Senhores, desculpem a ausência mas ninguém é de ferro. No dia 05 passado fiz um passeio saindo daqui de Juiz de Fora, Serra da Canastra, Jalapão e Chapada dos Veadeiros. Cheguei ontem a noite. Vi que tem várias mensagens para mim e vou responde-las. Só estou colocando minha vida de trabalho em dia.
Aproveitando, esta moto que o Erkisom postou, pelo que vejo ou está adulterada ou é de um ano/modelo diferente da minha.
Depois posto algumas fotos dela.
Abraço a todos.
Humberto Brandão
Oi Paje_Tapuya, desculpe, sempre fico meio confuso com apelidos, ach que perdi o nome em algum lugar.
Gostaria muito se pudesse me passar alguma informação e fotos dessas motos nos Fuzileiros.
Obrigado,
Humberto Brandão
Amostardeiro, foi ou ainda é???
As vezes aparece delas por ai.
Tem um cara de Alcantilado que tem várias que eram dos Fuzileiros também, ele tem uma no Museu Das Duas Rodas e outras 10 no mínimo em pedaços.
Abraço,
Humberto Brandão
Oi Eriksom, legal que as coisas estão andando. Você deve estar aflito para que tudo fique pronto para poder fazer um passeio com ele. Lógico que para acampar com conforto, nele como um MH, ainda vai demorar um pouco.
Sugiro que veja preço do recheio em Chapecó também, Tapeçaria Chapecó. O nome é estranho mas estes caras eram especializados em ônibus para competição de moto e cavalo, metade oficina ou baia e a outra metade aposentos. Enteraram no ramo de MH a uns 3 anos e fizeram um para um amigo de Araruama a um preço muito bom e ficou ótimo.
Abraço,
Humberto Brandão
Deve ser esse pessoal de Chapecó mesmo que um grande amigo de lá me falou. Ele trabalha em Brusque e mora em Guabiruba, comprou uma F4000 e vai fazer um MH também. Espero ir para lá antes logo depois da páscoa. As obras demoram muito (foram 3 garrafas de oxigênio apenas para limpar um monte de lixo que havia) e reconstrução já consumiu 1 garrafa de gás e quase meio rolo de fio para MIG. Logo mais, eu posto as fotos que fiz no final de semana.
Depois de 10 dias fazendo nada na Praia do Espelho, na Bahia (precisava me preparar psicologicamente para a vida de aposentado ), voltei para visitar as obras. Embora para quem somente veja as fotos pareça pequeno o avanço obtido, para quem compara ao vivo é muito bom. Já foram 3 garrafas de oxigênio para limpar a bagunça (devem ir mais 2 delas) e foi quase uma garrafa de gás e um rolo de arame da solda MIG (deverão ir mais dois de cada um desses, afinal, só de reforço do chassis serão cerca de 13 metros de "régua de aço" com algo equivalente em soldagens, mais a finalização das adaptações para montanheiras de suspensão, melhor, deverão ser gastos 3 de cada, gás e arame, para a soldagem total).
Começando pela suspensão, uma foto apresenta uma das peças que foi construída para que seja simplesmente instalada a montanheira original do feixe de molas. Conforme visto anteriormente, a base da montanheira é bem mais larga que a superfície horizontal das longarinas, daí, foi construído esse acréscimo, dentro do qual haverá uma chapa de 1/2 polegada com rosca. Além de posicionar perfeitamente a montanheira alinhada ao eixo longitudinal do feixe de molas, a adaptação também reforçará a longarina, pois do lado esquerdo é fixado o setor de direção.
A outra foto mostra o tubo-guia por onde passa cada perna dos grampos do feixe de molas (o suporte original no eixo é mais estreito, pois o feixe escolhido é o do MB 1720, que, por ser mais longo, oferece maior conforto). Os 8 tubos-guia (um para cada perna do grampo, dois grampos por feixo, um feixe de cada lado do eixo) serão "costurados" na parte superior do suporte original do eixo e depois na lateral, de acordo com os recorte e a linha de contato vertical.
Na parte traseira ainda não há avanços fotografáveis, pois é preciso liberar a dianteira para soltar o eixo traseiro e também levantar o baú, que á está solto. Mas o feixe que ainda está lá (do 1113) também será trocado por um do mesmo 1720, o que aumentará um pouco mais o comprimento do veículo (mais à frente, explico).
Na parte do motor, ainda falta reposicioná-lo, para o que já foram feitas duas travessas. A idéia era comprar as originais da Mercedes, mas pediram a absurda quantia de R$ 2 mil e muitos por cada, foi mais fácil fazer, mais fácil e eficiente (esqueci de fotografar a peça na bancada).
Dessa forma, seguem duas fotos: a da dianteira, que mostra o novo reservatório de óleo exclusivo para a direção hidraúlica (leiam lá trás a eca que estava) e também as "orelhas" em que será pendurada a travessa dianteira do motor.
A foto da lateral mostra o controle do macaco hidraúlico da cabine (ela tomba para a frente - o macaco fica na lateral esquerda) reposicionado na lateral direita, com seus novos e corretos tubos metálicos (eram flexíveis de borracha ), e ao lado dele, no canto inferior direito o tubo que contém a trava para a cabine não cair. Parece bobagem, mas antes eram necessárias duas pessoas para erguer a cabine, uma bombeava, outra prendia (idem para baixar): agora, sozinho farei os serviços. Da mesma forma que a direção, há um reservatório exclusivo para o macaco, o qual pode ser visto no canto superior esquerdo.
De quebra, segue uma foto da parte superior do tanque (os números são em cm das duas partes do tanque - ele é em L) para demonstrar minha tese predileta: nunca faça contas de cabeça. Eu fiz, calculei 450 litros de diesel, depois para ter certeza, fiz na mão e achei apenas 270 litros. Ainda bem que foi agora, pois já avisem Chico de Ivo, o mecânico, que temos de arranjar espaço para um tanque complementar de 200 litros de diesel (além dos cerca de 2 x 250 litros de água e 50 a 70 de esgoto).
Com a alteração e o reforço do chassis, foi possível avançar o baú conforme havia simulado. Desta vez, o baú, já solto do chassis, foi movido para a frente, e posicionado exatamente na distância necessária para que a cabine seja levantada e tombada para a frente sem raspar no baú. A foto anexada, na realidade duas fotos fundidas em uma, permite ver o espaço já ganho para a futura Casa 4x4, espaço que deverá aumentar um pouco mais ainda. Na cabine foi feito o corte da parte traseira do antigo paralamas, idem no baú.
Como eu escrevi acima, os novos feixes de molas que entrarão ali são mais compridos, o que empurrará o eixo cerca de 25 cm mais para trás (há duas pequenas marcas de giz - uma no aro e outra no baú - que marcam para onde o centro dele irá após as "obras").
Para colocar esses feixes traseiros será necessário prolongar algo como 10 cm no final do chassis para fixar a montanheira do jumelo, e mais 30 cm para recolocar os parachoques. Isso tudo, mantida a cabine dupla do jeito que está, permitirá a construção de uma casa com 4 metros de comprimento e 2,30 metros de largura, fora os estepes pendurados no fundo e caixas de ferramentas. Isso tudo, como excelentes ângulos de saída e entrada, que não são os do UNIMOG, mas são adequados para um Mercedes 4x4.
Eriksom, imagino que a cabine/boleia, tenha suspensão como a minha, com feixo de molas e amartecedores. O espaço que ficou é suficiente para que ela trabalhe?
Outra coisa que deve ser levada en conta são os espaços necessários para uma série de complementos para o MH, como:
Gerador, Baterias para a Casa, Caixa de água potável, caixa de água servida, caixa de detritos, botijão de gás, inversor, lugar parea carrefar trecos, como tocos, fios, mangueiras, cadeiras, etc. Alem das necessidades normais do Caminhão, tanques de ar e combustpivel, etc. As quantidades de água limpa e as sujas são muito importantes para um passeio tranquilo, principalmente a água limpa e detritos, a servida ainda pode-se jogar no chão desde que o local seja apropriado.
Abraço,
Humberto Brandão
Eu não compreendi perfeitamente sua dúvida com relação a cabine, daí respondo o que eu acho que você perguntou. Todos os feixes de mola são do Mercedes 1718 e superior, ou seja, mais longos e que proporcionam maior maciez ao conjunto. A cabine tem duas munhecas de articulação na parte dianteira para ela "tombar" para a frente e apenas um berço de travamento na parte traseira da cabine (sobre o motor). O conforto adicional para o motorista e o passageiro são assegurados por bancos montados em cima de bolsas de ar. Assim, eventuais trancos repassados a cabine serão amortecidos antes de chegarem na, digamos, coluna sacro-lombar pelas bolsas de ar.
Com relação a "armação" do veículo (armação no sentido naútico, claro!), comeceu a esboçar o projeto em forma de croquis desde sexta-feira (1o de fevereiro). São muitos detalhes que devem ser pensados antes, e estou me socorrendo em projetos consagrados como os maravilhosos Unicat, os eficientes Action Mobil (tenho até a descrição do suiço Robusto como base), além de dicas valiosos de vários viajantes, dentre as quais destaco as existentes na página do australiano Hobohome.
Por enquanto, tenho a certeza apenas de que serão dois tanques de diesel (um padrão da Mercedes com 300 litros e outro acessório existente com cerca de 250 litros), sendo o padrão instalado no lado direito do veículo e o existente reposicionado no meio do chassis mais atrás de sua posição originária. Esse tanque estava à frente e por cima do diferencial, pois os adaptadores iniciais cometeram uma liberalidade: retiraram a travessa de suporte dos amortecedores que trabalham cruzados por dentro do chassis, e apoiando-os na parte inferior das longarinas, o que prejudicava a estabilidade do veículo.
Além deles, haverá um outro tanque de água, digamos, bruta (sem tratamento) em um tanque padrão da Mercedes com os mesmos 300 litros, fixado no lado esquerdo do veículo (oposto ao do diesel). E estou aqui estudando para definir os outros tanques de água para pia, banho e beber, mais os tanques de água servida (cinza e negra).
Com hidráulica exige bombas elétricas, logo, tudo isso tem de ser projetado junto. Meu problema é que eu nada conheço de corrente contínua, de inversores e que tais. Mas estou aprendendo, pois somente conserta, quem constrói.
Dia 31 de janeiro foi um dia decisivo: cortaram a minha casinha com maçarico. Abriram ela ao meio como se faz com uma barra de manteiga com o uso de faca quente. E eu estava lá de espectador privilegiado.
O antigo baú que possuía apenas 2 metros e um pouquinho de largura foi alargado para exatos 2,5 metros medidos de extremidade a extremidade. Os artífices dessa proeza, Augusto - que aparece de pé no baú, com seus 70 e poucos anos -, Dudu e Henrique - filhos de Chico de Ivo, sendo Dudu quem aparece subindo no "telhado".
O mestre-artífice de toda essa reforma é Chico de Ivo (filho de Ivo) como é conhecido. É um sujeito teimoso, que tem uma capacidade impressionante de adaptar, de reformar, de fazer tudo com o máximo de qualidade e segurança. Mas a teimosia vem do fato de que cuida nadinha de nada da saúde. Apenas para se ter uma idéia, nos útimos 6 anos, se juntarmos todos os períodos picados que ele trabalhou não devemos ter mais de 1 ano e meio, se tanto. Foram infecções por carrapato de pomba ou de morcego, crises graves de diabetes, quedas por choques, transpasse dos pés por pregos, dengues, até solda pingou para dentro do ouvido, sem contar quase ter perdido o pé quando uma esmerilhadeira saltou e cortou a ponta da bota que ele vestia (encolheu os dedinhos um segundo antes.
No ano passado, ele apresentava uma sequela impressionante (uma inflamação no joelho esquerdo) e se recusa a deixar a auto-medicação. Resultado: quando teve de fazer uma punção para drenar a inflamação, apagou, e ficou em coma por cerca de 30 dias, depois mais uns 90 dias na UTI, retirou mais da metade da musculatura da perna, e tá lá, menos um pouco teimoso, mesmo passados quase 9 meses desde o coma, mas tá lá.
A cadeira de rodas elétrica, que ele mesmo fez, o leva para cima e para baixo, e se transforma em uma prancha com a qual ele se enfia debaixo do caminhão para examinar, analisar e ver detalhes que só ele percebe. Eu nunca quis ver essa prancha, muito menos ele debaixo do caminhão, mas imaginem ele dali onde está, dando ordens, dizendo como cortar com o maçarico, como regular o bico para que ele corte mais rápido sem esquentar tanto e por aí vaí. Se conseguirem notar nas fotos da traseira do baú, perceberão uma guia que segura o baú, com rasgos horizontais de 20 cm cada, e que guiaram o processo de "esticar" o baú para o alargamento para 2,5 metros.
[eu ri pelos menos duas horas com os debates entre ele, da cadeira de rodas, e Augusto, que é aparentado dele, mais Henrique, o filho mais novo. Como eu dizia, o mais velho e o mais novo querem teimar mais do que o Chico, não dá]
Que ele é uma figura não tenham dúvidas, tão teimoso quanto brilhante e inteligente. E tudo isso só está lá graças ao pai Ivo, é verdade, mas, principalmente, a Dona Deny, sua mulher que tem uma paciência maior ainda que a teimosia dele, e sem ela, a gente não poderia nem começar a contar a história de como Chico de Ivo é hoje Chico de Deny.