Eu e minha esposa decidimos ir novamente à Canastra e desta vez optamos por Delfinópolis. Partimos de Amparo com uma antiga Hilux rebocando com towbar um Buggy-Gaiola VW 1600. Demoramos 6 horas para percorrer 330 Km, pois veículos articulados devem manter a velocidade máxima igual a dos veículos pesados e além disso fizemos algumas paradas para descanso. A viagem foi sem incidentes e atravessamos a represa do Rio Grande de balsa, sem fila. Ficamos numa pousada rural com acomodações razoáveis, porém sem funcionários e o proprietário mora em Delfinópolis e vem apenas uma hora por dia e serve um café da manhã medíocre. Devido a quase ausência do proprietário nós decidimos preparar na cozinha do chalé o nosso café da manhã, almoçar em Delfinópolis e jantar (lanche) no chalé.
Temos ido várias vezes à Canastra e infelizmente alguns locais turísticos são mal conservados, tem acesso difícil e os serviços ofertados são de má qualidade. Muitos quando questionados alegam que não querem destruir a Natureza, pois têm consciência ecológica. Ledo engano! Conversa mole pra boi dormir! Preguiça e descaso! Uma pousada rural que tem uma estrada de terra de 3 Km precisa uma ou duas vezes por anos conservar o seu leito, tapando buracos, crateras, erosões, etc. Pode ser até necessário usar um trator e isto não é crime ambiental, muito pelo contrário. As trilhas pelas matas precisam ser sinalizadas e melhoradas, sempre que as chuvas as danifiquem. Pontes sobre rios e riachos precisam ter os cabos de aço inspecionados, conservados e até trocados, se necessário. Idem para o piso de tábuas, etc. Preservar a Natureza não é oferecer ao turista desconforto, insegurança, sujeira e outras precariedades. Afinal o turista paga por tudo que consome e geralmente paga bem.
Seria temerário para um casal de idosos embarcar num Buggy-Gaiola e ir pilotando este veículo aberto até a Canastra. Então a solução foi leva-lo com uma velha e boa Hilux.



A principal dificuldade em rebocar um veículo é a redobrada atenção que precisamos ter com os outros motoristas. Quando a estrada fica com pista única é comum praticarem ultrapassagens imprudentes e outras maluquices. Por isso coloquei uma placa na traseira do Buggy-Gaiola avisando que o veículo tem 12 metros e a velocidade máxima é 80 Km/h. Minimiza um pouco a imprudência. Usamos towbar com munheca e trava, além de corrente de segurança e luzes sinalizadoras (freio, lanterna e setas). Documentos e equipamentos em ordem. Nenhum aborrecimento com a fiscalização.
Delfinópolis é uma cidade pequena, simpática e com povo hospitaleiro. Fica às margens da represa do Peixoto, vale do Rio Grande e ao se dirigir em sentido norte, nordeste ou noroeste já se atinge as serras que antecedem a Canastra propriamente dita: Serra Preta, Serra Branca, Babilônia, etc. Porém as estradas são de terra e muitas estão mal conservadas. A BR 464 (federal) é ainda de terra, mas é relativamente frequente ver máquinas do DNIT fazendo conservação, pois tem movimento e importância para o agronegócio. A primeira coisa que fizemos foi procurar um autêntico produtor de queijo na cidade e comprar o famoso e delicioso Queijo Canastra.

Continua...