Tive a picape mais vendida da Ford para avaliação e vou contar o que achei dela. Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que me surpreendeu positivamente, mas ainda continua com falhas que no meu ponto de vista não deveriam existir.
Vamos ao que interessa! A primeira sensação é de potencia, mesmo este motor 2.2 sendo inferior em números se comparado com o 3.2. O 'barulhão' é igual ou parecido e a sensação de força idem.
É fato que a Ranger ficou conhecida como 'bruta' no mundo off road e de fato é, e isso faz perguntar a mim mesmo o por que a Ford não consegue corrigir pequenos detalhes que a tornaria ainda mais superior a suas concorrentes.
Posicionamento interno de controles e botões. São péssimos, para acionar os botões de subida e descida dos vidros na porta, temos que posicionar o cotovelo no vão entre o encosto do banco e a porta e ainda curvar o pulso para alcançá-los. O ajuste de retrovisores estão escondidos atrás do volante. As entradas usb estão fundas e quando conectadas dificultam o uso do porta objetos, além de outros.
Outro quesito que poderia ter ficado melhor é a suspensão. Agora existem dois tipos, uma para aplicação do motor 2.2 e outra para o 3.2, o que faz muito sentido. Acontece que na versão 2.2 ficou muito dura e quase impossível de rodar na cidade de caçamba vazia e pneus calibrados conforme a indicação do fabricante. Para torna-la ligeiramente mais confortável, fui calibrando (esvaziando) os pneus para chegar ao ponto mínimo de conforto nesta situação, a qual ficou da seguinte forma: 25 lbs na traseira e 26 na dianteira. O recomendado pelo fabricante é de 30 a 38 lbs.
Mas a Ford acertou também em vários quesitos, um deles foi o alivio de peso da tampa da caçamba. Antes com 12 kg era difícil abrir e principalmente fechar se estivesse com alguma coisa em uma das mãos. Agora, com apenas um dedo é possível executar a ação sem esforço, pois a tampa ficou com apenas 3 kg.
Bloqueio de diferencial traseiro e controle de descida são itens indispensáveis para as picapes e a Ford oferece até mesmo nesta versão de entrada o que é muito bom. Inclusive opção de desligar o controle de tração que pode ajudar bastante em algumas situações.
O sistema de tração funciona muito bem e a capacidade off road é indiscutivelmente satisfatória para uma picape. Na rodovia em velocidades acima dos 100 km/h o controle é eficiente e a sensação de segurança anda junto.
Esse modelo é mais discreto sem tantos apliques cromados, como no caso da Limited e XLT. O motor é mais que suficiente para uma picape. Faltam alguns itens de conforto por não ser a versão de topo, mas para quem procura uma picape pronta para o trabalho e também para o lazer, esta pode ser uma boa opção, considerando que o custo é bem inferior aos modelos superiores.
Como fator comparativo, uma Limited hoje não sai por menos de 193k, XLT 179k e esta versão XLS 2.2 AT por 157k. Com 36k de diferença dá para se pensar em abrir mão de algumas tecnologias e conforto, dependendo do caso, mas se você tiver verba, nem pense na XLT e parta direto para a Limited que é a mais tecnológica do mercado.
Para quem gosta da versão com cambio mecânico é possível adquirir neste modelo XLS e custa próximo de 150k, um pouquinho mais barato que a AT. As avaliações da Limited e da XLT estão nos reviews e se quiser conferir é só buscar lá.
Flávio Verna _ Insta: @4x4brasil @Flaviostm