Vou começar pelo que eu acho principal, um guia de inspeção de jeep, pois muitos não sabem nem por onde começar quando estão pela 1º vez de frente com um possível candidato de seus sonhos e daí, ir para tópicos que não estejam nos manuais de manutenção do jeep, pois não vou re-escrever o manual, só complementar.
E para facilitar minha vida, vou seguir os capítulos do manual de manutenção da FORD.
Últimamente, os freios têem sido uma das maiores dores de cabeça, tanto para donos de jeep como para candidatos a jipeiro, não só pela falta de peças originais (que Deus proteja aqueles que ainda acreditam nessa originalidade), mas que na falta dessas, induzem às adaptações das mais variadas qualidades, .
Uma verdade seja dita:
O freio original do jeep é uma M$#*@. Também pudera! foi criado para um veículo que mais era um trator, um implemento agrícola e foi adaptado a ser carro conforme as vendas estouraram.
Na minha opinião, o freio do jeep é um perigo real e imediato em todos os sentidos, pois não dá uma segunda chance ao motorista, no caso de falha.
Qualquer vazamento em um cilindro de roda, flexível ou tubulação e babau pro freio, pois o mesmo não é duplo, não é em X, não é muito seguro, ou seja : é nada.
Pior ainda nos CJ5 antes de 1960 e quanto mais velhos, piores.
Neste ponto, vale ressaltar o pouco caso da FORD que nunca se preocupou em entregar aos clientes que migravam de fazendas para as avenidas um sistema e freio mais moderno e seguro.
Parabéns, FORD, pela má vontade.
Para você começar uma inspeção de um sistema de freio, algumas ciosas são necessárias:
1-NUNCA se testa um freio em uma ladeira, tanto para cima quanto para baixo, caso a manutenção acabe de ter sido feita, qualquer que seja.
2-NUNCA, pelos mesmos motivos, se testa um freio em alta velocidade.
3-NUNCA se testa um freio, ou melhor, NUNCA se aventure com gambiarras no sistema de freio.
4-As rodas não devem estar empenadas, incluindo cada semi-eixo-semi flutuante trazeiro.
5-Tanto os pneus quanto as rodas, não devem estar ovalizado(a)s.
6-Os rolamentos (dos cubos dianteiros) não devem ter folga demasiada.
Para verificar isso, macaqueie o Jeep e veja as rodas girando se não bamboleiam.
E aquí vai a 1º dica:
NUNCA macaquear o eixo do jeep pela carcaça do diferencial, pois a carcaça pode rachar, pois é de ferro fundido.
O certo é pelo TUBO, que é de aço.
Lembrem-se ....PELO TUBO.
Essa dica é especialmente indicada para quem tem suspensão SOA (Spring Over Axles)
Caso o jeep seja original, pelo suporte dos grampos.
7-Inicie sempre uma inspeção pelo que se chama: dando uma voltinha no jeep, mas não é dentro do jeep; é por fora.
Vamos começar a inspeção pelas rodas. Olhe a parte de baixo do espelho de roda e veja se não está gotejando um líquido meio que amarelado. Passe o dedo. Se molhar e sentir uma espécie de "aquecimento" nas papilas, provávelmente os cilindros de roda estão corroídos e deixando passar fluído entre as gaxetas, que escorre pelo espelho até a parte de baixo. Mesmo que apenas um espelho esteja assim, significa que todo o sistema tem de ser revisado.
A corrosão, caso esteja alí no cilindro de roda é causada pela absorção do fluído de freio que é higroscópico, ou seja, absorve água e uma vez dentro do sistema começa a corroer desde o cilindro mestre.
As superfícies internas dos cilidros de roda e mestre são brunidas e não possuem proteção quanto ao ataque da humidade que causa a corrosão.
Que bom se fossem de aço INOX, não é? mas não são.
Não adianta mais sangrar o sistema. A corrosão já está lá. Por isso, quanto mais você faz no fora de estrada travessia de rios ou adora nas chuvas torrenciais passar com o jeep a 100 km/h nas poças só para ver o leque subindo, menor tem que ser o intervalo entre as sangrias do sistema.
Uma observação aquí também: Não seja mesquinho. Não re-utilize o fluído de freio. Joga fora e põe o novo PÔ.
O custo de litro de fluído, mesmo que de última geração é beeeem menor que o custo da troca de todo o sistema.
-Agora, o próximo passo é dar uma olhada nos flexíveis de freio.
Não podem estar rachados, dobrados, esmagados, cortados ou........sem as benditas travas de flexível.
Lembrem-se: as travas mantém a "rigidez" dos tudos de freio, que não foram feitos para ficar passeando junto dos flexíveis, ou esfregando no suporte onde deveria estar preso.....ou êles vão romper.
Nada de amaração com arame ou barbante. NEM SOLDA.
- Sobre a tubulação de freio:
Guarde com carinho a seguinte equação:
TUBO DE FREIO=AÇO BI-CROMATIZADO.
Nada de tubulação de cobre, especialmente se houver servo-freio na jogada.
Tubo de cobre é para geladeira ou fogão; a não ser que você vá deixar o jeep na cozinha! para sempre.
Dê preferência a tubos de aço sem costura. Quem fornece esse tipo de material em bruto é a CARTEC (São Paulo).
Linhas de freio não são varal para ficarem soltas ao sabor do vento.
Lembrem-se das travas de flexível que acabam sendo também travas de tubo, por tabela.
Aquela conecção de latão, onde os tubos se juntam ao flexível central também não pode estar solta e é por isso que tem aquele furinho lá:
Para parafusar na tubeira do eixo dianteiro, ou no suporte da tampa do diferencial trazeiro.
E nada de encurtar o caminho com tubos de freio mais curtos ou mais longos, dando voltas como serpentina. Com esses péssimos hábitos, já ví adaptações tão grotescas como tubo passando justamente no meio do caminho do batente de suspensão, ou seja, cada vez que dava fim de curso na suspensão, o batente de borracha esmagava o tubo.
Os tubos tem de ser cortados e dobrados/curvados na medida correta e flangeados corretamente.
AH! sobre o flangeamento, esse grande mistério!
Lembrem-se como eu falei, a menos que o jeep seja enfeite da cozinha, o flangeamento do tubo recém cortado tem de ser o DUPLO.
Não é esse flangeamento que fazem normalmente, em canos de cobre para acessórios de cozinha. É com uma ferramenta adicional que não vem nesses kits de loja. Vá a uma casa especializada em ferramentas e peça o kit certo......e fiquem avisados.....é caro.
IH ! como é caro esse kit de flangeador....e agora?
Não tem problema. Faça o seu a partir do flangeador comum.
Você só precisará de uma porca, um parafuso de aço 8.8 e um rolete do carretel do câmbio.
Como faço?
Do flangeador comum, remova o cônico. Ache a porca de mesma rosca e também o parafuso. Esse parafuso tem de ser o 1/2 rosca, aquele em que a rosca não vai até a cabeça.
Aparafuse a porca parcialmente no eixo do flangeador até a metade.
Agora corte a roca do parafuso de forma que aparafusando nessa porca , só corpo liso fique de fora.
Agora remova da porca, coloque trava química na rosca e coloque de volta o parafuso.
Remova o parafuso agora preso à porca e corte o corpo cilíndrico de forma que fique só um cotoco de uns 10 mm.
Agora você precisa de um torneiro.
No torno, faça um furo com uma broca de forma a poder colocar o rolete no meio do parafuso através de uma prensa, mas não prense ainda.
Agora com uma broca de diâmetro um pouco maior que o parafuso, dê uma entrada no corpo cilíndrico usando o furo anterior como guia.
Agora sim prense o rolete de forma que só uns 5 mm esteja para fora do furo e voilá.....você tem um adaptador.
Dê preferência a tubos de aço sem costura. Quem fornece esse tipo de material em bruto é a CARTEC (São Paulo).
Leopoldo:
eu ja ouvi falar da Cartec, mas nao sabia que eles tinham tubos de aço.
talvez estejamos pensando em Cartecs diferentes.
pelo sim, pelo nao, vc poderia me passar o fone deles?
o que eu tenho ja nao eh mais o mesmo, a operadora me informa que este numero nao existe, e pede pra consultar a lista telefonica , qdo consulto a lista on-line aparece "milhares" de numeros.
[]´s
valeu
hehe , tem uns pedaços de cano de cobre na linha de freio do meu CJ , não encontrava em aço na medida , depois de ler esse topico e de aprender a fazer o adaptador , vou substituir mais por fazer a ferramenta do que pelo tubo em si .
[]'s
aproveita e empresta a ferramenta pra mim.
o freio dianteiro ta pronto, com esses tubos, o traseiro nao achei tubo no comprimento adequado, mas esse problema ta sendo resolvido...