Pessoal,
Essa fim de semana fiz a medição da pressão do cárter do meu velho Maxion 2.5, que está nos 290k.
Qual não foi minha surpresa ao descobrir que o sistema de respiro do cárter não funciona direito, mesmo sendo minha válvula anti-chama nova.
Adaptei uma tomada de pressão no bocal da tampa de óleo e procedi as medições com motor quente na marcha lenta, que teoricamente é a situação onde há mais escape de pressão pelos anéis do pistão, consequentemente mais pressão no cárter.
Com tudo no lugar, a pressão do cárter chegou a 4,3 polegadas de Mercúrio (in.Hg). Soltei então a mangueira de saída da anti-chama, que está conectada a admissão da turbina, e qual não foi a surpresa de ver que o nível de pressão se manteve o mesmo!
A recomendação é que a pressão do cárter seja de 0,5 in.Hg, isso evita que retentores e gaxetas deixem escapar óleo e ao mesmo tempo evita que resíduos entrem pra dentro do motor.
Seguindo, fiz a medição desconectando a mangueira que liga o bloco a tampa de válvulas. No caso a pressão foi completamente aliviada. O problema nessa situação é que além do vapor, saiam muitas gotículas de óleo junto.
A questão agora é como trazer essa pressão para níveis aceitáveis, uma vez que o sistema original é disfuncional.
Minha primeira ideia foi retirar a anti-chama original e fazer um "catch pot" para segurar o óleo, deixando-o aberto para atmosfera.
No entanto nessa configuração acredito que eu vá perder muito óleo, o que me fez então optar por fazer uma alteração na válvula anti-chama.
Ela vai continuar exatamente no local original presa a tampa de válvulas, vou fazer a retirada do diafragma superior pós-ciclone. Para quem não entende como funciona, aqui vai uma breve explicação: os vapores com gotículas entram no ciclone que faz com que as gotículas se aglutinem e precipitem, saindo pela parte inferior do ciclone que é ligada ao cárter (abaixo do nível do óleo, afogado). Os vapores sobem pelo centro do ciclone e passam para uma câmara com o diafragma, e então tomam o caminho da admissão da turbina. Ok, mas qual a função do diafragma? Quando a turbina é exigida e a pressão de sucção é grande, o diafragma fecha a passagem dos vapores que saem do ciclone. Faz isso para evitar que o óleo seja succionado do cárter pelo retorno de óleo do ciclone, que como eu disse anteriormente está afogado.
Isso não será problema, pois vou desconectar a saída da anti-chama da admissão e conecta-la a um "catch pot" que estará aberto para atmosfera. Trocando em miúdos vou fazer um sistema um pouco mais refinado do que os dos 1113!!

Anti-chama, ciclone e diafragma

Retirada do diafragma


Medições com medidor de pressão absoluta
Com isso tudo espero chegar a níveis de pressão dentro do cárter aceitáveis, sem fazer lambuzeira de óleo por aí.
A anti-chama sem diafragma já está pronta. Juntando os materiais pra fazer um catch pot.
Sds.