Postado originalmente por Dieselboy em PVT - PARTE II
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Quanto aos trâmites burocráticos é o seguinte:
1º) Você precisará da nota fiscal de venda do motor, com um detalhe, na nota devem constar; a potência, litragem do referido motor, número de cilindros, número do motor e o tipo de combustível por ele utilizado. Na época os FDP do DETRAN aqui da minha cidade não me disseram nada a respeito disso, imagina o trabalho que tive para conseguir uma segunda via da nota com estes “detalhes” faltantes? Outro detalhe é que você deve tomar MUITO CUIDADO para não comprar motor “pinado” (remarcado) com sua numeração adulterada, pois com certeza é roubado, leva junto o mecânico e pede para ele prestar bastante atenção no bloco do motor onde está gravado o número do motor, pois neste local não podem haver raspagens soldas nem emendas. Quando adquiri meu motor no mesmo local vi vários motores Sprint de F-250 “pinados” ou seja estavam com a numeração do bloco raspada certamente esperando a hora ou o comprador “certo” para serem remarcados !!! Não é por acaso que tem varias F-1000 rodando com motores de F-250 pelas ruas, te digo uma coisa vontade de adaptar um destes não faltou, o problema é a encrenca que você arruma depois se cair em uma blitz pesada, daí você perde o motor o veiculo é apreendido e ainda por cima te ficham na delegacia por receptação. Não pense você que motor roubado não passa pela vistoria do DETRAN, porque já tive um mecânico amigo meu que adquiriu ele com nota fiscal, passou na vistoria sem problemas e depois de 4 anos e nas mãos do terceiro proprietário caiu preso em uma blitz por causa do motor, que constava como roubado, portanto MUITO CUIDADO!!!
2º) Antes de iniciar a troca do motor segundo a legislação você teria que pedir autorização para transformação, mas na prática isto é inviável, pois você terá que pagar uma taxa para obter esta autorização e após isto terá que passar por uma vistoria completa para verificar se está tudo OK no veículo se houver algum problema terá que solucioná-lo para que passe por uma nova vistoria. Nas duas caminhonetes aqui de casa fizemos a transformação direto sem pedir autorização nenhuma e quando fomos pedir a alteração de combustível (ou de motor) no DETRAN eles nos disseram que teríamos que pagar uma multa por não pedido a tal autorização antecipada, mas o valor dessa multa na época era de RS 17,00, na prática acabamos poupando tempo e “encheção de saco”, mas isto fica a teu critério, pessoalmente acho que compensa mais fazer a transformação direto, mas checa primeiro no DETRAN do teu estado o valor da tal multa.
3º) Será necessário também a nota fiscal de serviço de mão de obra e das peças caso você opte por retificar pessoalmente o motor. Na época fui com o mecânico no cartório e fizemos uma declaração de serviços prestados na qual constavam o nome do mecânico, endereço, CPF, RG, titulo de eleitor, etc e os meus dados pessoais discriminado que “fulano de tal” efetuou tal serviço para o senhor dieselboy.... também será necessário citar os todos os dados do veículo, tipo, categoria, etc e a natureza do serviço prestado, no caso substituição do motor. Tudo isto deve ser reconhecido em cartório pois terá valor de documento.
4º) Feito isso voce pode ir ao DETRAN e solicitar alteração de combustível, com certeza vai ter que preencher vários formulários e pagar uma taxa no banco, ao trazer de volta o ticket pago o DETRAN irá te encaminhar para a inspeção veicular em algum órgão credenciado junto ao INMETRO.
5º) Neste local de inspeção você terá que agendar um horário para a vistoria e pagar uma taxa referente à inspeção veicular (na época que fiz era R$ 150,00). Contudo não se esqueça de antes de passar pela inspeção solucionar TODOS os problemas da caminhonete, leva bem a sério isto que o pessoal geralmente é muito rigoroso nesta etapa. Checa todos os itens de segurança do veiculo; cintos, extintor, apoio de cabeça, triângulo, luzes alta e baixa, luz de advertência, de freio, setas, pneus, alinhamento, balanceamento, etc, etc e etc...
Apenas para voce ter uma idéia, para testar a suspensão eles colocam a caminhonete em uma esteira de rolamentos e aceleram e freiam bruscamente analisando o comportamento dos freios e da suspensão, e vão marcando tudo em uma prancheta. Ao final desta bateria de testes (se você conversar com o avaliador ele te fala o resultado) eles te dizem que após tantos dias te enviarão a resposta pelo correio.
6º) Com o certificado de aprovação em mãos, basta levá-lo para o DETRAN finalizando assim o processo de alteração de combustível, daí é só esperar (com a caminhonete parada na garagem) a chegada do novo documento.
7º) Com o documento legalizado basta encher o tanque que daí para frente será só alegria!!!
OBS 1) No documento novo emitido pelo DETRAN já constando o motor diesel os dados da versão a gasolina permanecerão inalterados, ou seja mesmo você sabendo que o MWM 229 TD tem 119 CV ou 122 CV (dependendo do ano do motor) a potencia registrada no novo documento será a do motor a gasolina 4.9i de 148 CV. A identificação do veiculo também permanecerá inalterada, ou seja Marca – Ford; Modelo - F-1000 4.9i, esse 4.9i não tem como retirar do documento, para mim é algo estranho o DETRAN não substituir os dados pelo do novo motor, vai saber lá porque motivos não fazem isso.
OBS 2) Na época que decidi realizar este processo de transformação o gasto perfez aproximadamente o seguinte valor:
F-1000 básica – R$ 15.000,00;
Motor – R$ 5.000,00, o motor veio completo já com turbina alternador e motor de arranque;
Mão-de-obra do mecânico – Se não me engano ficou em torno de R$ 1.200,00;
Mão-de-obra do eletricista – algo em torno de R$ 150,00 será necessário contratar um eletricista de confiança para readaptar o chicote projetado originalmente para o motor gasolina para que se adapte ao novo motor diesel.
Há gastos extras que não foram computados por mim, pois não me recordo exatamente o valor, mas geralmente oriundos da compra de pequenas peças que faziam parte do motor tais como: estrutura do filtro de ar, mangueiras, parafusos, coxins, buchas, abraçadeiras, serviço de torno, etc... mas este gasto “correu” por minha conta porque apenas contratei a mão-de-obra do mecânico.
OBS 3) O comportamento da caminhonete é praticamente o mesmo de uma F-1000 original a diesel, com uma vantagem, a relação de marchas da versão a gasolina é melhor escalonada ou seja não é tão reduzida como nos câmbios Clark originais da F-1000, nas caminhonetes aqui de casa pode-se sair em 1º marcha numa boa, coisa que era impossível de fazer na versão original pois ela praticamente não saia do lugar, era muito reduzida. Por falar nisso com esta configuração é possível deixar para trás em arrancadas qualquer F-1000 ou D-20 original, já cheguei a sair na frente de F-250 e Silverado e até abri uma pequena vantagem o problema é que quando os caras engatam a 4º praticamente “passam por cima” de mim, mas dá pelo menos para tirar uma onda!!!
Bem, acho que isso é tudo, se por um acaso lembrar de algo volto a te informar.
PS – Averigua antecipadamente como esta a legislação atual referente à alteração de combustível no DETRAN, na época que fiz este procedimento era válido somente para veículos com carga superior a 1 Tonelada, do jeito que as coisas são esta legislação pode mudar de uma hora para outra e o que era válido ontem pode não valer hoje, portanto se informa bem antes de colocar a obra em andamento, certo?
Qualquer outra duvida é só entrar em contato, abraço, boa sorte e até mais.
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