Bem pessoal, faz um bom tempo que acompanho as discussões no site e resolvi participar mais ativamente contando a história do Fernandão!
Sou do interior de São Paulo e meu vizinho (Fernando) tinha um Willis 1951 original que ele tinha tirado zero.
Cresci vendo o jeep ir e voltar da fazenda do cara todos os dias, com adubo, maquinário, tambores de leite e acabei me apaixonando por essa máquina.
Meu primeiro veículo ainda com 17 anos foi um jeep 1951 que meu pai foi comigo buscar em Minas, tinha motor de opala que rodou exatos 450 km de Passa Tempo à Limeira. Acabei tendo que me desfazer dele por corte de verbas 3 anos depois. O Fernando sempre brincava comigo falando que o jeep dele era original e que o meu não valia nada pois era "mexido". 8)
Após 6 anos resolvi, quer dizer sobrou ($$$), comprar outro jeep e a idéia era "envenenar" a máquina, porém o destino é uma coisa engraçada....vou visitar meus pais e adivinha, encontro o Fernando e pergunto do jeep, ele responde: 'Tá na garagem esperando vc levar ele embora" - resposta imediata: "Bora agora, vou levar já".
E assim começa a história do Fernandão, que ganhou esse nome em homenagem ao motorista que mais o dirigiu até hoje. O Fernando faleceu 3 meses depois de vender o jeep.
Quando terminar a reforma do Fernandão e sobrar verba arrumo outra viatura para "envenenar"!
Como já sabia o jeep era 100% original de fábrica a não ser por bomba d'água, freios, rodas, bomba de gasolina, carburador, estofamento e pintura que foram trocados por versões nacionais com o passar dos anos.
O carburador trocado é do Aero Willis, pois o original (1951) é a coisa mais complicada que já desmontei, todas as demais peças trocadas estavam guardadas em uma caixa com uma série de peças sobressalentes e com o manual original, só faltou a nota fiscal! Ah, outra coisa, a lata do paralama traseiro estava "rasgada", pois o suporte do estepe enroscou no portão do Fernando....o portão é lógico que caiu!
Com esse histórico mudar qualquer coisa no jeep seria um crime histórico!
Então levei em um mecânico e foi preciso trocar apenas peças simples, reparos, rolamentos e o sistema de freio que estava praticamente derretido!
Após dois anos rodando com ele entre Itu e São Paulo, além de algumas trilhas leves e também de mais alguns reparos simples, iniciei a reforma do Fernandão