Transamazônica 2010

[Loras]

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Amigos,
não há necessidade de polemizar, todos os aventureiros seguem bem e tem seus motivos. Nenhum deles pode ser desmerecido pelo ocorrido, todos tem seus méritos e motivos e não cabe a nós julgar.

Sobre todo o fato ocorrido já foi entendido lendo as duas partes da moeda, mas falando sinceramente e na minha visão, a única coisa que achei que não deveria ter ocorrido nos relatos que foram escritos foi o fato do colega Sergio Holanda ter escrito a palavra "Fracos" que para mim ficou sendo com uma forma pejorativa de falar dos demais integrantes.

Entendi perfeitamente que a expedição dele "Challenge" não é um passeio e sim uma expedição de extremo grau de dificuldades e etc.

Sei que muitos não vão concordar, mas eu acho que no regulamento deveria haver um item baseando também o ritimo mínimo que seria imposto na estrada e não apenas se basear pelo veículo mais lento como foi o caso do Jimmy. Como pode ser visto nos relatos a partir do novo rítimo imposto apareceu um novo divisor de águas na expedição.

Como viajante, gostaria apenas de expressar minha opinião também.

Eu não concordo que a Transamazônica seja o maior desafio off road brasileiro.

O Rally dos Sertões é tão exigente quanto. Apesar de serem eventos com características distintas, ainda assim exigem uma série de virtudes comuns dos participantes. Convivência em grupo, tolerância a desconforto, privação de sono, cansaço mental e físico, etc.

Agora, compará-los tecnicamente, tentando classificar qual é mais "difícil"... bem complicado, IMHO.

Depois ainda temos diversas trilhas "punks" que em apenas dois ou três dias concentram uma intensidade de dificuldade e perigo tão presentes quanto na Transamazônica.

Veja bem, não quero de maneira alguma diminuir as dificuldades do percurso, mas de fato o mundo hoje não é como 100 anos atrás.

Viajar para um lugar inóspito e totalmente desconhecido é bem diferente hoje em dia. Os equipamentos são diferentes, a tecnologia e o conforto também... enfim...

A comunicação evoluiu de maneira espetacular. Quem gosta de literatura de expedições percebe o quanto celular, internet, satélites e etc. facilitaram a vida dos líderes de viagem.

Complicado comparar, de novo.

Mais complicado ainda determinar que um aventureiro é fraco simplesmente por não desejar fazer parte de uma expedição cuja logística e princípios não são condizentes com suas vontades e desejos.

De fato a escolha é pessoal.

A vida é assim. Pluralidade, sem deméritos de ninguém.

Todos tem direito de curtir o off road como, onde e com quem desejarem.

Ninguém é obrigado a nada.

Se fulano tem $ para comprar um carro de 100k, investir mais 20k de acessórios e "moer" sem dó, no meu ponto de vista, é um sujeito de sorte!!!

Se decide encarar a Transamazônica com 120k debaixo do banco...

- para alguns é louco
- para outros é rico
- para outros é corajoso
- para outros é desapegado

E assim a pluralidade manifesta-se novamente.

Desistir não é sinônimo de fraqueza de caráter ou mesmo ausência de espírito aventureiro.

Aliás, para desistir depois de gastar 120k, depois de investir um ano em planejamento entre outros detalhes, é preciso muita coragem, não?

Eu não acho ninguém fraco, despreparado, "play", só porque escolheram passar em caminhos onde Uno MIlle e Bitrens passam.

No fundo o desafio é pessoal. Cabe a cada um definir quais limites quer superar, até que ponto pretende arriscar sua vida e seu patrimônio.

Mude o parâmetro, e tudo muda.

Quantos aqui encarariam uma expedição ao Pico da Neblina?

Por isso, reforço meu ponto de vista. O respeito as diferenças é fundamental!!!

...

Em relação a velocidade de deslocamento.

Infelizmente, por diversas vezes, aqui em Roraima ou em SP mesmo, diversos integrantes deixaram de lado o comboio do qual eu fazia parte.

Por princípio pessoal, eu tenho em mente que:

"grupo que sai junto, volta junto"

Mas entendo que nem todos compartilham da mesma opinião.

Sendo assim, procuro viajar com parceiros que tenham valores, atitude e princípios comuns a mim.

O Jyoti tem uma opinião interessante a respeito. Defini-se ponto de partida e chegada. O deslocamento é livre, o integrante deve respeitar apenas os horários limites estabelecidos. Dessa forma, a idéia do Eustáquio é concordante, uma vez que delimita-se uma velocidade mínima então...

De repente é uma alternativa mais democrática, que tende a equilibrar o grupo nesse ponto.

Abraços,

[jeisonk]

Loras, só pra esclarecer um ponto, o caminho que eles estão não é a rota "normal" onde vai Uno e Bitrem, eles estão na Estrada do Estanho, que vai terminar na Transamazônica, lá no km 180, nas proximidades de Apuí

Interessante esse teu comentário, de grande valia.

Também acredito em outro ponto, os nomes mais pejorativos que foram usados foi coisa de momento, na hora do sangue quente, acredito que quando tudo isso acabar teremos por aqui algumas declarações, de ambos os lados, mais centradas.
Conheci todos em Guarantã e o grupo era 10, foi realmente uma pena ter acontecido isso, espero que tudo termine bem, tanto na expedição como nos ânimos de todos.

Abs

[Lothar]

"...Por isso, reforço meu ponto de vista. O respeito as diferenças é fundamental!!!"

Isto diz tudo.

[]

[Lothar]

Os problemas enfrentados na expedição são comuns em empreendimentos desta natureza, fazendo com que a própria seleção das pessoas que irão compor a equipe seja uma das fases mais importantes. Quanto a isto, anexei abaixo um trecho do livro de Tom Sheppard que trata do tema "Vehicle-dependent Expedition Guide - field manual", em que o autor, com mais de 40 anos de experiência, comenta as dificuldades e critérios que devem, em seu entender, serem usados na formação da equipe.

[]

p.s.: Estou trabalhando na traduçãoComo domino pouco o idioma

[Loras]

Jeison,

Interessante. Então não é tãaao light assim.

Enfim, lidar com pessoas em situação de estresse é sempre complicado.

Quem costuma viajar em situações de baixo conforto, seja de 4x4, veleiro, bicicleta, moto ou ap pé, sabe que as vezes é imprevisível a reação das pessoas em momentos limite.

Isso é, quando o limite pessoal de cada um é tocado. Para alguns é fome. Para outros sono. Para os pais, saudades dos filhos.

No final das contas, é importante que cada pessoa que se proponha a passar uma experiência dessas, tenha consciência de onde o calo aperta. E isso, infelizmente, vem somente com a experiência e auto-observação.

O Serjão sabe bem disso, afinal já levou outros grupos pelas bandas amazonenses.

Por isso, realmente acredito que separar o grupo deve ter sido a escolha mais sensata de ambas as partes. O Serjão, como líder, teve seus motivos para aceitar a divisão. Os demais participante tiveram justificativas para propor a divisão e a outra parte deles razões para aceitá-la.

Cada grupo escreverá a sua história. Viverá as suas dificuldades e encontrará maneiras de chegar ao objetivo final. Pessoalmente, estou aqui para acompanhar e admirar ambas. Não para dizer que um grupo é melhor que o outro porque escolheu o caminho mais difícil...

O importante é que cada um viva e supere os seus limites a cada dia. Uma montanha superada por mim, pode parecer um grão de areia para outrém. Mas nem por isso foi mais fácil ou menos "radical".

Abração,

[Orlando Castro]

Eduardo Eustaquio

Loras


Concordo com vcs.
E digo que os dois lados tem suas razões.
Acho também que o tempo de duração da expedição é fator determinante para o interessado aderir ou não. Se só tenho 30 dias, tenho de estar de volta em 30 dias. Acho que os que lá estão, tem seus compromissos e seus prazos.
É claro que nesse tipo de viagem, com estradas e clima adversos, é muito difícil fazer-se uma organização precisa, mas são nos detalhes que se diferenciam a boa da ótima. Tem que ter o plano "B". O canal de TV que vai transmitir a final do campeonato de futebol, não sabe se o jogo terá prorrogação ou ainda disputa por penautis, mas eles tem que prever que isto poderá acontecer.
Acho que em se tratando de uma seleção de candidatos, os carros e suas caracteristicas, deveriam ser determinantes para a escolha sim.

ABS

[jeisonk]

Loras, quando eu crescer quero escrever igual a você



[]'s

[Jyoti]

O maior desafio não é a lama, o carro, o obstáculo, o tempo de cada um, o acessório, o dinheiro, ou qualquer outra coisa, nem mesmo o rally ou a transamazonica.

O maior desafio é o ''pessoal", o humano !!!
é voce lidar com você mesmo e com os outros.
O desafio é seu.

[AKPG]

Loras, quando eu crescer quero escrever igual a você



[]'s

x2!!!

[Marcelo-HPE]

Sempre sonhei ir para transamzônica, a maior atoleiro que tenho que passar é convencer a patroa . essa é a pior parte .
Cheguei a comprar um jogo de pneus MUD ( consegui vende-los depois ) , o colega que iria comigo tinha um radio PY para o carro , instalei snorkel , e já tava com uma grana para colocar um Hipull 9100 slim.
Mas deu brigueiro doido em casa e acabei abortando a missão por equanto .

[Jyoti]

Como viajante, gostaria apenas de expressar minha opinião também.
...
A vida é assim. Pluralidade, sem deméritos de ninguém.
...
O Jyoti tem uma opinião interessante a respeito. Defini-se ponto de partida e chegada. O deslocamento é livre, o integrante deve respeitar apenas os horários limites estabelecidos. Dessa forma, a idéia do Eustáquio é concordante, uma vez que delimita-se uma velocidade mínima então...

De repente é uma alternativa mais democrática, que tende a equilibrar o grupo nesse ponto.

Abraços,

Loras e ALL,

deixe-me esclarecer:

nas viagens longas, expedições, etc, o "responsável", junto como grupo, estabelecemos o horário de saída e o ponto de chegada.
Na hora combinada, a maioria do grupo sái,...quase todo mundo junto...pois, sempre tem um + dorminhoco, ...mais mole,....mais simples ou + complicado pra se ajeitar, ...etc, etc e tal.

Cada um tem ou faz o seu tempo.

Durante o percurso, com o RÁDIO VHF sempre ligado, comunicação, vamos conversando,... parando e avisando as paradas que alguém queira fazer, ...etc... até o ponto de chegada, marcado.

Desta forma, cada um anda no rítmo que quiser,...pára onde quiser,...faz o que quiser, mas sempre se comunicando e informando ao grupo "lo que pasa",

No final, todos andam juntos, porém separados, sacou?

Resultado:
1-pequenos sub-grupos "afins" vão se formando, seja por afinidade de simpatia, por tipo de carro, por medo, por não gostar de ficar só, ...etc...o que não atrapalha em nada o desrenrolar da "trip". Isto é natural.
2-sempre chegamos juntos e paramos sempre juntos nas principais paradas,...SEM PROBLEMAS e SEM ESTRESSE ! Cada um é responsável por sí.
3-quando acontece algo e alguém precisar de ajuda, quem estiver por perto e quiser, se dispõe, e vái ao encontro... Sempre todo mundo "acode".

O final é sempre BOM e CERTO, onde foi combinado, pra alegria geral da nação viajante.

E assim prosseguimos no dia seguinte, marcando hora de saída e lugar de chegar !
Quem quiser, que acompanhe ou vá junto-colado em quem quiser.

Depois de "N" tentativas frustadas de tentar andar em comboio (viagens longas), essa foi nossa melhor maneira de conviver com estresse inevitável em viagens com um grupo heterogênio, pois, homogênio, nem gêmeos univitelinos,
It doesn´t exist !


Abração,

PS.: esta "solução" acima não é aplicável em viagens PAGAS, CONTRATADAS, ou em um grupo que não queira seguí-la.

O combinado não é caro !

[Cunha03]

Loras, quando eu crescer quero escrever igual a você



[]'s

Kkkkkkk
O Loras só pode ser advogado.
kkkk