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  • #1

    Relato: Passeio pelos campos de cima da serra




    Já que infelizmente, não temos visto por aqui muitos relatos de passeios, trilhas, expedições etc, vou tomar iniciativa e postar um breve relato com algumas fotos de um passeio que fiz pela região dos Campos de Cima da Serra, RS, no mês de maio 2009.
    Segue:


    No feriado do dia 1º maio, sexta-feira, peguei mais uma vez a estrada em direção à região dos Campos de Cima da Serra, desta vez em “vôo solo”, pois não combinei nada previamente, montei o passeio no improviso mesmo e não houve tempo de convidar mais gente para ir junto.

    Acordei cedo, peguei a mochila preparada na noite anterior, algumas roupas, água e alguma coisa para um lanche rápido, e às 6:00h da manhã já estava com o Vitara na estrada.
    O destino inicial era a bela cidade de São Francisco de Paula, distante 160 km de Taquari. Este trecho inicial de deslocamento foi feito todo por asfalto, usando as estradas convencionais para chegarmos o mais cedo possível a São Chico, onde de fato a viagem e a diversão começariam.

    Para minha preocupação e certa decepção, o dia amanheceu totalmente nublado, com o céu encoberto de um tom cinza, contrariando todas as previsões do tempo que anunciavam tempo bom e muito sol no feriado. Mesmo assim segui em frente, pois queria muito fazer este passeio e esta era a oportunidade.

    Cheguei em São Chico em torno de 9:00h da manhã, e fiz a clássica parada no Centro de Informações ao Turista, que fica bem na entrada da cidade. Em seguida abasteci o Vitara e segui minha viagem, agora rumo à pequena cidade de Jaquirana, já nos altos dos Campos de Cima da Serra. A idéia era chegar lá utilizando ao máximo estradas secundárias de terra, passando pelos Passos da Ilha e do S, lugares maravilhosos que eu não visitava fazia muito tempo.

    Saindo de São Chico, peguei a RS-110, conhecida na região por “estrada do meio”, que nos leva até o entroncamento com a estrada “Rota do Sol” na localidade de Várzea do Cedro, num trecho de 27 km.
    No caminho, muita pedra e muitas paisagens bonitas. Numa antiga ponte metálica, encontrei um desvio e não resisti a tentação de atravessar o rio sobre as pedras, brincando um pouquinho com o Vitara dentro da água.

    Seguindo adiante pela RS-110 e deixando para trás a Rota do Sol e a vila de Várzea do Cedro, pegamos a estradinha que leva ao Passo da Ilha, num acesso de15 km por uma estrada muito esburacada e cheia de pedras, mas que recompensa plenamente o esforço pela beleza do lugar.
    O Passo da Ilha é, como o nome diz, uma ilha onde existe um camping bem estruturado com banheiros, churrasqueiras, energia elétrica e um armazém onde se pode comprar o básico (carvão, lenha, lanches etc).
    O acesso à ilha é feito cruzando o rio de carro, uma vez que não existe ponte no local. Na verdade a travessia é feita sobre um grande lajeado, de baixa profundidade e até automóveis de passeio podem cruzar tranqüilamente.

    Cheguei no Passo da Ilha às 11:00h. Aproveitei a parada para um lanche rápido e fiquei
    ali um tempo admirando a paisagem, tirando algumas fotos e caminhando um pouco enquanto meu jipe companheiro de viagem descansava um pouco.

    Visita ao Passo da Ilha concluída, era hora de seguir viagem. Voltei para a estrada, cruzando novamente o rio na direção contrária ao ponto por onde chegamos, e segui adiante rumo ao Passo do S.
    Alguns buracos, pedras e porteiras depois, cheguei no Passo do S, onde é feita a travessia no rio novamente sobre um grande lajeado, obedecendo aos sinalizadores (balizas) que indicam onde é mais raso e a travessia pode ser feita com segurança. Acontece que este “caminho” marcado pelas balizas descreve um “S” perfeito sobre a laje do rio, daí o nome “Passo do S”.
    Ainda no Passo do S, aproveitei para tirar mais algumas fotos e também para fazer uma rápida caminhada até a linda cachoeira do Passo do S, que fica algumas dezenas de metros rio abaixo do passo.

    Deixando o Passo do S para trás, segui rumo a Jaquirana. Após uns 7 km de estrada de terra e pedras, reencontramos a estrada RS-110 que neste trecho é asfalta e pouco movimentada, muito tranqüila. Mas o asfalto dura pouco e alguns quilômetros adiante voltamos ao chão batido, seguindo em direção a Bom Jesus, até abandonarmos novamente a RS-110 no acesso à cidade de Jaquirana.

    Em todo este trecho, a paisagem predominante são os campos limpos típicos do alto da serra, algumas fazendas, e muitas plantações de pinus e eucaliptos. Freqüentemente avistamos junto à estrada os mangueirões de pedra, antigos muros feitos em pedra encaixada e que eram usados para demarcar e dividir as propriedades.
    A esta altura, o tempo felizmente já havia mudado completamente, e o céu nublado e cinza deu lugar a um azul intenso típico dos dias ensolarados de outono.

    À medida que aproximamos de Jaquirana, a paisagem vai mudando radicalmente. Os campos limpos vão dando lugar a extensas áreas de florestas de araucárias. O caminho começa a se tornar mais sinuoso à medida que seguimos em frente, e logo começamos uma forte descida em direção ao Passo da Laje, local onde cruzamos o Rio das Antas e depois subimos novamente por uma estrada muito sinuosa até finalmente alcançarmos, às 14:00h, a pequena cidade de Jaquirana, esquecida em meio aos campos de cima da serra e ainda hoje sobrevivendo basicamente da atividade de extração madeireira.

    Em Jaquirana, visitei o morro do Cristo Redentor, onde além de uma réplica em escala do famoso Cristo do Rio de Janeiro, temos também uma maravilhosa vista de toda a cidade e da região em torno. O detalhe é a escadaria que é preciso encarar para chegar lá em cima, mas tudo bem, mais uma vez o esforço é plenamente recompensado.

    Depois, uma breve parada na praça central de Jaquirana para fotos da bonita igreja construída em madeira e colocamos de novo o pé na estrada, agora em direção a Cambara do Sul. A idéia inicial do passeio seria pernoitar em Jaquirana mesmo, mas como acabei chegando lá mais cedo do que o previsto, e aliado ao fato de a cidade muito pequena não oferecer muitas atrações além daquelas que comentei acima, me fizeram mudar de plano e seguir para Cambara ainda na sexta-feira mesmo. Assim, poderia aproveitar melhor o sábado para visitar com bastante calma o cânion da Fortaleza, que era meu plano maior para o dia seguinte.

    Saindo de Jaquirana em direção a Cambara, em poucos quilômetros a paisagem novamente muda e voltamos a andar em meios aos campos limpos do alto da serra.
    No caminho, não pude deixar de fazer uma rápida visita ao Cachoeirão dos Venâncios, lugar muito bonito que eu também já conhecia e havia visitado alguns anos antes. O acesso à cachoeira mudou, e se antes era preciso seguir uma trilha no campo para chegar à beira do rio, agora o pessoal da fazenda abriu uma estrada (precária é verdade) até lá, facilitando em muito o acesso dos turistas.
    O visual do cachoeirão em si estava um pouco prejudicado em função da forte seca que a região atravessa, o que fez com que o rio tivesse seu fluxo de água muito diminuído. De toda forma, a rápida visita valeu muito a pena, nem que seja pelo simples prazer de revisitar esta atração tão bonita da região.

    Cheguei a Cambara em torno de 16:30h, e para minha surpresa, a pequena cidade estava completamente lotada de turistas. Fazia uns 03 anos que não visitava Cambara e não pude deixar de me impressionar com a mudança de perfil de quem visita a cidade. Muita gente bem vestida, muita gente endinheirada, jipões importados, até flats de alto padrão de luxo já tem na cidade...Efetivamente o chamado “ecoturismo” está na moda. Como reflexo direto, todas as pousadas estavam lotadas, e encontrei uma certa dificuldade em conseguir um lugar para passar a noite.
    Finalmente após procurar em praticamente todas as pousadas da cidade, encontrei um quarto numa pousada bem simples, mas que me atendeu plenamente dentro do meu propósito que era simplesmente um chuveiro quente e uma cama para dormir.

    A noite sai para jantar no excelente restaurante Galpão Costaneira, comida típica campeira, carreteiro de charque, feijão tropeiro, galinha caipira, tudo muito bom e ainda por cima acompanhado de um bom vinho tinto, e depois cama, pois o dia tinha sido bem puxado e a idéia era acordar bem cedo no sábado. Voltei para a pousada e após um rápido bate-papo com a atenciosa dona da pousada e alguns hóspedes, fui para a cama.

    As fotos:

    1 - ponte do "Passo da Laje", Rio das Antas, pouco antes da cidade de Jaquirana;
    2 - chegando em Jaquirana;
    3 - a igreja da praça de Jaquirana;
    4 - caminhos dos Campos de Cima da Serra;
    5 - natureza livre e intocada;

    No proximo post o restante do passeio............
    Miniaturas de Anexos Miniaturas de Anexos Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-img-059.jpg   Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-img-061.jpg   Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-img-089.jpg   Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-img-119.jpg   Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-img-101.jpg  
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    Arlei Vieira
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    http://oscaminhosdosul.blogspot.com/

  • #2

    Continuando.................

    Segue relato do 2° dia de passeio pelos Campos de Cima da Serra:


    No sábado acordei cedo. O tempo estava simplesmente perfeito, o céu completamente azul, sem nenhuma nuvem, e às 7:30h já estava na cozinha tomando meu café. Arrumei a mochila, coloquei tudo dentro do jipe e às 8:00h parti para o Cânion da Fortaleza. Minha expectativa era muito grande, pois infelizmente nunca havia conseguido visitar a Fortaleza com tempo bom, sempre havia ou “serração”, ou tempo nublado, enfim sempre havia algo para encobrir a visibilidade do cânion.

    Desta vez não, o tempo estava completamente limpo, a temperatura baixa, enfim todas as condições para uma visibilidade perfeita no cânion. Durante os 23 km que separam Cambara da Fortaleza, fui tirando fotos e admirando a paisagem encantadora das florestas de araucária preservadas. Infelizmente temos também muitas áreas de plantação de pinus e eucaplito, contrastando fortemente com as florestas nativas da região.

    Finalmente cheguei na Fortaleza às 9:30h, encostei o jipe e me pus a caminhar. Primeiro fiz a “Trilha do Mirante” onde numa caminhada de uns 45min pela borda do cânion se sobe até a parte mais alta, e lá do alto temos uma visão completa e impressionante do cânion. O tempo estava tão limpo que era possível ver nitidamente a cidade de Torres e o mar no horizonte, coisa rara de acontecer na Fortaleza.
    Fiquei um bom tempo lá no alto, sentando e simplesmente contemplando esta verdadeira maravilha da natureza, alheio às dezenas de turistas a minha volta. Alias, fiquei mais uma vez impressionado com a imensa quantidade de turistas lá...........

    Desci do cânion e fui fazer a trilha da “Pedra do Segredo e Cachoeira do Tigre Preto”. Uma caminhada de uns 30min leva primeiro à cachoeira do Tigre Preto, e após cruzarmos o rio equilibrando-se sobre as pedras, seguimos em frente até a tal Pedra do Segredo, que é um bloco de pedra curiosamente apoiada em uma base de poucos centímetros, como se alguém a tivesse colocado ali “de pé” propositalmente. No caminho, temos a melhor visão da cachoeira, ficando de frente para a queda d’água num ângulo perfeito para excelentes fotos.

    Terminada minha visita às atrações do cânion Fortaleza, retornei à cidade de Cambara. Abasteci o jipe e resolvi então fazer o ultimo passeio da minha viagem, visitando uma atração que eu ainda não conhecia, um local conhecido como “Lajeado das Margaridas”, distante apenas 9km da cidade.
    O acesso até lá é feito por uma estrada de chão inicialmente razoável, mas que depois se transforma numa verdadeira trilha de pedras entre os morros, com muitas subidas e descidas íngremes, ora atravessando campos limpos, ora cruzando entre capões de mata nativa, até finalmente chegarmos ao lajeado.

    Neste ponto, o rio Camisas forma um grande e largo lajeado sobre as pedras, onde é possível caminhar, ou mesmo nos dias de mais calor tomar um refrescante banho nas pequenas quedas d’água que se formam nas pedras.
    Novamente não resisti a tentação e aproveitei para brincar um pouco com o jipe andando dentro d’água, até encontrar um local mais raso onde encostei, tirei as botas e sai para uma caminhada sobre o lajeado. Apesar da água gelada, estava ótimo e aproveitei para tirar dezenas de fotos do local.

    Depois de algum tempo curtindo a beleza e o silêncio do Lajeado das Margaridas (sim, aqui por incrível que pareça eu estava sozinho, não havia turistas!), retornei à cidade de Cambará.

    Como ainda tinha muito chão pela frente e queria evitar descer a serra à noite, parei em Cambará apenas para comprar dois potes de mel e fui para a estrada.
    Segui direto em direção a Tainhas, onde fiz uma parada estratégica no Café Tainhas para matar a fome com uma xícara de café com leite e um delicioso pastel de queijo serrano, simplesmente perfeito.

    Descansei um pouco ali e segui minha viagem, passando rapidamente por São Chico, descendo a serra já quase anoitecendo e seguindo direto para casa, finalmente chegando em Taquari às 20:00h, com o hodômetro do GPS marcando 620 km rodados em dois dias, cansado, empoeirado mas feliz pela aventura realizada e pelo passeio perfeito e sem problemas.

    As fotos:

    1 e 2 - paisagens matinais a caminho do cânion da Fortaleza;
    3 - uma das muitas visões do cânion da Fortaleza;
    4 - caminho de acesso ao Lajeado das Margaridas;
    5 - o Azeitona se refrescando no Lajeado das Margaridas, antes de encarar o caminho de volta prá casa;
    Miniaturas de Anexos Miniaturas de Anexos Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-img-138.jpg   Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-img-144.jpg   Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-img-182.jpg   Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-img-266.jpg   Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-img-294.jpg  
    Arlei Vieira
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  • #3
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    Citação Postado originalmente por arlei_vitara Ver Post
    Segue relato do 2° dia de passeio pelos Campos de Cima da Serra:


    No sábado acordei cedo. O tempo estava simplesmente perfeito, o céu completamente azul, sem nenhuma nuvem, e às 7:30h já estava na cozinha tomando meu café. Arrumei a mochila, coloquei tudo dentro do jipe e às 8:00h parti para o Cânion da Fortaleza. Minha expectativa era muito grande, pois infelizmente nunca havia conseguido visitar a Fortaleza com tempo bom, sempre havia ou “serração”, ou tempo nublado, enfim sempre havia algo para encobrir a visibilidade do cânion.

    Desta vez não, o tempo estava completamente limpo, a temperatura baixa, enfim todas as condições para uma visibilidade perfeita no cânion. Durante os 23 km que separam Cambara da Fortaleza, fui tirando fotos e admirando a paisagem encantadora das florestas de araucária preservadas. Infelizmente temos também muitas áreas de plantação de pinus e eucaplito, contrastando fortemente com as florestas nativas da região.

    Finalmente cheguei na Fortaleza às 9:30h, encostei o jipe e me pus a caminhar. Primeiro fiz a “Trilha do Mirante” onde numa caminhada de uns 45min pela borda do cânion se sobe até a parte mais alta, e lá do alto temos uma visão completa e impressionante do cânion. O tempo estava tão limpo que era possível ver nitidamente a cidade de Torres e o mar no horizonte, coisa rara de acontecer na Fortaleza.
    Fiquei um bom tempo lá no alto, sentando e simplesmente contemplando esta verdadeira maravilha da natureza, alheio às dezenas de turistas a minha volta. Alias, fiquei mais uma vez impressionado com a imensa quantidade de turistas lá...........

    Desci do cânion e fui fazer a trilha da “Pedra do Segredo e Cachoeira do Tigre Preto”. Uma caminhada de uns 30min leva primeiro à cachoeira do Tigre Preto, e após cruzarmos o rio equilibrando-se sobre as pedras, seguimos em frente até a tal Pedra do Segredo, que é um bloco de pedra curiosamente apoiada em uma base de poucos centímetros, como se alguém a tivesse colocado ali “de pé” propositalmente. No caminho, temos a melhor visão da cachoeira, ficando de frente para a queda d’água num ângulo perfeito para excelentes fotos.

    Terminada minha visita às atrações do cânion Fortaleza, retornei à cidade de Cambara. Abasteci o jipe e resolvi então fazer o ultimo passeio da minha viagem, visitando uma atração que eu ainda não conhecia, um local conhecido como “Lajeado das Margaridas”, distante apenas 9km da cidade.
    O acesso até lá é feito por uma estrada de chão inicialmente razoável, mas que depois se transforma numa verdadeira trilha de pedras entre os morros, com muitas subidas e descidas íngremes, ora atravessando campos limpos, ora cruzando entre capões de mata nativa, até finalmente chegarmos ao lajeado.

    Neste ponto, o rio Camisas forma um grande e largo lajeado sobre as pedras, onde é possível caminhar, ou mesmo nos dias de mais calor tomar um refrescante banho nas pequenas quedas d’água que se formam nas pedras.
    Novamente não resisti a tentação e aproveitei para brincar um pouco com o jipe andando dentro d’água, até encontrar um local mais raso onde encostei, tirei as botas e sai para uma caminhada sobre o lajeado. Apesar da água gelada, estava ótimo e aproveitei para tirar dezenas de fotos do local.

    Depois de algum tempo curtindo a beleza e o silêncio do Lajeado das Margaridas (sim, aqui por incrível que pareça eu estava sozinho, não havia turistas!), retornei à cidade de Cambará.

    Como ainda tinha muito chão pela frente e queria evitar descer a serra à noite, parei em Cambará apenas para comprar dois potes de mel e fui para a estrada.
    Segui direto em direção a Tainhas, onde fiz uma parada estratégica no Café Tainhas para matar a fome com uma xícara de café com leite e um delicioso pastel de queijo serrano, simplesmente perfeito.

    Descansei um pouco ali e segui minha viagem, passando rapidamente por São Chico, descendo a serra já quase anoitecendo e seguindo direto para casa, finalmente chegando em Taquari às 20:00h, com o hodômetro do GPS marcando 620 km rodados em dois dias, cansado, empoeirado mas feliz pela aventura realizada e pelo passeio perfeito e sem problemas.

    As fotos:

    1 e 2 - paisagens matinais a caminho do cânion da Fortaleza;
    3 - uma das muitas visões do cânion da Fortaleza;
    4 - caminho de acesso ao Lajeado das Margaridas;
    5 - o Azeitona se refrescando no Lajeado das Margaridas, antes de encarar o caminho de volta prá casa;
    Grande Arlei!

    Belíssimo passeio! Muito legal mesmo!
    Agora, além de jipeiro, tu bem que poderia ser escritor. Tchê, vai contar estória assim lá "caixa prego!. Putz!!!!
    Grande abraço Arlei!

  • #4
    Usuário Avatar de AlemãoRS
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    Arlei,
    Obrigado pelas dicas aqui no teu relato, foram de grande valia para meu passeio por Cambará do Sul. Coloquei umas fotos no tópico Trilhas no Sul.
    E o restaurante Galpão Costaneira é excelente mesmo!
    Abraço
    Leonardo
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  • #5
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    Citação Postado originalmente por arlei_vitara Ver Post
    Segue relato do 2° dia de passeio pelos Campos de Cima da Serra:


    No sábado acordei cedo. O tempo estava simplesmente perfeito, o céu completamente azul, sem nenhuma nuvem, e às 7:30h já estava na cozinha tomando meu café. Arrumei a mochila, coloquei tudo dentro do jipe e às 8:00h parti para o Cânion da Fortaleza. Minha expectativa era muito grande, pois infelizmente nunca havia conseguido visitar a Fortaleza com tempo bom, sempre havia ou “serração”, ou tempo nublado, enfim sempre havia algo para encobrir a visibilidade do cânion.

    Desta vez não, o tempo estava completamente limpo, a temperatura baixa, enfim todas as condições para uma visibilidade perfeita no cânion. Durante os 23 km que separam Cambara da Fortaleza, fui tirando fotos e admirando a paisagem encantadora das florestas de araucária preservadas. Infelizmente temos também muitas áreas de plantação de pinus e eucaplito, contrastando fortemente com as florestas nativas da região.

    Finalmente cheguei na Fortaleza às 9:30h, encostei o jipe e me pus a caminhar. Primeiro fiz a “Trilha do Mirante” onde numa caminhada de uns 45min pela borda do cânion se sobe até a parte mais alta, e lá do alto temos uma visão completa e impressionante do cânion. O tempo estava tão limpo que era possível ver nitidamente a cidade de Torres e o mar no horizonte, coisa rara de acontecer na Fortaleza.
    Fiquei um bom tempo lá no alto, sentando e simplesmente contemplando esta verdadeira maravilha da natureza, alheio às dezenas de turistas a minha volta. Alias, fiquei mais uma vez impressionado com a imensa quantidade de turistas lá...........

    Desci do cânion e fui fazer a trilha da “Pedra do Segredo e Cachoeira do Tigre Preto”. Uma caminhada de uns 30min leva primeiro à cachoeira do Tigre Preto, e após cruzarmos o rio equilibrando-se sobre as pedras, seguimos em frente até a tal Pedra do Segredo, que é um bloco de pedra curiosamente apoiada em uma base de poucos centímetros, como se alguém a tivesse colocado ali “de pé” propositalmente. No caminho, temos a melhor visão da cachoeira, ficando de frente para a queda d’água num ângulo perfeito para excelentes fotos.

    Terminada minha visita às atrações do cânion Fortaleza, retornei à cidade de Cambara. Abasteci o jipe e resolvi então fazer o ultimo passeio da minha viagem, visitando uma atração que eu ainda não conhecia, um local conhecido como “Lajeado das Margaridas”, distante apenas 9km da cidade.
    O acesso até lá é feito por uma estrada de chão inicialmente razoável, mas que depois se transforma numa verdadeira trilha de pedras entre os morros, com muitas subidas e descidas íngremes, ora atravessando campos limpos, ora cruzando entre capões de mata nativa, até finalmente chegarmos ao lajeado.

    Neste ponto, o rio Camisas forma um grande e largo lajeado sobre as pedras, onde é possível caminhar, ou mesmo nos dias de mais calor tomar um refrescante banho nas pequenas quedas d’água que se formam nas pedras.
    Novamente não resisti a tentação e aproveitei para brincar um pouco com o jipe andando dentro d’água, até encontrar um local mais raso onde encostei, tirei as botas e sai para uma caminhada sobre o lajeado. Apesar da água gelada, estava ótimo e aproveitei para tirar dezenas de fotos do local.

    Depois de algum tempo curtindo a beleza e o silêncio do Lajeado das Margaridas (sim, aqui por incrível que pareça eu estava sozinho, não havia turistas!), retornei à cidade de Cambará.

    Como ainda tinha muito chão pela frente e queria evitar descer a serra à noite, parei em Cambará apenas para comprar dois potes de mel e fui para a estrada.
    Segui direto em direção a Tainhas, onde fiz uma parada estratégica no Café Tainhas para matar a fome com uma xícara de café com leite e um delicioso pastel de queijo serrano, simplesmente perfeito.

    Descansei um pouco ali e segui minha viagem, passando rapidamente por São Chico, descendo a serra já quase anoitecendo e seguindo direto para casa, finalmente chegando em Taquari às 20:00h, com o hodômetro do GPS marcando 620 km rodados em dois dias, cansado, empoeirado mas feliz pela aventura realizada e pelo passeio perfeito e sem problemas.

    As fotos:

    1 e 2 - paisagens matinais a caminho do cânion da Fortaleza;
    3 - uma das muitas visões do cânion da Fortaleza;
    4 - caminho de acesso ao Lajeado das Margaridas;
    5 - o Azeitona se refrescando no Lajeado das Margaridas, antes de encarar o caminho de volta prá casa;
    Arlei, parabéns pelo seu passeio e riqueza de detalhes.
    Dia 22/10 irei de Florianópolis para Bento Gonçalves, passando pelos cânions.
    Por isso, se o amigo me permitir, tenho duas perguntas para fazer:
    Pretendo chegar no município de Praia Grande/SC ao meio-dia, fazer um almoço rápido e visitar um dos cânios, subindo a estrada de chão.
    Como pretendo não chegar muito tarde em Bento, pois conheço pouco a região, acho que pelas fotos anexas (n. 03), o cânion Fortaleza permite a pessoa chegar perto dele de carro; é isso?
    A vontade era fazer uma longa e demorada caminhada, mas minha esposa prefere uma taça de vinho
    Por isso, com umas duas horas disponíveis, você acha que consigo ter alguma vista do cânion?
    Desde já, muito obrigado.

  • #6
    Citação Postado originalmente por Glaicon Ver Post
    Arlei, parabéns pelo seu passeio e riqueza de detalhes.
    Dia 22/10 irei de Florianópolis para Bento Gonçalves, passando pelos cânions.
    Por isso, se o amigo me permitir, tenho duas perguntas para fazer:
    Pretendo chegar no município de Praia Grande/SC ao meio-dia, fazer um almoço rápido e visitar um dos cânios, subindo a estrada de chão.
    Como pretendo não chegar muito tarde em Bento, pois conheço pouco a região, acho que pelas fotos anexas (n. 03), o cânion Fortaleza permite a pessoa chegar perto dele de carro; é isso?
    A vontade era fazer uma longa e demorada caminhada, mas minha esposa prefere uma taça de vinho
    Por isso, com umas duas horas disponíveis, você acha que consigo ter alguma vista do cânion?
    Desde já, muito obrigado.
    Mais uma vez, vou dar uma de mal educado e me meter na conversa...

    Esta é uma época arriscada para visitar os canyons do Sul, é tudo uma loteria, o tempo abre e fecha rapidamente. O mais indicado é ir bem cedo, pois a neblina costuma subir conforme a temperatura vai aumentando. Eu já estive 4 vezes no Fortaleza, e o placar está 2x2: duas vezes neblina total, duas vezes tempo limpo, inclusive desta última vez, no dia 26.09, quando pudemos caminhar desde o carro até o final do canyon, além de visitar a cachoeira do Tigre Preto e a Pedra do Segredo. De lambuja, a presença de um casal de graxains (um tipo de cão ou raposa selvagem típico da região), que se aproximou de nós, permitindo inúmeras fotografias deles.

    Respondendo à sua pergunta: SE o tempo estiver bom, dá para ver o canyon em duas horas de caminhada. Entretanto, se essas duas horas forem o tempo TOTAL disponível para o passeio, nem precisa sair de Cambará, pois a estrada para o canyon é ruim, e os 20-22 Km para chegar no final da estrada do parque, onde começa a caminhada para avistar o canyon levam, no mínimo, uma hora para serem percorridos. Ou seja, as duas horas mal dariam para ir e voltar de carro, sem caminhar nem ver nada (o canyon não é visível do final da estrada, onde param os carros).

    Só para servir de referência: no dia em que fomos visitar o canyon, saímos de Cambará do Sul às 8:30, chegando ao final da estrada do parque (estacionamento) às 9:25. Percorremos toda a trilha do canyon (o que não é comum, a maioria segue apenas por um trecho da mesma, que se torna mais complicada, a partir de certo ponto), retornando ao carro, onde chegamos mais ou menos às 12:30 (ou seja, andamos por 3 horas). Pegamos o carro e seguimos até a entrada na trilha que leva à cachoeira do Tigre Preto e à Pedra do Segredo, comemos um rápido lanche e percorremos esta trilha. Voltamos ao carro pouco antes das 15:00, chegando a Cambará do Sul às 16:00.

    Uma dica: tente se informar, em Cambará, de como está a visibilidade no canyon. O pessoal da cidade conhece bem o clima de lá, e talvez possa ajudá-lo.

    Em que pousada vocês vão ficar? Eu recomendo a Pousada das Corucacas, do Roberto e da Beatriz, é bem legal!


    (e esse tempo em Floripa, ainda está uma droga ou melhorou, só porque saímos de lá? Estive aí entre os dias 27.09 (vindo de Cambará, sob muuuuita chuva) e 05.10, e em todos estes dias mal vimos o Sol... )
    Gil Roberto
    Niva 95 - "SUVdesenvolvido"
    http://www.4x4brasil.com.br/forum/album.php?albumid=204

  • #7
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    Citação Postado originalmente por Girti Ver Post
    Mais uma vez, vou dar uma de mal educado e me meter na conversa...

    Esta é uma época arriscada para visitar os canyons do Sul, é tudo uma loteria, o tempo abre e fecha rapidamente. O mais indicado é ir bem cedo, pois a neblina costuma subir conforme a temperatura vai aumentando. Eu já estive 4 vezes no Fortaleza, e o placar está 2x2: duas vezes neblina total, duas vezes tempo limpo, inclusive desta última vez, no dia 26.09, quando pudemos caminhar desde o carro até o final do canyon, além de visitar a cachoeira do Tigre Preto e a Pedra do Segredo. De lambuja, a presença de um casal de graxains (um tipo de cão ou raposa selvagem típico da região), que se aproximou de nós, permitindo inúmeras fotografias deles.

    Respondendo à sua pergunta: SE o tempo estiver bom, dá para ver o canyon em duas horas de caminhada. Entretanto, se essas duas horas forem o tempo TOTAL disponível para o passeio, nem precisa sair de Cambará, pois a estrada para o canyon é ruim, e os 20-22 Km para chegar no final da estrada do parque, onde começa a caminhada para avistar o canyon levam, no mínimo, uma hora para serem percorridos. Ou seja, as duas horas mal dariam para ir e voltar de carro, sem caminhar nem ver nada (o canyon não é visível do final da estrada, onde param os carros).

    Só para servir de referência: no dia em que fomos visitar o canyon, saímos de Cambará do Sul às 8:30, chegando ao final da estrada do parque (estacionamento) às 9:25. Percorremos toda a trilha do canyon (o que não é comum, a maioria segue apenas por um trecho da mesma, que se torna mais complicada, a partir de certo ponto), retornando ao carro, onde chegamos mais ou menos às 12:30 (ou seja, andamos por 3 horas). Pegamos o carro e seguimos até a entrada na trilha que leva à cachoeira do Tigre Preto e à Pedra do Segredo, comemos um rápido lanche e percorremos esta trilha. Voltamos ao carro pouco antes das 15:00, chegando a Cambará do Sul às 16:00.

    Uma dica: tente se informar, em Cambará, de como está a visibilidade no canyon. O pessoal da cidade conhece bem o clima de lá, e talvez possa ajudá-lo.

    Em que pousada vocês vão ficar? Eu recomendo a Pousada das Corucacas, do Roberto e da Beatriz, é bem legal!


    (e esse tempo em Floripa, ainda está uma droga ou melhorou, só porque saímos de lá? Estive aí entre os dias 27.09 (vindo de Cambará, sob muuuuita chuva) e 05.10, e em todos estes dias mal vimos o Sol... )
    Oi Gil, obrigado pela resposta.
    Eu já tava achando mesmo que o tempo seria curto.
    Bom, nós íamos dormir uma noite em Praia Grande para fazer um passeio decente.
    Consultei as pousadas e havia ligado e fechado preço de baixa temporada na Pedra Afiada, porém sem confirmar a reserva.
    Mas...lendo todas as atrações do Vale dos Vinhedos, concluímos que dois dias em Bento seriam pouco. Então decidimos apenas "passar" pelos cânions e ficar mais um dia próximo dos vinhos.
    Fazer o quê, né?
    De repente tu me mandas uma foto dos graxains e eu mostro pras pessoas aqui. Já dá uma ajuda.
    Cambará é o ponto mais próximo do acesso aos cânions?
    Lá em Bento ficaremos no hotel Villa Michelon, que é dentro do Vale. A intenção é visitar vinícolas, tomar vinho, comer salame com queijo, e outras coisas simples e boas.
    Quanto à Florianópolis, virgem santa! É chuva ou tempo nublado quase todos os dias.
    Culpa de um tal de "el niño". De que país será este desgraçado??
    Segundo a previsão do tempo isto perdurará até o final de novembro.
    Güenta!
    Um abraço e obrigado pela ajuda, que foi muito valiosa.

  • #8
    Citação Postado originalmente por Glaicon Ver Post
    ...Cambará é o ponto mais próximo do acesso aos cânions?
    Cambará do Sul é a cidade mais próxima para acessar os canyons Itaimbezinho e Fortaleza. São José dos Ausentes é a cidade mais próxima para chegar ao canyon Monte Negro. Há ainda outros canyons, como o Malacara e o Achurriado, mas seu acesso é bem mais difícil, requerendo cavalgadas ou longas caminhadas.


    Citação Postado originalmente por Glaicon Ver Post
    Lá em Bento ficaremos no hotel Villa Michelon, que é dentro do Vale. A intenção é visitar vinícolas, tomar vinho, comer salame com queijo, e outras coisas simples e boas...
    Não deixem de percorrer os "Caminhos de Pedra", há muita coisa interessante por lá, além de um ótimo restaurante, o "Casa da Vanni", com deliciosas e originais massas.

    Se tiverem tempo e disposição, vale a pena irem até o Belvedere Sonda, próximo a Nova Roma do Sul. Além da linda vista para o rio das Antas, há a pitoresca travessia do rio com a "balsa do muque" (como escreveu o Pato Jipeiro).
    Gil Roberto
    Niva 95 - "SUVdesenvolvido"
    http://www.4x4brasil.com.br/forum/album.php?albumid=204

  • #9
    Citação Postado originalmente por arlei_vitara Ver Post
    Já que infelizmente, não temos visto por aqui muitos relatos de passeios, trilhas, expedições etc, vou tomar iniciativa e postar um breve relato com algumas fotos de um passeio que fiz pela região dos Campos de Cima da Serra, RS, no mês de maio 2009.
    Segue:


    No feriado do dia 1º maio, sexta-feira, peguei mais uma vez a estrada em direção à região dos Campos de Cima da Serra, desta vez em “vôo solo”, pois não combinei nada previamente, montei o passeio no improviso mesmo e não houve tempo de convidar mais gente para ir junto.

    Acordei cedo, peguei a mochila preparada na noite anterior, algumas roupas, água e alguma coisa para um lanche rápido, e às 6:00h da manhã já estava com o Vitara na estrada.
    O destino inicial era a bela cidade de São Francisco de Paula, distante 160 km de Taquari. Este trecho inicial de deslocamento foi feito todo por asfalto, usando as estradas convencionais para chegarmos o mais cedo possível a São Chico, onde de fato a viagem e a diversão começariam.

    Para minha preocupação e certa decepção, o dia amanheceu totalmente nublado, com o céu encoberto de um tom cinza, contrariando todas as previsões do tempo que anunciavam tempo bom e muito sol no feriado. Mesmo assim segui em frente, pois queria muito fazer este passeio e esta era a oportunidade.

    Cheguei em São Chico em torno de 9:00h da manhã, e fiz a clássica parada no Centro de Informações ao Turista, que fica bem na entrada da cidade. Em seguida abasteci o Vitara e segui minha viagem, agora rumo à pequena cidade de Jaquirana, já nos altos dos Campos de Cima da Serra. A idéia era chegar lá utilizando ao máximo estradas secundárias de terra, passando pelos Passos da Ilha e do S, lugares maravilhosos que eu não visitava fazia muito tempo.

    Saindo de São Chico, peguei a RS-110, conhecida na região por “estrada do meio”, que nos leva até o entroncamento com a estrada “Rota do Sol” na localidade de Várzea do Cedro, num trecho de 27 km.
    No caminho, muita pedra e muitas paisagens bonitas. Numa antiga ponte metálica, encontrei um desvio e não resisti a tentação de atravessar o rio sobre as pedras, brincando um pouquinho com o Vitara dentro da água.

    Seguindo adiante pela RS-110 e deixando para trás a Rota do Sol e a vila de Várzea do Cedro, pegamos a estradinha que leva ao Passo da Ilha, num acesso de15 km por uma estrada muito esburacada e cheia de pedras, mas que recompensa plenamente o esforço pela beleza do lugar.
    O Passo da Ilha é, como o nome diz, uma ilha onde existe um camping bem estruturado com banheiros, churrasqueiras, energia elétrica e um armazém onde se pode comprar o básico (carvão, lenha, lanches etc).
    O acesso à ilha é feito cruzando o rio de carro, uma vez que não existe ponte no local. Na verdade a travessia é feita sobre um grande lajeado, de baixa profundidade e até automóveis de passeio podem cruzar tranqüilamente.

    Cheguei no Passo da Ilha às 11:00h. Aproveitei a parada para um lanche rápido e fiquei
    ali um tempo admirando a paisagem, tirando algumas fotos e caminhando um pouco enquanto meu jipe companheiro de viagem descansava um pouco.

    Visita ao Passo da Ilha concluída, era hora de seguir viagem. Voltei para a estrada, cruzando novamente o rio na direção contrária ao ponto por onde chegamos, e segui adiante rumo ao Passo do S.
    Alguns buracos, pedras e porteiras depois, cheguei no Passo do S, onde é feita a travessia no rio novamente sobre um grande lajeado, obedecendo aos sinalizadores (balizas) que indicam onde é mais raso e a travessia pode ser feita com segurança. Acontece que este “caminho” marcado pelas balizas descreve um “S” perfeito sobre a laje do rio, daí o nome “Passo do S”.
    Ainda no Passo do S, aproveitei para tirar mais algumas fotos e também para fazer uma rápida caminhada até a linda cachoeira do Passo do S, que fica algumas dezenas de metros rio abaixo do passo.

    Deixando o Passo do S para trás, segui rumo a Jaquirana. Após uns 7 km de estrada de terra e pedras, reencontramos a estrada RS-110 que neste trecho é asfalta e pouco movimentada, muito tranqüila. Mas o asfalto dura pouco e alguns quilômetros adiante voltamos ao chão batido, seguindo em direção a Bom Jesus, até abandonarmos novamente a RS-110 no acesso à cidade de Jaquirana.

    Em todo este trecho, a paisagem predominante são os campos limpos típicos do alto da serra, algumas fazendas, e muitas plantações de pinus e eucaliptos. Freqüentemente avistamos junto à estrada os mangueirões de pedra, antigos muros feitos em pedra encaixada e que eram usados para demarcar e dividir as propriedades.
    A esta altura, o tempo felizmente já havia mudado completamente, e o céu nublado e cinza deu lugar a um azul intenso típico dos dias ensolarados de outono.

    À medida que aproximamos de Jaquirana, a paisagem vai mudando radicalmente. Os campos limpos vão dando lugar a extensas áreas de florestas de araucárias. O caminho começa a se tornar mais sinuoso à medida que seguimos em frente, e logo começamos uma forte descida em direção ao Passo da Laje, local onde cruzamos o Rio das Antas e depois subimos novamente por uma estrada muito sinuosa até finalmente alcançarmos, às 14:00h, a pequena cidade de Jaquirana, esquecida em meio aos campos de cima da serra e ainda hoje sobrevivendo basicamente da atividade de extração madeireira.

    Em Jaquirana, visitei o morro do Cristo Redentor, onde além de uma réplica em escala do famoso Cristo do Rio de Janeiro, temos também uma maravilhosa vista de toda a cidade e da região em torno. O detalhe é a escadaria que é preciso encarar para chegar lá em cima, mas tudo bem, mais uma vez o esforço é plenamente recompensado.

    Depois, uma breve parada na praça central de Jaquirana para fotos da bonita igreja construída em madeira e colocamos de novo o pé na estrada, agora em direção a Cambara do Sul. A idéia inicial do passeio seria pernoitar em Jaquirana mesmo, mas como acabei chegando lá mais cedo do que o previsto, e aliado ao fato de a cidade muito pequena não oferecer muitas atrações além daquelas que comentei acima, me fizeram mudar de plano e seguir para Cambara ainda na sexta-feira mesmo. Assim, poderia aproveitar melhor o sábado para visitar com bastante calma o cânion da Fortaleza, que era meu plano maior para o dia seguinte.

    Saindo de Jaquirana em direção a Cambara, em poucos quilômetros a paisagem novamente muda e voltamos a andar em meios aos campos limpos do alto da serra.
    No caminho, não pude deixar de fazer uma rápida visita ao Cachoeirão dos Venâncios, lugar muito bonito que eu também já conhecia e havia visitado alguns anos antes. O acesso à cachoeira mudou, e se antes era preciso seguir uma trilha no campo para chegar à beira do rio, agora o pessoal da fazenda abriu uma estrada (precária é verdade) até lá, facilitando em muito o acesso dos turistas.
    O visual do cachoeirão em si estava um pouco prejudicado em função da forte seca que a região atravessa, o que fez com que o rio tivesse seu fluxo de água muito diminuído. De toda forma, a rápida visita valeu muito a pena, nem que seja pelo simples prazer de revisitar esta atração tão bonita da região.

    Cheguei a Cambara em torno de 16:30h, e para minha surpresa, a pequena cidade estava completamente lotada de turistas. Fazia uns 03 anos que não visitava Cambara e não pude deixar de me impressionar com a mudança de perfil de quem visita a cidade. Muita gente bem vestida, muita gente endinheirada, jipões importados, até flats de alto padrão de luxo já tem na cidade...Efetivamente o chamado “ecoturismo” está na moda. Como reflexo direto, todas as pousadas estavam lotadas, e encontrei uma certa dificuldade em conseguir um lugar para passar a noite.
    Finalmente após procurar em praticamente todas as pousadas da cidade, encontrei um quarto numa pousada bem simples, mas que me atendeu plenamente dentro do meu propósito que era simplesmente um chuveiro quente e uma cama para dormir.

    A noite sai para jantar no excelente restaurante Galpão Costaneira, comida típica campeira, carreteiro de charque, feijão tropeiro, galinha caipira, tudo muito bom e ainda por cima acompanhado de um bom vinho tinto, e depois cama, pois o dia tinha sido bem puxado e a idéia era acordar bem cedo no sábado. Voltei para a pousada e após um rápido bate-papo com a atenciosa dona da pousada e alguns hóspedes, fui para a cama.

    As fotos:

    1 - ponte do "Passo da Laje", Rio das Antas, pouco antes da cidade de Jaquirana;
    2 - chegando em Jaquirana;
    3 - a igreja da praça de Jaquirana;
    4 - caminhos dos Campos de Cima da Serra;
    5 - natureza livre e intocada;

    No proximo post o restante do passeio............
    Puxa, Arlei, você tinha dado um tempo, agora quer me deixar com inveja de novo!!!???

    Beleza de fotos, beleza de relato! Estou com muita vontade de voltar ao Sul, principalmente agora, que acabei de escanear trocentas fotos de minha viagem ao Sul de 2001. Eta terrinha boa!

    Em anexo, algumas fotos de seus pagos:

    Foto 1 - Mirante do Parque do Caracol, em Canela.
    Foto 2 - Vista para o rio das Antas, entre São Joaquim e Bom Jesus.
    Foto 3 - Cruzando o rio Lageado Grande.
    Foto 4 - Entre Cambará do Sul e São José dos Ausentes.
    Foto 5 - Indo de São José dos Ausentes para o canyon Monte Negro.

    Se quiser ver todas as fotos desta viagem, entre em

    http://girti.multiply.com/photos/alb..._ao_Sul_-_2001

    [ ]s

    Miniaturas de Anexos Miniaturas de Anexos Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-rs-canela-42-sh98.jpg   Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-rs-na-estrada-08-rec-sh98.jpg   Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-rs-na-estrada-16-rec-sh98.jpg   Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-rs-na-estrada-34-sh96.jpg   Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-rs-s.jose-dos-ausentes-08-sh98.jpg  
    Gil Roberto
    Niva 95 - "SUVdesenvolvido"
    http://www.4x4brasil.com.br/forum/album.php?albumid=204

  • #10
    Usuário
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    14/05/2008
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    e possivel fazer com carro alugado

    Ariel

    Eu arrumei uma passagem da Azul bem baratinha para o começo de junho. (sou de SP, mas adoro o Sul) A ideia era voltar para as serras gauchas, mas adorei seu passeio Será que dá para fazer este trecho de golzinho alugado? Junho é uma boa época?
    Da para fazer sem GPS? Ou seria melhor fazer no verão, com o Tracker?

    Aproveitando, voce já foi de São Gabriel a Dom Pedrito? Eu fui há muito tempo de trem, e era muito bonito... Estou pensando em DEzembro ir até o Uruguai, de carro....

    Obrigado pelas dicas, e parabens pelo relato.

  • #11
    Citação Postado originalmente por Pato jipeiro Ver Post
    Ariel

    Eu arrumei uma passagem da Azul bem baratinha para o começo de junho. (sou de SP, mas adoro o Sul) A ideia era voltar para as serras gauchas, mas adorei seu passeio Será que dá para fazer este trecho de golzinho alugado? Junho é uma boa época?
    Da para fazer sem GPS? Ou seria melhor fazer no verão, com o Tracker?

    Aproveitando, voce já foi de São Gabriel a Dom Pedrito? Eu fui há muito tempo de trem, e era muito bonito... Estou pensando em DEzembro ir até o Uruguai, de carro....

    Obrigado pelas dicas, e parabens pelo relato.
    Tchê,

    Junho é uma época legal sim de conhecer a região pois é inverno e com sorte vc. poderá conhecer o verdadeiro frio dos campos de cima da serra
    Mas faça reservas de pousada antes, principalmente aos finais de semana pois a cidade é pequena e o fluxo de turistas aumentou muito.
    Veja endereços e telefones em www.cambaraonline.com.br

    Quanto a fazer os passeios de Gol, tranquilo, todos os caminhos que fiz são estradas abertas, e não trilhas. Ainda mais que o pobre golzinho será alugado e vc. não precisa ter pena dele

    Agora, a maioria dos caminhos são fáceis de fazer mesmo sem o GPS. O unico caminho mais complicado é a "trilha" entre os Passos da Ilha e do S, que tem algumas bifurcações e acessos que são grandes "pegadinhas" pois não tem sinalização ou placas. Os demais passeios são tranquilos de fazer, e na dúvida sempre tem o método "pare e pergunte o caminho"........

    Qualquer dúvida mande aí !
    Abraços,
    Arlei Vieira
    Tracker 2007 - Taquari / RS
    http://oscaminhosdosul.blogspot.com/

  • #12
    Usuário Avatar de iwakura
    Entrada
    22/09/2007
    Local
    Porto Alegre/RS
    Idade
    60
    Posts
    787
    Agradecimento: 1
    Arlei,

    Excelente viagem e mais ainda o relato! Parabéns!

    Agora no carnaval, resolvi voltar pelas serras de SC e RS, levei 14h de Ibiraquera à Porto Alegre, debaixo de chuva e muita neblina.

    Subir a Serra do Corvo Branco sob chuva e não enxergando quase nada é uma aventura e tanto...

    []
    Mário.
    Miniaturas de Anexos Miniaturas de Anexos Relato: Passeio pelos campos de cima da serra-image00001.jpg  
    Tracker 2008 - Lift 2" + Yokohama 235 70 R16 + XCrawler + Amort. by Beto Paraná

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