Olá companheiros do 4x4brasil, eu não poderia deixar de compartilhar a ultima viagem que fiz com minha familia.
Gostaria de agradecer a ajuda que tive do pessoal do fórum, e em retribuição as informações adquiridas aqui, agora espero poder deixar alguma contribuição aos que pretendem fazer uma viagem aos mesmos lugares.
Embora trabalhoso é um enorme prazer descrever os dias de viagem.
Eu, minha esposa e nossa filha de 3anos e 11meses saimos da zona rural de Pelotas no Rio Grande do Sul no dia 24 de Fevereiro. Cruzamos o Uruguai até chegar a Argentina tendo como destino o Ushuaia. Retornamos passando pelo Chile.
A viagem foi feita em uma Toyota SW4 ano 2013.
Para esta viagem fiz uma divisória de MDF no porta malas, na parte inferior da divisória colocamos quatro caixa. Uma contendo itens obrigatórios por lei (cambão, colete refletivo, triangulos), algumas ferramentas e itens de emergência como fita adesiva e plastico. Uma caixa com itens para preparar refeições. Uma caixa com itens para comer em transito, como biscoitos e salgadinhos, e itens para preparar cafe. Na outra caixa havia kit primeiro socorros e caixa de medicamentos, e itens para preparar o leite da Sofia bem como caixas de leite.
Na parte superior da divisoria ficaram nossas malas.
Como em muitos carro os bancos traseiros da WS4 são dividos, retirei o banco com um assento e fiz uma " prateleira" para por um geladeira automotiva. Abaixo da geladeira foi um fogareiro de duas bocas, bujão P2, uma loga de 6x6m, varetas de carbono, panelas, pratos, uma bacia para limpar a louça, e cordas para amarrar a lona.
Não especificamente para esta viagem, mas havia trocado os pneus originais por Michelins AT. No mais a viatura estava toda original.
Fiz a revisão um dia antes da viagem, com isso voltei sem precisar fazer a revisão durante a viagem.
Segue abaixo o "diário de bordo" feito ao final de cada dia.
1º Dia
Saimos da zona rural de Pelotas as 6:30hr como destino a Colonia do Sacramento, na entrada de Pelotas reabastecemos e calibramos os pneus.
Até Jaguarão não seria na de novo na estrada.
Paramos em Jaguarão para abastecer e comprar pesos Uruguaios, pagamos 1 Real/8,2Pesos.
O que me chamou a atenção foi o custo, tudo muito caro frente ao Real.
Almoçamos na estrada no Parador El Rancho. O assador deu uma requentada em um frango previamente assado, com batata frita, arroz, e ovo frito. Senti que minha esposa não curtiu, a pequena fez de conta que comeu, e eu tentei me alimentar...
Uns 40min depois do almoço a Sofia ja pedia lanchinho. Bom, não falamos mas tambem queríamos. Paramos em Minas e compramos banana, pao, iogurte e salgadinho, essa brincadeira saiu uns R$170.
A estrada é tranquila, fomos pela Ruta 8 até o contorno de Montivideo, e depois Ruta 1 até Colonia. Abasteci 500 Pesos em Montevideo só para manter o tanque mais agradevel a vista. No primeiro posto só tinha diesel S50, entao preferi no colocar.
Pelo preço o plano era ficar no hotel Days In, mas achei que seria longe de tudo e preferi o Hotel Rivera. Não que o Rivera fosse ruim, mas é bem movimentado a rua e não tem garagem. O bom é que fomos a pé comprar o ticket do Buquebus, casa de cambio, e restaurante.
Compramos o Buquebus para as 4:30hr a um custo aproximado de R$560, fiz uma conversão mandraque na hora e me pareceu mais vantagem pagar em Real.
Comprei Pesos Argentinos a R$1 / 3,4.
Jantamos na primeira pizzaria que encontramos e que parecia não muito cara.
2º dia
Saimos as 3:20hr do hotel.
Seguimos o ritual ja descrito em outros relatos. Deixamos o carro, fizemos checking, imigração, onde gentilmente um senhor nos constrangeu a passar na frente da fila pois a Sofia dormia no meu colo.
Na hora do embarque eu fui com a boiada, mas deveria ter ido para carro. Chegando no barco fui perguntar quando eu pegaria o carro. Me falaram que ja deveria estar no carro, me conduziram de volta até o acesso ao barco e desci no patio e logo peguei o carro.
Assim que o barco moveu as luzes foram apagadas e nos também apagamos!
Na chegada todos direto pro carro e fomos seguir o fluxo.
Na saida pediram pra ver o porta malas, quando abri ja foram caindo algumas malas, fiz até uma brincadeira com o cara da fiscalização ... Ele pediu o documento do carro e perguntou se estava no meu nome. Como puxei a pasta dos documentos ja mostrei a Carta Verde, habilitação...
Eu queria ir pela Ruta 3, mas meu GPS não. Logo fui para na Ruta 205, parecia uma rodovia de interior, mas com asfalto muito o bom e as tipicas longas retas. Mudei o trajeto para voltar a Ruta 3 pegando a 51, mesmo tipo de estrada. Atravessamos plantações gigantes.
No inicio da Ruta 51 paramos em um YPF, e como o almoço do primeiro dia não tinha agradado fui para o plano B. Eu ja sabia que minha esposa não se agrada muito facil com comidas diferentes, então levei um fogão de duas bocas, lona, cordas, varetas de carbono, mesinha, cadeiras, e talheres. E claro, macarrão, carne pronta, temperos...Nunca acampei mas sei fazer armengues e gambiarras, improvisamos uma cobertura no porta malas e fizemos nos almoço, muito bom!
Uma vez de volta da Ruta 3 olhei mais para o GPS do que para as placas e pronto, fui parar na Ruta 76 depois 51...mas chegamos em Bahia Blanca.
Ficamos no hotel Martinique. É um aparte com uma cozinha basica, e a terceira cama era um sofa. A agua quente não funcionava muito bem, mas o hotel serviu bem. O grande problema dos hoteis não são os hoteis e sim a desvalorização do Real, acabam saindo caros comparados com hoteis bem melhores no Brasil.
Fomos a pé até o centro onde minha esposa descobriu que gosta de Peceto, e iria sobreviver com ele!
Deram duas fatias de pão de sanduíche por pessoa para café da manhã e tinha umas geleias. Ah, levamos cafe e açúcar! Enta o fizemos nosso cafe antes de partir.
3º dia
Saida de Bahia Blanca por volta de 8hr com destino a Puerto Madryn.
A estrada flui bem, e mantive o olho no tanque mas nem perto de ser um problema a falta de postos.
Paramos em Viedma para comprar algumas coisas no mercadinho e abastecer, na saida da cidade paramos num YPF para fazer o almoço, ja tinha um vento forte e frio. O lugar não era muito agradável a vista. Mais uma vez a cobertura improvisada e almoço feito, dessa vez com feijão!
Seguindo viagem nas longas retas, e sem problemas.
Na chegada em Pouerto Madryn tinha um vento muito forte! Abastecemos e fomos para o hotel Gran Madryn. Para a felicidade da Sofia tinha uma parquinho ao lado. Ja aproveitamos para levar as roupas na lavanderia (100 pesos por uma caixa ,tipo de feira, de roupas) ja que ficaríamos mais um dia por la.
Jantamos numa pizzaria proximo ao hotel.
4º dia
Tinha pego um mapa e informações basicas da Península no dia anterior no hotel. E me fizeram a propaganda do legitimo cordeiro patagonico na Fazenda San Lorenzo.
Na entrada da peninsula pagamos a taxa, atualmente 260 pesos por pessoa. Paramos no centro de informações e depois fomos a Punta Norte. Não gostei muito, os leões marinhos e focas ficam muito longe. Talvez com as baleias fique mais legal. Perguntei no local sobre o restaurante na tal fazenda e mais uma vez feedback muito positivo, comecei a animar! Entao fomos almoçar, o local estava vazio e estavam esperando um pessoal, o cordeiro ficaria pronto a 1hr, e eram 12hr. Após uma conversa, e uma falta de entendimento entre eu e a dona Maria resolvemos ficar nas entradas até o cordeiro que assava ao lado ficar pronto.
Começamos a comer e disseram que ja estava pronto o cordeiro após um 25min, na verdade era um cordeiro "de ontem" que foi requentado e visualmente não muito agradavel e com partes poucos nobres, isso que não entendo nada de cordeiro!
Resumindo, o lugar funciona por agendamento e pelo que percebi melhor com varias pessoas ou com um grupo, disposto a gastar, pois assim eles podem assar o cordeiro só para o grupo. Para nós foi só decepção.
Partimo para Valdez onde ficamos bem perto dos pinguins, foi o que salvou o passeio. Depois fomos a Punta Piramides onde fizemos um lanche. Por fim conclui que deveriamos ter ido para Piramides primeiro, almoçado e feito o resto do passeio.
Eu não dou muita bola para carro sujo, mas era tanta poeira que não aguentei, tive que passar um pano.
As estradas da peninsula sao muito boas, mesmo as de terra.
Depois de uma sensação de passeio frustrado fui levar a Sofia no parquinho mais uma vez e pegar a roupas na lavanderia.
Fomos no Walmart comprar alguns mantimentos e mais garrfafões de agua para manter o estoque. Os restaurantes estavam cheios na maioria pois era domingo, e acabamos jantando proximo ao hotel e um restaurante na praia, parece um quioque, mas com estrutura de restaurante.
Ficamos no Gran Madryn hotel ,muito bom. Até Puerto Madryn tinhamos hoteis ja reservados, então aproveitamos a internet do hotel para reservar o hotel de San Julian.