Galera, adicionando o último tracklog da viagem:
Torres del Paine -> Puerto Natales -> Punta Arenas
Galera, adicionando o último tracklog da viagem:
Torres del Paine -> Puerto Natales -> Punta Arenas
Amigo Guilherme, falta muito????
Qué viagem!! Parabéns!!:safari-rig:
Parabens , bela viagem Guilherme.
Voce poderia me informar se existe problema em passar gasolina em galoes, na fronteira chilena no paso de Torres del Paine.
E comida liofilizada.
Soprando velinhas hoje para um mês sem relatos.
Ai que saudades. kkkkkkkkkk
Eu fico até com vergonha de demorar tanto pra continuar!! kkkkk
Mas tem várias coisas acontecendo, peço perdão, acho que consigo manter o ritmo e terminar nas próximas semanas..
O hostel tinha um aquecedor incrível no quarto, foi fácil dormir, mesmo nevando horrores lá fora.
Acordamos pra tomar café, que era incluso no preço da noite, e incrivelmente era um super café da manhã. Pães, salame, queijo, manteiga, café, leite, biscoitos.. tudo de primeira qualidade.. o hostel foi uma baita surpresa, um excelente custo-benefício.
Lá fora estava cheio de neve ainda e mesmo assim estava acontecendo uma corrida na cidade kkk a galera toda encapuzada correndo de manhã cedo! Eita disposição!!
Juntamos as coisas, vestimos toda aquele montoeiro de roupa e uns minutos antes de irmos, já fui ligar a bandeirante pra ir esquentando o motor. E vejam a condição da band de dia:
Anexo 536368
Agora olhem a band ligando:
Guilherme Adolf S. S. Flegler publicou... - Guilherme Adolf S. S. Flegler | Facebook
Deixei a band mais de 20 min funcionando e o ponteiro da temperatura nem mexeu..
Acabamos saindo umas 10:30 de Punta Arenas. Fomos saindo da cidade e como os preços dos combustíveis estavam muito bons, acabamos completando o tanque da band num posto Shell. Foram 43,269 litros, 18000 pesos, 416 pesos por litro e o odômetro marcava 13040 km.
Esse posto ficava em frente a Zona Franca. Perguntei pro bombeiro como eram os preços e tal e me disse que só pneus de marcas menos conhecidas que tinham bons descontos.. os BF eram mais de 1000 reais, ou seja, não valia a pena. Outros itens bons eram eletrônicos e roupas. Mas como o foco não era esse e nem tínhamos tempo, seguimos.
Haviam algumas ruas interditadas por conta da corrida e o gps nos guiou bem pra fora da cidade, que por sinal é bem grande.
O dia continuava bem frio, as paisagens ainda eram brancas mas já não caía mais neve.
Só agora voltando pela ruta 9 que pude perceber como que a estrada que vem de Puerto Natales te induz a ir pra Punta Arenas. Na verdade, a ruta 9 morre em Punta Arenas, e ruta que vai pra balsa de Punta Delgada, a 255, deriva desta num trevinho bem pequeno.
Quando se chega no trevo onde começa a ruta 255, não há uma placa grande dizendo 'ah, vá por aqui e chegue em Ushuaia', claro.. entendo que as pessoas ali não ficam zanzando pra ushuaia toda hora, mas percebi uma certa indiferença do Chile quanto a indicar o caminho pra Ushuaia, pro território argentino como um todo. Confirmei a tese várias vezes depois dentro da ilha da terra do fogo.
A estrada é excelente, mas não espere infraestrutura nesse trecho até o Estreito de Magalhães. Basicamente algumas estâncias, vi uma ou outra placa de hosteria.. mas não tenho certeza de que seria possível achar. Também não lembro de postos de combustíveis nesse trecho!
Depois de cerca de 150km, encontra-se a ubicação para a 257. Essa ruta leva até o embarcadouro do Estreito de Magalhães, são cerca de 15km de asfalto.
Chegar ali, no Estreito de Magalhães parecia abrir uma página dos livros de História hehe
Alguns locais trazem uma sensação estranha, de ter um poder maior. O Estreito, tão famoso, tão falado, local onde dois oceanos se encontram.. e agora, eu ali de band.. kkkk legal demais...
Havia uma grande fila de caminhões, hesitei em parar atrás deles, para pedir informação ou por entender que era a fila, mas arrisquei passar e ir mais na frente. Que sorte! Andei uns 200 metros e vi a rampa com a balsa lá! Cheguei mais perto e o cara fez sinal de ir! Claro, peguei e fui hehehe
Acabou que eu fui o último carro a embarcar! Muita sorte!!
O valor da balsa foi de 410 pesos argentinos, mas também havia a opção de pagar em pesos chilenos. O valor é flutuante, varia com o câmbio. O ticket paga numa cabine dentro da balsa. Na balsa também havia uma um local pra vender café e lanche, além de banheiros.
O Estreito realmente tem um mar bem agitado, ventos fortes e até deu uns chuviscos de neve. A travessia não durou mais que meia hora. Ou seja, a frequência de viagens de cada lado deve ficar em torno de 1h20.
Vídeo:
Atravessando o Estreito de Magalhaes - Guilherme Adolf S. S. Flegler | Facebook
Logo chegamos do outro lado, e fomos também os últimos a sair, uma vez que a balsa tem portas dos dois lados.
A próxima cidade é Cerro Sombrero, onde existe uma bifurcação entre a 255 e a Y-79, ambas nos permitiriam chegar em San Sebastian, cidade e fronteira AR/CH. Como não tínhamos nenhuma info das estradas, segui pela 257, que era mais curta e imaginava como sendo a principal em manutenção de via.. péssima escolha, uma baita estrada de rípio, dos ruins, aquele que chegava a deixar nervoso.. mas fui, firme e forte, pulando na toyota.
Eram só 100km, feitos em quase 2:30h.. tenso.. chegamos na aduana chilena, onde vi que a ruta Y-79 estava em obras, com paralisações do trânsito, mas que já possuía trechos asfaltados.. já anotado pra volta.
Sair do Chile sempre é tranquilo, foi rápido o trâmite. Seguimos mais um trechinho em rípio e encontramos a aduana argentina. Aqui o controle é mais rigoroso por conta das pessoas que vão até as zonas francas do Chile e compram produtos. Presenciei um grupo de amigos que tiveram que provar que as jaquetas que estavam vestindo não eram 'novas', além dos celulares, tênis.. até boné! Quanto a nós, tranquilo, não revistaram nada, mas foi um pouco demorado por conta da fiscalização nos próprios argentinos.
Ali logo depois da aduana existe um posto com o excelente preço praticado na terra do fogo.
Depois era tudo asfalto bom, fomos seguindo e antes de chegarmos na cidade de Rio Grande havia uma grande aglomeração de pessoas e carros numa espécie de igreja, só que maior, era uma 'Mision Salesiana' . Era alguma festa local, havia muita gente e a cidade estava muito movimentada.
Rio Grande deve viver, como muitas outras cidades da Patagônia, da exploração de petróleo. Haviam muitas empresas do setor na cidade, e incrivelmente, haviam concessionárias de BMW, Mercedes, Audi e até Alfa Romeo!
Já estava ficando de noite e paramos pra comer em um YPF da cidade. Alguns sanduíches, wifi e acabamos decidindo por seguir, provavelmente até Tolhuin, cidade antes de Ushuaia.
Como havia tido informações sobre falta de combustível em Ushuaia, preferi garantir e abastecer ali mesmo. O preço era cada vez melhor com os subsídios do governo. Abasteci 82,377 litros, 950,63 pesos, 11,53 pesos por litro e o odômetro marcava 13474,9km.
Engraçado como todos os frentistas ficavam sem entender os dois tanques na band.. além do nervosismo de quem estava esperando na fila, não entendiam como demorava tanto abastecer um jipe velho desses kkkk
Saímos do posto e seguimos, muitos carros vindo na direção contrária, muitos mesmo, achava estranho. Seguimos.
Cerca de 1h depois de Rio Grande, encontramos de novo a neve e a paisagem estava com sinais de que nevava já há bastante tempo. A pista estava coberta de neve e víamos muitas marcas de pneus fazendo retorno na pista, talvez esse era o motivo de encontramos tantos carros na direção oposta..
A neve não caía com tanta intensidade como no trecho Puerto Natales-Punta Arenas, mas as condições da pista eram bem piores, reduzi muito a velocidade e ainda assim a band escapava, até mesmo nas retas. A maior atenção é nas partes em que há neve acumulada, o objetivo era seguir sempre o rastro principal, que já estava começando a sumir também, complicando mais ainda.
Eram pouco mais que 8:30 da noite e já não haviam carros transitando na pista, apenas nós.
Era terceira marcha no máximo, sem acelerações, freadas.. tudo na manha.
Em determinado momento, passamos por um trecho e vimos uma Hilux capotada, numa vala do lado da pista. Sem hesitar, decidimos parar para averiguar, afinal, podiam ter vítimas ali dentro.
Até pra parar o carro na neve tem que ser devagar! Reduzindo bem devagar, saindo lentamente da pista, pois podem haver buracos tapados com neve. Paramos cerca de 200m do acidente. Liguei o alerta, vesti o colete refletivo(de suma importância) e fomos com as lanternas piscando para alertar possíveis outros motoristas.
Felizmente não havia ninguém mais dentro do carro, mas o acidente tinha sido recente, sem dúvidas. Nisso um motorista veio do sentido Ushuaia e nos alertou que para baixo estava ainda pior.
Bem, já estava de noite, frio.. estávamos no meio do nada.. tínhamos a opção de voltar pra Rio Grande, como a maioria, ou seguir até Tolhuin, mais uns 25km. Acabamos descendo com a intenção de ficar em Tolhuin.
Chegamos em Tolhuin e a cidade parecia aquela do Papai Noel, só as chaminés soltando fumaça e tudo branco, nem cachorro na rua tinha kkk havia quase meio metro de neve nas ruas, ninguém tinha saído de casa ainda desde que tinha começado a nevar. Seria complicado achar hospedagem ali, já que era uma cidade bem pequena.
Acabou que tínhamos que seguir até Ushuaia, onde as opções seriam muito maiores.
Nevava menos, porém a estrada começava a congelar, ficando mais escorregadia ainda. Nesse pequeno trecho de 100km, haviam muitas curvas, subidas e descidas. Encontramos várias carretas paradas na pista por não conseguirem subir a serra que contorna o Lago Fagnano, outras tantas paradas depois, por não terem condições de descer a serra, sentido Ushuaia.
Enfim, depois de mais de 2h, chegamos em Ushuaia, meia-noite, pouquíssimos carros rodando, muita neve nas ruas, difícil até de encontrar as entradas pras ruas, as calçadas e meio-fio kkk
Procuramos por alguns hosteis mas sem sucesso, fomos até um próximo do aeroporto, Hostel La Posta. Era bem arrumado e tinha estacionamento. Se não me engano, custava em torno de 50 reais a noite, com café da manhã, ótimo valor. Fechamos 3 noites e me dirigi pra rua de trás, onde havia a entrada do estacionamento. Porém havia tanta neve, que nem o portão ia conseguir abrir, nem os carros iam conseguir se arrumar. Tive que manobrar na rua, patinando como se fosse lama e voltar lá na frente, onde deixei a band na calçada.
Conversando com o brother do hostel, ele me explicou que a tempestade foi uma surpresa até pros moradores. Ninguém esperada por tanta neve, mesmo Ushuaia tendo um clima bem instável, afinal, era abril ainda.
Anexo 536366
Anexo 536367
Descarregamos tudo, fizemos uma comida rápida na cozinha e nem lembro se tomei banho antes de dormir kkkk
O dia foi cheio!
Só não some e volta daqui a um mês hein.
Daqui a pouco seu relato encavala com a próxima viagem ao Alaska.
É muita neve! Haja casaco!