proprietários não precisam se preocupar muito
Byhttps://secure.gravatar.com/avatar/9...?s=20&d=mm&r=g Sean Tucker 12/05/2024 11:15am
(cópia livre)
A situação da Nissan é preocupante. No entanto, os proprietários preocupados devem saber que é improvável que a marca desapareça em breve. Fundada em 1933, a Nissan já passou por tempos difíceis antes, e vários planos de recuperação possíveis poderiam fazer com que ela emergisse reestruturada, mesmo no pior cenário.
Os proprietários de Nissan não precisam se preocupar demais – seu distribuidor local ainda estará por perto para dar suporte ao seu carro depois que a crise atual for resolvida.
Sinalização de vendas, cortes de produção
Os lucros operacionais da Nissan, relata o MSN, diminuíram “em 90% na primeira metade do ano fiscal”.
Segundo a Reuters, o CEO Makoto Uchida culpa “as fracas vendas e lucratividade na América do Norte e na China, de acordo com três pessoas com conhecimento do assunto”.
A empresa respondeu com planos de cortes drásticos. A Automotive News relata que a Nissan poderia construir quase 100.000 carros a menos nos EUA no ano fiscal de 2024 e poderia “reduzir alguns turnos nas fábricas de montagem de cinco dias por semana para quatro”.
A montadora espera eliminar 9.000 empregos em todo o mundo como parte de um esforço para conter o sangramento.
Perdeu o boom do híbrido, marcas de luxo lutando
A falta de opções híbridas agrava os problemas da Nissan nos EUA. As vendas de híbridos dispararam nos últimos anos, à medida que muitos compradores procuram poupar dinheiro na bomba de gasolina sem vincular a sua liberdade de transporte a uma rede de carregamento de veículos eléctricos nas suas primeiras fases de crescimento.
No entanto, a Nissan não possui híbridos em seus lotes de vendas.
A ameaça do presidente eleito, Donald Trump, de impor uma tarifa de 25% sobre todos os produtos provenientes do México poderá prejudicar mais a Nissan do que alguns rivais. A empresa constrói vários modelos no México e traz motores de fábricas mexicanas para os EUA para uso em outras.
Sua marca de luxo Infiniti também está passando por dificuldades. A Automotive News observa: “A participação da Infiniti no segmento de luxo dos EUA caiu mais da metade desde 2019, o declínio mais acentuado entre as marcas premium”.
Pode se salvar
Embora a situação da Nissan seja difícil, a empresa pode salvar-se. A empresa iniciou mudanças drásticas destinadas a reduzir custos e consolidar esforços.
As medidas incluem uma mudança de executivos – o diretor financeiro da empresa renunciou esta semana. Eles também incluem mudanças na escalação. A Nissan anunciou planos para remover a maioria dos sedãs de sua linha e concentrar seus esforços em SUVs mais lucrativos.
Finalmente introduzirá um híbrido no próximo ano, licenciando o sistema híbrido plug-in (PHEV) do Mitsubishi Outlander PHEV para uso em seu produto mais vendido, o SUV compacto Rogue.
Automotive News relata que a empresa também permitirá que os revendedores fechem algumas concessionárias Infiniti e vendam veículos Infiniti nas lojas Nissan. “A combinação das operações de back-office e de serviços de ambas as marcas reduz as despesas gerais e aumenta as vendas por telhado, numa tentativa de aumentar a rentabilidade”, observa AN.
Várias opções de recuperação
Se esses esforços falharem, a empresa provavelmente não entrará em colapso total. Em vez disso, poderá encontrar resgate recuperação de um comprador externo.
“A Nissan está à procura de um investidor âncora que a ajude a sobreviver a um ano decisivo”, explica o Financial Times.
Dois grupos de investidores ativistas conhecidos por assumirem empresas em dificuldades, Oasis Management e Effisimo Capital Management, já compraram pequenas participações na Nissan. Os investidores de capital privado provavelmente reduziriam significativamente as operações da Nissan, em busca de rentabilidade, mas não abandonariam uma empresa com operações em vários continentes e uma marca com quase um século de existência.
A Nissan, no entanto, poderia buscar o resgate de um rival. “A empresa também não descartou a possibilidade de a rival de longa data Honda assumir uma participação majoritária na empresa”, relata o MSN.
Essas relações entre irmão mais velho e irmão mais novo não são incomuns entre as montadoras japonesas. A gigante Toyota detém hoje participações parciais na Mazda e na Subaru. Ambas as empresas competem com a Toyota. Mas o apelo único da Subaru entre os entusiastas do ar livre e a marca de desempenho da Mazda proporcionam-lhes os seus próprios nichos de mercado. A propriedade externa pode ser exatamente o que a Nissan precisa para criar uma personalidade mais distinta, diferenciando-a de uma controladora generalista como a Honda.
Eu sei que é um texto bastante difícil para alguns que têm muita dificuldade para entender mais do que uma ou duas linhas, então é melhor procurar um desenho animado para assistir ou colorir uma revistinha :mrgreen: