Desde que comprei meu Jimny, fico inconformado com as economias porcas que a montadora faz em detrimento da satisfação do seu consumidor. Um 4Sport custa a mesma coisa que um Honda Fit top de linha e não entrega nada parecido em itens de conforto. Pelo contrário, entrega alto-falantes de papelão e sonega até mesmo filtro de cabine do seu sistema de ar condicionado, coisas que custam menos de R$ 150 em lojas e sites de autopeças (filtro mais 4 alto-falantes tri-axiais decentes). O que para as montadoras deve custar uns R$ 50...
Dentre as coisas que eles não entregam, mesmo existindo infraestrutura na viatura, são aquelas informações que a central de comando do motor emite para diagnóstico. Isso só vem nos modelos mais sofisticados, com computador de bordo. Mas com um transmissor bluetooth (que deve estar custando uns R$ 50 a 60 no Mercado Livre – eu paguei R$ 35, mas foi antes dessa disparada do dólar) você tem acesso a todas elas. Pode-se ter informações de velocidade, giros do motor, consumo instantâneo, temperatura do motor, inclinômetro, tempo de viagem andando, parado e total, autonomia estimada de acordo com a média de consumo, etc., etc. Muita coisa mesmo. Tudo num tablet ou no smartphone Android, com o aplicativo TORQUE PRO (R$ 11,95 na Play Store).
O ELM 327 é simplesmente plugado numa tomada meio escondida abaixo do volante e ele, devidamente pareado com seu tablet ou smartphone, transmite os dados disponíveis para o Torque Pro lhe mostrar.
O seu velho tablet pode ainda guardar um arsenal gigante de músicas e transmiti-las para seu rádio original também via bluetooth. Pode funcionar como GPS com programas como o Sygic, IGO ou mesmo o ‘gratuito’ Waze (seu tablet wi-fi pode usar a internet do seu celular). Pode ter filmes também – o que não recomendo. Para quem é chegado nas trilhas, pode-se deixar instalado o Wikiloc ou o Twonav. Muito mais do que os multimídias de R$ 3 mil nos dariam.
Incomodado com os suportes para tablet existentes – que deixam seu aparelho torrando sob o sol – resolvi construir um suporte apoiado no buraco que fica abaixo do rádio original (gambiarra projetada para compensar a moldura do painel tamanho DIN 2 com o rádio tamanho DIN 1. Assim, o tablet fica na frente do rádio, que passaria a funcionar apenas como amplificador. Importante que a montagem não fecha as saídas nem os comandos do ar condicionado.
Meu projeto parte de uma dobradiça com mola chamada Fechamatic, soldada em duas chapas. Uma delas fica calçada no buraco abaixo do rádio. A outra vai servir de suporte para o tablet, aderido a ela com fitas de velcro. A mola da dobradiça vai pressionar a chapa do tablet contra o painel, acima da entrada do CD. Por isso colei atrás dessa chapa uma pastilha de borracha para fazer a função de distanciador e também de protetor.
Toda vez que queira ou precise mexer nos comandos do rádio, basta baixar o tablet, como uma portinhola. A dobradiça puxa ele de volta e o mantém na vertical. O buraco pode receber também o excedente do cabo de alimentação ligado na tomada do acendedor de cigarros.
Se quiser sofisticar mais a instalação, pode-se utilizar algum app de automação no tablet, ligando e desligando programas e telas automaticamente, quando se liga o carro, por exemplo. Não explorei ainda essa possibilidade.
Enfim, o resultado está aí compartilhado. Quase profissional. E bastante satisfatório.
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