
Postado originalmente por
Martin427
É possível dividir os donos de Troller em 2 categorias: os que já tiveram dor de cabeça com o 4x4 elétrico e os que ainda vão ter. Ninguém escapa.
O que deveria ser um dos sitemas mais confiáveis e robustos do carro é, na verdade, um dos maiores lixos que vem com ele. Enfim, coisas que só a FODE te proporcionam.
A melhor solução é, logicamente, colocar um sistema de engate mecânico (e.g., Easy Traction, Enfer, etc.) e colocar toda aquele merda eletrônica no lugar de onde ela nunca deveria ter saído (i.e., no lixo). Mas, nem todos meros mortais tem 2.000 reais (Easy Traction) na manga, assim, fácil, para concertar algo que nunca deveria quebrar.
Pensando nisso, no meu jipe eu “resolvi” o problema de forma bem simples. Se quiser fazer igual, você vai precisar de uns 50 cm de fio (pode ser de som, desde que de boa qualidade), dois terminais macho sem capinha e dois fêmeas com capinha (ou um porta-fusíveis pequeno), além de um interruptor liga/desliga (que pode ser de parede, doméstico, se você for coloca-lo escondido). Isso tudo vai custar em torno de 10 reais.
A ideia é simples: tire o fusível 12 (alimentação do 4x4), ligue um fio num dos conectores onde ia o fusível (na caixa elétrica), outro numa das saídas do interruptor, dali para o fusível e do fusível de volta para o outro conector da caixa elétrica. Isole bem todas as conexões, principalmente as duas na caixa elétrica. Não tem perigo de curto entre os próprios fios do sistema, mas se os terminais da caixa elétrica encostarem um no outro, o sistema passará a funcionar sem fusível, o que é bem perigoso. Com essa ligação, todo o 4x4 (módulo, motorzinho, luzes do painel, etc) só recebe corrente quando o interruptor estiver acionado.
Isso vai te ajudar de três maneiras:
1 – Como diz a sabedoria popular, qualquer coisa desligada quebra muito menos. Deixando o sistema sempre sem corrente, a vida útil do pirulito (sensor magnético do 4x4, que queima em média um vez por ano – as vezes sem aviso prévio –, custa 190 reais e é um pé no saco para trocar) vai aumentar drasticamente;
2 – Quando você for usar o 4x4 e tiver aquela “agradável” surpresa de todas as luzes acenderem e o sistema não engatar/desengatar, ao invés de ficar que nem um bobo desligando e ligando a ignição (e o motor), você simplesente desliga e liga o interruptor até o sistema ficar online de novo;
3 – Ligou o 4x4 (ou a reduzida)? Tá tracionando? Belezinha? Deslique o interruptor. Assim você tira a oportunidade da eletrônica resolver te foder quando você estiver com barro pelo meio da porta.
Só vale notar que se você for manter o sistema sempre desligado, é conveniente testa-lo periodicamente (principalmente antes de sair para trilha!), para evitar surpresas. E, na minha opinião, só é legal fazer essa gambiarra se você tiver certeza que todo sistema está em ordem. Não adianta nada se o pirulito estiver estragado, se o motorzinho tiver 1kg de barro dentro ou se todos os conectores embaixo do carro estiverem cheios de água. E se você achar melhor não deixar sempre desligado, ao invés de um interruptor liga/desliga, use um interruptor do tipo “campainha” invertido, que interrompe a corrente quando apertado. É mais difícil de encontrar (só tem em casas de eletronica), mas se você só quer um “botão reset” para quando todas as luzes acenderem, é a melhor opção.
Depois de trocar 2 pirulitos em menos de 1 ano, já faz vai fazer 1 ano que eu não sei o que é ter problema com esse lixo de sistema. Instalei o interruptor junto com última troca do pirulito e revisão geral do motorzinho/conectores, e desde então tá tudo belezinha: quando o sistema resolve não engatar – o que é raro, mas SEMPRE acontece nas piores horas possíveis –, 2 ou 3 “chaveadas” resolvem o problema. Muito melhor do que ficar desligando e ligando a ignição e atrasando o comboio.
O Easy Traction ainda está na lista de coisas a fazer. Mas, por enquanto, 10 reais deram um belo paliativo.
E, sim, isso é exatamente o que parece ser: uma gambiarra. Não é nada muito drástico nem tem muito o que dar errado, mas use por conta e risco.
Abraço,
Martin